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Volvo XC40: SUV só tem versões elétrica e híbrida, mas qual é a melhor?

Volvo lança o seu primeiro elétrico, o XC40 Pure Electric, mas o híbrido continua à venda. Mais de R$ 100.000 os separam e qual vale mais a pena?

Por Isadora Carvalho Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
13 ago 2021, 10h35
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  • O elétrico conta com a grade dianteira fechada e as novas rodas de 20”
    O elétrico conta com a grade dianteira fechada e as novas rodas de 20” (Fernando Pires/Volvo)

    O Volvo XC40 é o único modelo do Brasil que pode ser encontrado com três motorizações de conceitos distintos. Existe o XC40 equipado com motor 2.0 Turbo de 252 cv; o híbrido plug-in, que traz um motor térmico 1.4 Turbo de 180 cv e um elétrico de 82 cv (262 cv no total); e o 100% elétrico, com dois motores que juntos rendem 413 cv.

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    Detalhe: este último está em pré-venda. Seu lançamento comercial está previsto para setembro. E quem quiser optar pela versão convencional, com motor movido a gasolina, terá de recorrer aos classificados de seminovos, porque a Volvo decidiu parar de oferecer esse tipo de propulsão em seus carros, escolhendo a filial brasileira como uma das primeiras a adotar a filosofia de eletrificação completa.

    Aqui, alinhamos as duas opções que o comprador do XC40 zero-km tem a partir de agora, as quais ensejam uma questão que deverá ser cada vez mais comum na cabeça dos consumidores nos próximos anos: parto logo para um elétrico, tecnologia que será predominante no futuro, ou opto por um híbrido, solução intermediária, mas que deve ser mais garantida enquanto a infraestrutura necessária para os elétricos ainda não está totalmente implementada?

    Volvo XC40 Eletric
    Dimensões são iguais, mas o Electric é mais pesado, com quase 2,2 toneladas (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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    De cara, uma coisa que vai pesar na decisão é o preço, porque estamos falando de uma diferença de R$ 103.000, considerando a versão híbrida intermediária Inscription (mostrada aqui), que custa R$ 286.950, e a elétrica Pure Electric, que sai por R$ 389.950, na fase de pré-venda.

    Se a comparação for com a versão mais simples Momentum, a diferença sobe para R$ 130.000. E se for com a topo de linha R-Design, diminui para R$ 98.000. É preciso muita convicção para optar pelo elétrico. Mas o melhor a fazer é ler este comparativo até o fim, para saber se o modelo 100% vale o que custa.

    XC40 Eletrico
    No lugar do motor há um bagageiro com capacidade de 31 litros, muito prático no dia a dia. Quem comprar o elétrico em pré-venda ganhará o Wallbox produzido pela Volvo (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Um novo mundo

    O XC40 Pure Electric tem quase o dobro de potência da versão híbrida (413 cv contra 262 cv), gerada por seus motores, um em cada eixo, o que lhe dá a vantagem de ter tração integral, enquanto o rival é 4×2, com tração dianteira.

    Colocamos os carros na pista e o elétrico acelerou de 0 a 100 km/h em 4,9 segundos – exatamente o mesmo tempo informado pela fábrica. Já o híbrido precisou de 7,6 segundos para fazer o mesmo.

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    Com esse desempenho, o novato conquista o segundo lugar entre os elétricos mais rápidos testados por QUATRO RODAS, perdendo apenas para o superesportivo Porsche Taycan, com o tempo de 2,9 segundos, mas ultrapassando com folga seu par SUV Audi E-tron, que acelera de 0 a 100 km/h em 5,6 segundos (veja o Ranking na pág. 17).

    XC40 Elétrico
    A versão elétrica estreará com uma nova central multimídia (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Os números obtidos nas retomadas pelo Pure Electric também surpreenderam. Para acelerar de 40 a 80 km/h, ele levou 1,9 segundo contra 3,1 segundos do híbrido. E, de 80 a 120 km/h, demorou 2,9 segundos e o irmão gastou 5 segundos.

    A superioridade de desempenho da versão 100% elétrica também é nítida no dia a dia, graças ao torque máximo de 67,3 kgfm disponível a um leve toque no acelerador.

    O híbrido, por sua vez, apesar de mais fraco, não merece ouvir reclamações porque tem força suficiente para suas necessidades, principalmente no modo Power, em que os dois motores trabalham juntos e entregam 43,3 kgfm de torque. No que diz respeito à dirigibilidade, também existem particularidades.

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    XC40 Elétrico
    O velocímetro é todo estilizado no modelo elétrico. Para ligá-lo, basta acionar o câmbio. O som é Harman Kardon (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Enquanto o híbrido deve ser conduzido o tempo todo como um veículo convencional, o elétrico conta com a função “one paddle” (acionada por meio da central multimídia), que permite que as acelerações e as frenagens sejam controladas apenas pelo pedal do acelerador.

