Para superar crise, Volkswagen pode vender fábrica na Alemanha para chineses
Com vários problemas financeiros e precisando cortar custos, VW cogita vender uma de suas fábricas na Alemanha para uma fabricante chinesa

A Volkswagen está passando por uma grave crise na Europa. No ano passado, a marca estava pronta para anunciar o fechamento de três fábricas espalhadas pelo continente. Mas, após pressão dos sindicatos, a montadora alemã precisou recuar.
Ao invés disso, a marca concordou em parar a produção de duas fábricas na Alemanha (Dresden e Osnabrueck) apenas em 2027 e buscar um uso alternativo para ambas, já que cerca de 2.500 funcionários serão afetados neste movimento.
E é nessa crise econômica alemã que os chineses querem sair por cima. Em movimento totalmente contrário ao que está acontecendo na Alemanha, as montadoras chinesas estão em vasta expansão, nacional e internacional.

De acordo com a Reuters, essas duas fábricas são “bilhetes premiados” para a entrada de empresas chinesas no Velho Continente. Uma fonte interna da VW também informou ao portal que a montadora alemã está disposta a vender a sua fábrica em Osnabrueck para uma empresa chinesa após seu fechamento em 2027.
Um representante sindical de Osnabrueck, Stephan Soldanski, disse que os trabalhadores hoje empregados na fábrica não teriam nada contra produzir um carro para uma das joint ventures da VW na China. A Volks tem parcerias com JAC (na fabricação de carros da NIO), FAW e SAIC. Porém, a condição do sindicato seria manter o logotipo da Volkswagen nos carros produzidos.

Embora a China não tenha se pronunciado oficialmente sobre o interesse em nenhuma das fábricas, o Ministério das Relações Exteriores do país asiático se manifestou para defender qualquer possível interesse de empresas sob seu controle:
“A China introduziu uma série de medidas de abertura para criar novas oportunidades de negócios para empresas estrangeiras. Espera-se que o lado alemão também mantenha uma mente aberta, [e] forneça um ambiente de negócios justo, imparcial e não discriminatório para que as empresas chinesas invistam.”
A aquisição de fábricas na Europa também facilitaria a vida das chinesas quando o assunto é taxação. Embora o continente europeu não taxe exacerbadamente como os EUA e o Canadá, uma produção local diminuiria ainda mais os custos.

Esse é um movimento normal de mercado e que já foi muito utilizado pela própria Volkswagen – claro, em épocas financeiramente melhores.
O crescimento do mercado automotivo chinês demonstra que eles não vão parar enquanto não abocanharem parte do mercado mundial. A possível compra de uma fábrica da tradicionalíssima VW que está para fechar é um grande confirmação disso.