Argo, HB20, Sandero, Onix ou Ka: qual o melhor hatch 1.0 até R$ 60.000?
Aumento dos preços dos hatches 1.0 beira os 20% este ano. Fomos atrás do modelo que entrega mais por menos
A macroeconomia não ajuda. Pandemia, real desvalorizado, desemprego e aumento do preço do aço contribuem para elevar bastante o preço dos carros. Isso fica ainda mais nítido entre os modelos mais baratos.
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Basta ver que as opções que existem hoje por R$ 50.000 são os Fiat Mobi e Uno e o Renault Kwid. Os que reunimos aqui estão um patamar acima. E se perder a atenção por um momento na escolha de versões, opcionais e cores, seus preços passam facilmente dos R$ 60.000.
Surpreso? Entre Sandero, Argo, Onix, HB20 e Ka, o menor aumento de janeiro a outubro foi do hatch da Fiat, com 9,9%. O maior reajuste foi de 17,2% para o Chevrolet – começou o ano custando R$ 51.590 e agora custa R$ 60.490, sempre na versão LT. Convocamos o Polo para o embate, mas ficou de fora, pois a Volkswagen não tem o carro 1.0 para empréstimo.
Para as fabricantes, os aumentos são a garantia de rentabilidade da operação. Para o consumidor, o desafio é garantir a rentabilidade de seu dinheiro em mais itens de segurança e conforto no carro novo. E, claro, o menor custo na vida útil. Veja a seguir.
5º – Fiat Argo Drive 1.0: R$ 58.890
O Fiat Argo é o segundo carro mais caro deste comparativo, mas nem de longe pode ser considerado o mais equipado. Essa equação simples, que pondera o quanto cobra e o que entrega, justifica seu último lugar.
Itens como central multimídia Uconnect de 7 polegadas, ar-condicionado, direção elétrica e vidros dianteiros elétricos fazem parte do pacote padrão do Argo Drive 1.0, de R$ 58.990.
Mas equipamentos que você encontrará nos concorrentes, como controles de estabilidade e tração, faróis de neblina, vidros elétricos traseiros, sensor de estacionamento, repetidores de seta nos retrovisores e o exclusivo ar digital, vêm no pacote S-Design, de R$ 3.200. É um ótimo valor avulso, mas um Argo de R$ 62.090 está longe de ser um bom negócio – o 1.3 custa R$ 100 menos.
O motor 1.0 6V até vai bem no uso urbano, onde cravou 14,1 km/l com gasolina. Mas o câmbio de relação final curta e o fato de usar duas válvulas por cilindro podem estar relacionados aos 15,4 km/l no regime rodoviário – a pior média dos cinco.
O Argo ainda é um carro com visual interessante, gostoso de dirigir, e tem bom espaço. O que ele realmente precisa não é de mais equipamentos, mas de um bom desconto.
Teste – Fiat Argo Drive 1.0
Aceleração
0 a 100 km/h: 15,4 s
0 a 1.000 m: 36,6 s – 159,1 km/h
Velocidade máxima: 162 km/h
Retomadas
D 40 a 80 km/h: 9,1 s
D 60 a 100 km/h: 12,7 s
D 80 a 120 km/h: 21,8 s
Frenagens
60/80/120 km/h a 0: 16,3/29/66,5 m
Consumo
Urbano: 14,1 km/l
Rodoviário: 15,7 km/l
Ruído interno
Neutro/RPM máx.: 40,2/71,4 dBA
80/120 km/h: 64,6/70,5 dBA
Aferição
Velocidade real a 100 km/h: 94 km/h
Rotação do motor a 100 km/h em 5a marcha: 3.400 rpm
Seu Bolso
Preço básico: R$ 58.890
Revisões (até 60.000 km): R$ 3.344
4º – Renault Sandero Zen: R$ 58.740
Não há carro mais espaçoso entre os hatches compactos. É uma qualidade que o Renault Sandero sustenta desde seu lançamento, em 2007, e que não corre risco de ser ameaçada. Mas o preço deixou de ser tão favorável a ele como antes.
O Sandero das fotos é um Zen 1.0, que parte dos R$ 58.740 e soma central multimídia com comandos satélite atrás do volante, molduras no console central e nas saídas de ar laterais e até as alças internas das portas, que a versão Life, de R$ 55.990, não tem.