    Essa forma de conduzir é parecida com outros elétricos como o Chevrolet Bolt e o Tesla Model 3, avaliado nesta edição (veja pág. 46).

    Trata-se de uma nova experiência de direção, na qual não há a necessidade de acionar o pedal do freio na maioria das situações. Basta tirar o pé do acelerador e a redução de velocidade acontece.

    XC40 Elétrico
    A grade fechada e o novo logo identificam o elétrico. As rodas de 20 polegadas têm design exclusivo (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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    Confesso que, assim que liguei a função, demorei para me acostumar com as desacelerações um tanto bruscas, mas ao fim da convivência isso já não era um problema.

    Essa funcionalidade tem como objetivo aumentar a regeneração de energia das frenagens para recarregar o conjunto de baterias. Porém, se a intenção for ter uma experiência ao volante de um carro convencional, basta desacionar a função e o Pure oferece uma condução próxima da versão híbrida.

    A direção com assistência elétrica nos dois carros é sempre direta e comunicativa. E o conjunto de suspensão, McPherson na dianteira e multilink na traseira, é o mesmo.

    XC40 Híbrido
    O design traseiro segue o mesmo para as duas versões (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Aqui, no entanto, há uma diferença de comportamento, porque o conjunto da versão híbrida demonstrou maior eficiência para filtrar as imperfeições do piso, enquanto o da versão elétrica apresentou batidas secas ao passar por irregularidades no asfalto.

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    O Pure Electric tem alcance de até 418 km, segundo a fábrica, o que é uma autonomia considerável e dentro da média de outros modelos elétricos disponíveis no Brasil.

    Para testar o XC40 elétrico em nossa pista, que fica em Limeira (SP), a cerca de 150 km de distância da capital, iniciamos a viagem com 92% de carga, após abastecer em uma estação de recarga rápida por 1h30.

    XC40 Híbrido
    O híbrido pode rodar até 47 km no modo 100% elétrico, mas graças à adoção do motor 1.4 turbo de 180 cv alcança autonomia de mais de 1.000 km com consumo de cerca de 25 km/l (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    A reserva inicialmente estava em 55%. “Na volta fiz mais uma parada para recarregar apenas por segurança”, conta o piloto de testes Leonardo Barboza. Mas, segundo ele, é possível garantir que, mantendo uma velocidade constante de 100 km/h, na estrada, o Volvo atenderia nossa necessidade de viajar até Limeira, ida e volta, e ainda rodar na pista de testes, sem precisar de recarga.

    Já o híbrido pode rodar até 1.225 km com o tanque cheio, considerando que sua média de consumo medido por nós foi de 25 km/l na cidade. Ter dois tipos de energia a bordo é sem dúvida uma grande vantagem.

    As duas versões são quase idênticas nos demais aspectos como estilo, conforto e acabamento. Não pudemos comparar as centrais multimídia (que são diferentes) em uso porque a do Pure Electric não estava funcionando.

    XC40 Híbrido
    A híbrida conta com a central tradicional, com Apple CarPlay e Android Auto (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Segundo a fábrica, o carro de testes era um protótipo, mas o modelo estreará com um novo sistema operacional. Ainda de acordo com a Volvo, o Android Automotive OS permitirá ao usuário baixar apps na própria central e acessar um sistema avançado de comando de voz, o Google Assistant.

    Com essa tecnologia, o usuário não dependerá do celular para usar essas funções, que serão mais rápidas e avançadas. O híbrido segue com a central tradicional compatível com Apple CarPlay e Android Auto.

    Apesar de bem mais cara, a versão elétrica se mostrou mais evoluída em relação à híbrida. Não é segredo para ninguém que os híbridos nasceram para ser transitórios e a tendência é que a superioridade dos elétricos os substitua com o tempo. Essa é claramente a intenção da Volvo.

    XC40 Híbrido
    Painel digital de 12,3” exibe todas as funções do híbrido. A manopla de câmbio imita cristal e há duas entradas USB (Fernando Pires/Quatro Rodas)
    XC40 Híbrido
    Grade característica do XC40 marcam os híbridos. Rodas aro 19 são de série na versão Inscription (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Veredicto

    XC40 Elétrico

    O XC40 Pure Electric mostrou-se superior em desempenho e dirigibilidade em relação ao XC40 híbrido, mas seu preço alto torna a existência do irmão necessária.

    Teste – Volvo XC40 Pure Electric

    Ficha técnica – XC40 Pure Electric

    XC40 Híbrido

    Teste – Volvo XC40 Recharge Inscription

    Ficha técnica – Volvo XC40 Recharge Inscription

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