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Clássicos: Volkswagen Santana EX é considerado o melhor de todos os tempos

Executivo de carreira curta, Volkswagen Santana EX tinha no currículo injeção eletrônica como a do Gol GTi e amortecedores a gás

Por Fabiano Pereira
2 jun 2024, 17h00
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  • Publicado originalmente em julho de 2009

    O EX do logotipo na traseira se referia a Executivo, nome da nova série especial do Santana. Mas podia ser associado a palavras como exclusividade, exigência ou mesmo exibição. Lançado em fevereiro de 1990, foi o primeiro Santana com injeção eletrônica, recurso que só o Gol GTi teve antes. Além do melhor desempenho, o EX trazia uma série de requintes exclusivos. Aos discos de freio ventilados do Gol GTi somaram-se amortecedores pressurizados a gás, recurso inédito entre os VW nacionais.

    As rodas de liga leve douradas parecidas com as BBS alemãs rendiam um aspecto mais luxuoso e o aerofólio com luz adicional de freio que contornava toda a borda do porta-malas deixava claro que aquele não era um Santana qualquer.

    Grandes Brasileiros
    Vinha equipado com aerofólio, amortecedores pressurizados a gás e bancos Recaro (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Para justificar o preço 60% maior que o da versão até então mais luxuosa, a GLS, o EX precisava ser diferenciado de longe. Ele só era disponível com quatro portas e em azul (Mônaco, a cor do primeiro Gol GTi), preto ou vermelho, sempre metálico. A grade tinha desenho próprio de apenas três frisos, cor grafite e o logotipo VW era cromado.

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    Moldura de vidros, retrovisores e frisos eram cinza e a parte superior dos para-choques vinha na cor grafite. Lanternas fumê, escapamento oval, antena no teto, molduras sob as portas, pneus 185/60 HR 14 Pirelli P-600 e vidros laterais e traseiro verdes complementavam o visual.

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    Apenas 5.000 unidades do Santana EX foram produzidas (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Por dentro, havia trava central e sobre o carpete cinza ficavam tapetes com a sigla EX. O câmbio manual era o do Gol GTi. Iluminação vermelha tingia os instrumentos e os bancos Recaro e a forração eram de couro cinza, mas podiam ser pedidos de tecido. Rodas com pintura prata e câmbio automático de três marchas eram outros opcionais. Tudo isso saía por 1,4 milhão de cruzados novos, hoje cerca de R$ 542.897.

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    (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Enquanto no GTi a injeção roubava a cena, no EX a suspensão tinha brilho próprio. “Com amortecedores a gás (que são melhores que os convencionais porque não perdem eficiência sob uso intermitente), o Santana ficou suave sem ser mole e estável sem ser duro”, escreveu em janeiro de 1990 Luiz Bartolomais Jr., para quem o EX era quase outro Santana.

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    Câmbio do Santana Ex, modelo 1990 da Volkswagen, do administrador de empresas Werner Fleck. (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    “O melhor, porém, é que a essa característica juntaram-se a potência e as respostas rapidíssimas do motor 2.0 com injeção.” Segundo Thyago Szoke, presidente do Santana Fahrer Club, mais que melhor controle em curvas, os amortecedores a gás atenuaram as empinadas que faziam o Santana perder tração nas saídas.

    Quando a impressão foi traduzida em números no teste duas edições depois, o resultado não impressionou tanto. Foi de 0 a 100 km/h em 11,5 segundos e atingiu 168,5 km/h. Ainda assim, estabilidade, silêncio, suavidade do motor e qualidade do ar-condicionado e da direção hidráulica progressiva se destacaram. Já itens como a falta de regulagem de altura do volante e de computador de bordo e uma borracha tapando o buraco original da antena no para-lama eram falhas que não condiziam com seu preço.

    santana ex
    Motor do Santana Ex, modelo 1990 da Volkswagen, do administrador de empresas Werner Fleck. (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Desde novo, o exemplar fotografado pertence à família do administrador de empresas paulista Werner Fleck. Segundo Szoke, muitos ainda consideram o EX o melhor Santana produzido. Ele explica que, no total, foram fabricadas 5.000 unidades da série especial.

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    Já em 1991, o EX virava “ex”, ao desaparecer abrindo caminho para a nova geração do Santana, que oferecia até catalisador e o primeiro ABS em carro nacional de série. A tradição de inovação era mantida. Já a exclusividade e o status do Executivo até hoje não se repetiram na história dos VW brasileiros.

    Ficha técnica

    EX
    (Acervo/Quatro Rodas)

    Teste QUATRO RODAS – Março de 1990

    Preço

    Fevereiro 1990 – NCz$ 1.400.000

    Atualizado – R$ 542.897 (IPC-SP, abril de 2024)

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