O destaque do pacote de equipamentos fica para os airbags frontais e laterais de série, bem como ar-condicionado, direção eletro-hidráulica (mais pesada que a elétrica), sensores de estacionamento traseiro, DRL nos faróis, vidros elétricos dianteiros e travas elétricas. Não tem espelhos com ajuste elétrico, porém.
O câmbio manual de cinco marchas com escalonamento curto oferece agilidade até médias velocidades e não prejudica o consumo, que ficou em 14,8 km/l na cidade e 17,3 km/l na estrada, atrás apenas do HB20.
Não é barato ou bem equipado, mas o espaço que o entre-eixos de 2,59 m proporciona e os 320 litros de porta-malas pesam a favor do Sandero frente ao Fiat Argo, que é mais caro na compra e no pós-venda.
Teste – Renault Sandero Zen 1.0
Aceleração
0 a 100 km/h: 15,2 s
0 a 1.000 m: 36,7 s – 138,8 km/h
Velocidade máxima: 163 km/h
Retomadas
D 40 a 80 km/h: 8,8 s
D 60 a 100 km/h: 13,1 s
D 80 a 120 km/h: 23,8 s
Frenagens
60/80/120 km/h a 0: 15,3/27,4/59,5 m
Consumo
Urbano: 14,8 km/l
Rodoviário: 17,3 km/l
Ruído interno
Neutro/RPM máx.: 46,6/69,8 dBA
80/120 km/h: 66,4/73,4 dBA
Aferição
Velocidade real a 100 km/h: 97 km/h
Rotação do motor a 100 km/h em 5a marcha: 3.500 rpm
Seu Bolso
Preço básico: R$ 58.740
Revisões (até 60.000 km): R$ 3.105
3º – Ford Ka: R$ 55.390
O Ford Ka merece mais atenção da própria fabricante e também do mercado. A atual geração tem seis anos e recebeu a última reestilização há dois, mas continua com muitas qualidades, a despeito da queda nas vendas que sofre desde o início da pandemia. Só não tem grandes luxos na versão SE Plus, de R$ 55.390 – a mais vendida, por sinal.
A lista de equipamentos inclui a central Sync de 7 polegadas, vidros elétricos nas quatro portas e espelhos e travas elétricos. Mas além dos faróis de neblina não há outro equipamento de segurança que não seja obrigatório. Quem fizer questão do controle de estabilidade precisará partir para a versão FreeStyle 1.0, de R$ 61.590.
As qualidades do Ka estão no interior, com os grandes e confortáveis bancos dianteiros, a posição de dirigir mais elevada e o grande espaço para a cabeça de todos, o que também melhora o conforto no banco traseiro.
E ao dirigir nota-se que é um carro muito correto nas respostas do motor de 85 cv que gosta de girar, mas tem o maior apetite urbano (12,8 km/l). O câmbio só peca pelos engates mais longos.
Em resumo, o Ford Ka é um bom carro e garantiu a terceira posição pelo preço mais acertado que o de Argo e Sandero.
Teste – Ford Ka SE Plus 1.0
Aceleração
0 a 100 km/h: 15,2 s
0 a 1.000 m: 36,4 s – 142,9 km/h
Velocidade máxima: 166 km/h
Retomadas
D 40 a 80 km/h: 9,1 s
D 60 a 100 km/h: 14,5 s
D 80 a 120 km/h: 24, s
Frenagens
60/80/120 km/h a 0: 16,4/29,1/65,6 m
Consumo
Urbano: 12,8 km/l
Rodoviário: 17,1 km/l
Ruído interno
Neutro/RPM máx.: 42,1/70,5 dBA
80/120 km/h: 64,7/69,9 dBA
Aferição
Velocidade real a 100 km/h: 99 km/h
Rotação do motor a 100 km/h em 5a marcha: 3.250 rpm
Seu Bolso
Preço básico: R$ 55.390
Revisões (até 60.000 km): R$ 3.544
2º – Chevrolet Onix LT 1.0: R$ 60.490
O Chevrolet Onix se destaca em muitas coisas. É o mais moderno, mais completo, mais rápido… e o mais caro. A Chevrolet pede R$ 60.490 pelo Onix LT 1.0 básico. ou quase: é o único dos cinco com seis airbags e controles de estabilidade e tração de série em todas as versões. Ainda tem piloto automático, vidros elétricos nas quatro portas e central MyLink com tela de 8 polegadas.
