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Com requintes de carrão, Logus foi o mais Ford dos VW

O mais Ford entre os VW, o Logus tinha requintes dignos dos melhores carrões

Por Fabiano Pereira
Atualizado em 1 set 2024, 11h00 - Publicado em 1 set 2024, 07h00
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  • Fruto da segunda safra do casamento entre Volkswagen e Ford, o Logus era o substituto do Apollo, quase clone do Ford Verona, derivado da primeira geração do Escort. Como já havia ocorrido com seu antecessor, o DNA Ford falou mais alto também no caso do Logus.

    O porta-malas acomodava até 416 litros e só perdia para os 428 litros do Fiat Prêmio, mas, ao se rebater o banco traseiro, o volume aumentava para 688 litros.

    Volkswagen Logus CL 1.8
    A versão CL se caracterizava pelas rodas de aço (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Acima das versões CL 1.6 e 1.8 e GL 1.8, a GLS 1.8 era a mais sofisticada. Tinha requintes como chave única que acionava o alarme na fechadura, fechamento automático de vidros com um toque e com sistema antiesmagamento. Coisas só encontradas no Chevrolet Omega, entre os nacionais.

    Toca-fitas digital, equalizador com memória e ar-condicionado opcional completavam o pacote de mimos, apreciável até mesmo para o então tradicional padrão Ford.

    Volkswagen Logus CL 1.8
    O painel arredondado e de cor clara tinha um estilo mais Ford (Christian Castanho/Quatro Rodas)
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    Mas o que transbordava na forma de mesuras faltava em fôlego. “No primeiro teste, a versão GLS 1.8 brilha em conforto e sofisticação, mas peca em desempenho”, afirmava o primeiro teste do modelo, na edição de março de 1993.

    Disposição mesmo era coisa para o motor AP-2000, trazido pelo modelo Pointer, no segundo semestre. Foram 13,96 segundos para ir de 0 a 100 km/h, contra 12,28 do Kadett SL/E previamente testado. A retomada de 40 a 100 km/h levou 27,10 segundos, bem menos que os 20,33 do Apollo.

    Volkswagen Logus CL 1.8
    Ao contrário de outros VW, o motor era transversal (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Com 0,80 g de aceleração lateral, inferior até aos 0,83 g das peruas VW Parati e Fiat Elba, ele penou nas curvas. Mais volumoso na traseira que o Escort, seu centro de gravidade ficava para trás. Somavam-se a isso a suspensão macia e os pneus Goodyear Grand Prix S, de aderência inferior.

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    O Logus impressionou pela posição ao volante, painel completo com controles bem posicionados e câmbio de engates fáceis. Seu carburador eletrônico dispensava afogador.

    Volkswagen Logus CL 1.8
    Nas versões mais simples, relógio no lugar do conta-giros (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    O primeiro comparativo em QUATRO RODAS foi contra ele mesmo: versão álcool e gasolina do CL 1.6. O álcool andou mais: cravou 162,4 km/h (contra 156,9 km/h) e foi de 0 a 100 km/h em 14,61 segundos (contra 16,48). Mas o gasolina bebeu menos: média de 12,44 km/l, contra 9,44 km/l do álcool.

    Com o motor 1.8 opcional, é essa a versão do exemplar 1994 fotografado, do médico paulista Edson Navarrette. “É um motor que responde bem, tive poucos problemas com o carro, embora o freio dianteiro apresente tendência a travar, especialmente em piso molhado.”

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    Volkswagen Logus CL 1.8
    Botões de ventilação e os instrumentos são puro VW (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Foi no modelo 1994 também que a VW introduziu a opção do motor 2.0 para o Logus GLS, que também oferecia CD player opcional. Com 106 cv a gasolina ou 113 cv a álcool, o sedã respondia melhor às expectativas de um modelo de sua marca e porte. A aceleração de 0 a 100 km/h caiu para 11,88 segundos no teste de dezembro de 1993.

    Mas o destaque mesmo foram os 186,4 km/h de máxima. Nas frenagens, contudo, o texto confirmava a opinião de Navarrette.

    Volkswagen Logus CL 1.8
    Mesmo no básico, o revestimento de bancos e painéis de porta era atraente (Christian Castanho/Quatro Rodas)
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    Volkswagen Logus CL 1.8
    Carroceria de duas portas era o padrão na época (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Com injeção eletrônica, o GLS 2.0 surpreendeu e tornou-se o VW mais veloz testado pela revista, em agosto de 1994: 194,2 km/h. A linha Logus foi complementada em março com a série especial Wolfsburg Edition 2.0. Com a frente igual à do Pointer, de faróis mais largos, foi a última novidade relevante enquanto se desmantelava o casamento entre VW e Ford.

    Após 125.332 unidades fabricadas, a produção se encerrou em dezembro de 1996 por conta do fim da Autolatina. Pendendo mais para o conforto dos Ford que para a disposição dos VW, a harmonia sugerida pelo nome do Logus demorou para ser alcançada, e só nas versões superiores.

    Mas aí a união que proporcionou sua existência já não se sustentava mais.

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    Ficha técnica – Volkswagen Logus CL 1.8 1994

    Teste – QUATRO RODAS – março de 1993

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