Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Toyota Mirai é aposta da montadora para os carros do amanhã

Primeiro carro a hidrogênio do mundo, o modelo traz design ultrapassado, mas aposta num combustível futurístico para movimentar seu motor elétrico

Por Joaquim Oliveira/Press Inform, da Califórnia (EUA)
Atualizado em 23 nov 2016, 20h21 - Publicado em 24 dez 2015, 16h02
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Toyota Mirai é movido a hidrogênio
    Motor e bateria vieram de outros Toyota híbridos (Divulgação/Toyota)

    Quando se fala de  carro do futuro, é fácil pensar no DeLorean do filme “De volta para o futuro”, movido a fusão nuclear. Mas se ele ainda está longe de ser real, outra variante de alta tecnologia já está entre nós: o primeiro automóvel a hidrogênio de série do mundo, o Toyota Mirai.

    Para a montadora, esse lançamento é tão inovador que ela não teve medo de fazer a relação com a trilogia de Robert Zemeckis: a marca convidou os atores Micheal J. Fox e Christopher Lloyd para o comercial do lançamento mundial do Mirai, que foi ao ar em 21 de outubro de 2015, mesmo dia em que os personagens Marty McFly e Dr. Emmett Brown desembarcam na Califórnia futurística no segundo filme da série, de 1989.

    Se os japoneses são bons de marketing, não dá para dizer o mesmo do design dos seus carros de propulsão alternativa. Foi assim com o híbrido Prius e é agora com o Mirai, com um estilo que parece vindo de algum lugar do passado. Mas o que interessa é menos sua beleza e mais o que há por baixo de suas linhas estranhas. Na traseira, há dois tanques de fibra de carbono que guardam o hidrogênio líquido. Este alimenta a célula de combustível (no centro do veículo), que reage  com o oxigênio do ar, produzindo vapor d’água (que sai do escapamento) e eletricidade (armazenada nas baterias sob o porta-malas). Essa energia é usada para mover um motor elétrico e garantir uma autonomia de 500 km.

    Toyota Mirai
    Motor do futuro, design do passado ()

    O Mirai (significa futuro, em japonês) chega ao público após 20 anos de pesquisas e testes da Toyota, que aposta tudo no novo combustível. “O que a gasolina foi nos primeiros 100 anos da indústria automotiva o hidrogênio será no futuro”, explica Takechi Uchiyamada, presidente mundial da marca. “Mas levará tempo. Também tivemos que esperar 10 anos para produzir 1 milhão de híbridos”.

    Continua após a publicidade

    Essa tecnologia não é nova: é conhecida desde os anos 60 e várias montadoras já investiram nesse tipo de carro. Mas sempre em forma de protótipo ou destinado a pequenas frotas. Mercedes, BMW, Honda ou GM queimaram milhões de dólares nessa rota. Nenhuma foi tão longe quanto a Toyota. A razão é o alto custo do veículo e do abastecimento, que exige uma rede própria para o combustível altamente inflamável e que deve ser guardado a altíssimas pressões – cerca de 700 bar nos tanques do carro, 135 vezes mais que num pneu de caminhão.

     

     

    Na Europa, o modelo custará 78 550 euros, que em alguns países compram dois BMW i3, um Tesla Model S ou um eficiente Mercedes S 300 híbrido diesel. No Japão e nos EUA, as condições são melhores. Na Califórnia, o interessado pode comprá-lo por US$ 57 500 (46 000 euros), e receber um subsídio de até US$ 12 000, ou alugá-lo a US$ 499 por mês. Entre San Diego e Sacramento (850 km), o dono pode encher os tanques de 112,4 litros (5 kg de hidrogênio) de graça nos primeiros três anos em qualquer um dos 100 postos que estão sendo construídos na região. E abastecê-lo leva só 6 minutos, bem menos que um elétrico comum, que exige até 8 horas para carregar suas baterias.

    Continua após a publicidade

    Carro sem futuro?

    Para 2015, as projeções estimam 700 vendas no mundo e 3 000 até o fim de 2017. Mas ainda que seja um baixo volume, a Toyota acredita na tecnologia e, ao contrário do que ocorreu no seu primeiro híbrido em 1997, crê que logo terá concorrência de peso. “Muitos acham que o hidrogênio é um disparate sem futuro. Mas muitos diziam o mesmo do Prius”, diz Satochi Ogiso, responsável pelo desenvolvimento.

    O Mirai é impulsionado por um motor elétrico de 155 cv na dianteira, capaz de levá-lo a 100 km/h em 9,6 segundos, além de atingir máxima de 178 km/h. Como percebemos no nosso test-drive em rodovias da Califórnia (EUA), a arrancada deste modelo de tração dianteira com 1 850 kg é bem rápida quando está no modo Power, que disponibiliza todo o torque máximo de 34,5 mkgf ao mais leve toque do pé direito. A direção não é um exemplo acabado de precisão e dá uma sensação artificial, enquanto a suspensão revela uma afinação surpreendentemente dura.

    Toyota Mirai 03
    O console central é uma enorme superfície sensível ao toque, que dá um ar futurista ? cabine ()

    No interior, o Mirai tem um ar um pouco mais moderno que o exterior, com um console central que parece vindo de uma nave espacial, devido às grandes superfícies sensíveis ao toque. Há espaço só para quatro pessoas e a qualidade percebida é melhor do que se vê no Prius. Enquanto a unidade central da célula de combustível está protegida numa estrutura resistente a impactos sob os bancos dianteiros, os dois tanques estão à frente e atrás do eixo traseiro. Isso explica a posição relativamente alta dos assentos dos passageiros e o porta-malas de 371 litros, bem menos que os 500 litros de um Chevrolet Prisma. É pouco para um carro de 4,89 metros, 25 cm maior que um Corolla.

    Continua após a publicidade
    Toyota Mirai 04
    O interior só comporta quatro pessoas confortavelmente ()

    São características que revelam no geral um veículo cujo comportamento dinâmico não se distancia muito de um automóvel elétrico, é verdade. Mas o apelo futurístico dele está em outro lugar. Assim como o DeLorean de Marty McFly, o Mirai é um carro limpo, que não produz nenhum gás poluente. Apenas água. Por essa, nem o Dr. Brown esperava.

     

    Ficha técnica
    Preço 80 000 EUR na Europa e US$ 57 500 nos EUA
    Motor diant. elétrico, 150 cv; 34,5 mkgf, alimentado por uma célula de combustível a hidrogênio
    Câmbio automático, uma marcha à frente, tração dianteira
    Direção elétrica
    Suspensão independente McPherson à frente e independente com triângulos sobrepostos atrás
    Freios discos ventilados na frente e sólidos atrás
    Pneus 215/55 R17
    Dimensões (em cm) 489 (comprimento); 153,5 (altura); 181,5 (largura); 278 (entre-eixos); peso: 1 850 kg
    Porta-malas 371 litros
    Tanque de combustível dois reservatórios, um de 60 litros e outro de 62,4 litros
    Desempenho 0 a 100 km/h em 9,6 s; velocidade máxima: 178 km/h
    Continua após a publicidade

     

    VEREDICTO

    Se o elétrico é o carro do futuro, o Mirai pode ser uma boa saída para contornar a baixa autonomia e o longo tempo de recarga.

    Publicidade

    Publicidade

    Consulte a Tabela KBB

    Selecione o carro que você quer vender ou comprar

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY
    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Quatro Rodas impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 10,99/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.