O segundo pacote soma R$ 2.300 e inclui câmera de ré, partida sem chave, rodas de liga leve e acendimento automático dos faróis.
O carro das fotos é modelo 2020 e por isso ainda tem faróis e lanterna de neblina, carregamento sem fio para smartphone, dois USB traseiros e Wi-Fi. A GM fez a limpa na lista.
Qualidades ficaram, porém. O motor 1.0 12V aspirado é novo e responde bem, ainda que seja um pouco áspero e exista um buraco entre a segunda e a terceira marcha – e é o único do comparativo com seis. De toda forma, o 0 a 100 km/h em 14,3 segundos também faz inveja nos outros. Tem o segundo pior consumo urbano (13,8 km/l) e o segundo melhor rodoviário (17,1 km/l).
O Onix tinha um pacote imbatível e a retirada de itens foi seguida por aumentos. Nesse preço é difícil referendá-lo como a melhor escolha.
Teste – Chevrolet Onix LT 1.0
Aceleração
0 a 100 km/h: 14,3 s
0 a 1.000 m: 35,8 s – 145 km/h
Velocidade máxima: 167 km/h
Retomadas
D 40 a 80 km/h: 8,4 s
D 60 a 100 km/h: 12,6 s
D 80 a 120 km/h: 22,2 s
Frenagens
60/80/120 km/h a 0: 14,7/25,8/59,9 m
Consumo
Urbano: 13,8 km/l
Rodoviário: 17,1 km/l
Ruído interno
Neutro/RPM máx.: 38,8/65,1 dBA
80/120 km/h: 66,1/70,5 dBA
Aferição
Velocidade real a 100 km/h: 97 km/h
Rotação do motor a 100 km/h em 5a marcha: 2.800 rpm
Seu Bolso
Preço básico: R$ 60.490
Revisões (até 60.000 km): R$ 3.272
1º – Hyundai HB20 Vision Pack 1.0: R$ 54.390
O Hyundai HB20 das fotos é um Sense Pack, o mais básico de todos, mas com controles de estabilidade e tração, e custa R$ 51.590. Optamos por considerar o HB20 Vision Pack, que soma airbags laterais, central multimídia, vidros elétricos nas quatro portas, retrovisores e maçanetas pintados e lanternas escurecidas, e custa R$ 54.390.
O pacote é bom para o preço cobrado e o carro, apesar do design, tem conjunto muito competente. Basta ver que o motor 1.0 (o primeiro três-cilindros flex de todos, que estreou no Picanto em 2011) ainda é dono das melhores médias de consumo urbano (15 km/l) e rodoviário (17,8 km/l), e é só 0,1 s mais lento que o Onix, mesmo com câmbio de cinco marchas – com engates longos.
Como o GM, também tem um “buraco” na troca da segunda para a terceira marcha. E olha que a Hyundai encurtou a relação de diferencial na reestilização de 2019.
A suspensão consegue ser firme o suficiente para lidar bem com as curvas e confortável para filtrar buracos e emendas de asfalto. E não vai raspar em valetas ou quebra-molas como o Onix.
O Hyundai HB20 leva essa por ter o melhor equilíbrio na equação que envolve preço, consumo, desempenho e equipamentos relevantes.
Teste – Hyundai HB20 Vision Pack 1.0
Aceleração
0 a 100 km/h: 14,4 s
0 a 1.000 m: 35,9 s – 143,7 km/h
Velocidade máxima: 161 km/h
Retomadas
D 40 a 80 km/h: 8,4 s
D 60 a 100 km/h: 13,6 s
D 80 a 120 km/h: 22,8 s
Frenagens
60/80/120 km/h a 0: 13,3/24,5/52 m
Consumo
Urbano: 15 km/l
Rodoviário: 17,8 km/l
Ruído interno
Neutro/RPM máx.: 42,3/64,4 dBA
80/120 km/h: 63,7/70,2 dBA
Aferição
Velocidade real a 100 km/h: 96 km/h
Rotação do motor a 100 km/h em 5a marcha: 3.250 rpm
Seu Bolso
Preço básico: R$ 54.590
Revisões (até 60.000 km): R$ 2.815
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