O Chevette foi o primeiro compacto da GM no Brasil e desfrutou de grande popularidade, mas se viu ameaçado por uma nova geração de automóveis com motor e tração dianteiros na virada da década de 80. Em 1982, o Monza evidenciou sua defasagem técnica e de estilo, o que levou o fabricante a promover uma sensível reformulação no sedã. E a tática deu certo – foi campeão de vendas em 1983, superando o Fusca.
Dez anos após o lançamento, em 1973, a segunda geração do Chevette tinha a missão de preservar a satisfação dos clientes: as melhorias no projeto mantiveram a concepção de motor dianteiro (agora aumentado para 1,6 litro) e tração traseira (por eixo rígido). Mas alterações mais perceptíveis estavam no estilo, devidamente atualizado para concorrer com projetos mais modernos.
Completamente revista, a dianteira estava mais baixa e inclinada, com faróis retangulares, piscas integrados e uma grade semelhante à do Opala. Nas laterais, o destaque eram os para-lamas redesenhados e os quebra-ventos, uma exigência do mercado. A sobriedade do conjunto era reforçada pelas linhas retas das lanternas traseiras e dos para-choques.
O interior também recebia atualizações: retrovisores com controle interno e painel de instrumentos redesenhado com velocímetro, marcador de combustível e termômetro. O volante tinha aro de maior diâmetro e dois raios inferiores, para melhorar a visualização dos instrumentos. Porém, a ergonomia era crítica. Os pedais estavam deslocados em relação à direção, e o banco traseiro só comportava crianças com conforto.
Sob o ponto de vista técnico, outros avanços no propulsor: o cabeçote de fluxo cruzado recebeu câmaras otimizadas para suportar maior taxa de compressão – medidas que resultaram em melhor desempenho e menor consumo. O rendimento ficaria ainda maior com a opção do câmbio de cinco marchas.
Seus 73 cv o levavam de 0 a 100 km/h em 16,6 segundos, com velocidade máxima de 149 km/h. O consumo médio era de 7 km/l na cidade e 11,1 na estrada, com álcool. O Chevette preservava suas qualidades: robusto, confiável e até divertido – graças à direção precisa, freios eficientes e boa estabilidade. A tração traseira e o entre-eixos curto conferiam outra praticidade: diâmetro de giro pouco superior a 10 m.
A GM também investiu em conforto: o câmbio automático de três marchas era a novidade do modelo 1985, seguido do caro (e raro) ar-condicionado. O ápice ocorreu em 1988. A versão top (SE) passou a se chamar SL/E e o motor 1.6 recebeu um novo coletor de admissão, pistões e bielas mais leves e carburador de corpo duplo. A potência saltou para 81 cv, deixando-o mais rápido e veloz. O acabamento interno marrom era um dos opcionais mais interessantes, como este que equipa o Chevette SL do casal Fabio e Eleonora Alvarado.
A Chevrolet chegou a oferecer versões quatro-portas, mas sem muito sucesso. E o compacto não tinha vocação familiar, apesar do porta-malas de 323 litros. Em 1991, há 18 anos no mercado, chegou à maturidade em versão única, a DL. Mas estava aquém do Voyage, Prêmio e Escort. Seu fim de carreira foi marcado por duas versões: a Junior, com motor 1.0 (e 50 cv) e a derradeira “L”, um popular com motor 1,6 litro que encerrou uma história de 20 anos e 1,6 milhão de unidades vendidas.
Aceleração de 0 a 100 km/h: | 13,1 s |
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Velocidade máxima: | 153 km/h |
Consumo urbano: | 9,93 km/l (álcool) |
Preço (maio de 1990): | Cr$ 550.000 |
Preço (atualizado IPC-Brasil): | R$ 64.063 |
Motor: | 4 cilindros em linha, long., 1.599 cm3, 8V, comando de válvulas simples no cabeçote, carburadores de corpo duplo, 81 cv a 5.200 rpm, 12,8 mkgf a 3.200 rpm |
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Câmbio: | manual de 5 marchas, tração traseira |
Dimensões: | comp., 419 cm; larg., 157 cm; alt., 132 cm; entre-eixos, 239,5 cm; peso, 930 kg |
Pneus: | 175/70 R13 |