Toyota Hilux Challenge agrada pelo visual, mas não corrige falhas
Grande novidade da linha 2018, série especial com motor diesel custa R$ 161.990 e traz acessórios cobiçados pelos picapeiros
Faz apenas dois anos que a oitava geração da Toyota Hilux foi lançada no Brasil. Porém, a presença maciça nas ruas fez a picape deixar de ser notada.
A exceção tende a ser a versão for a Challenge, principal novidade da linha 2018 da picape feita na Argentina.
O pacote de acessórios da série especial (vendida por R$ 161.990) inclui vários detalhes externos na cor preta, como grade frontal, molduras dos para-lamas, capas dos espelhos retrovisores e maçanetas externas.
Além destes itens, o carro já sai de fábrica com santantonio e estribos laterais, dois dos itens mais cobiçados pelos picapeiros. Rodas de liga leve e adesivos nas laterais e na tampa da caçamba (todos devidamente pintados de preto) completam o visual.
Discreto, o interior tem uma régua horizontal vermelha percorrendo todo o painel – substituindo a cor prata das demais versões. Os bancos dispensam o revestimento em couro, mas o tecido preto com costuras vermelhas combina com a proposta esportiva da Challenge – e não é tão difícil assim de limpar.
O estilo esportivo fez bem à Hilux. É impossível não notá-la por aí, seja na cor Branco Polar ou Vermelho Metálico – as únicas opções disponíveis.
A dirigibilidade ainda é uma das principais virtudes da picape. Apesar de grandalhona (são 5,33 metros de comprimento, 1,81 metro de altura e 1,85 metro de largura), a Hilux é relativamente ágil devido à boa calibragem da direção hidráulica (que seria ainda melhor se tivesse assistência elétrica), leve nas manobras e firme em velocidades mais altas. Difícil mesmo é achar vagas em estacionamentos cada vez mais apertados.
O desempenho do motor 2.8 16V turbodiesel merece elogios. Os 177 cv são suficientes para embalar a picape e a entrega de força é bastante linear.
Mesmo assim, a Hilux é mais fraca do que suas rivais Nissan Frontier (190 cv), Chevrolet S10 e Ford Ranger – as duas últimas com 200 cv.
A transmissão automática de seis marchas oferece opção de trocas sequenciais e os modos de condução Eco e Power. O primeiro deixa a Hilux mais comedida nas acelerações para poupar combustível, enquanto o segundo faz o acelerador ficar mais sensível aos comandos do motorista.
É fácil acionar a tração nas quatro rodas: basta girar um botão localizado ao lado dos controles de climatização – lembrando que o modo 4×4 pode ser acionado a até 100 km/h e a reduzida só deve ser selecionada com o veículo totalmente parado e em neutro. Há ainda a opção de bloquear o diferencial traseiro para se livrar dos atoleiros mais críticos.
Alguns detalhes, porém, incomodam mesmo quem está acostumado a picapes. A suspensão não esconde sua calibragem voltada para o conforto dos passageiros, e consegue cumprir seu objetivo com louvor.
A consequência é que o veículo sacoleja demais ao transpor qualquer tipo de obstáculo ou desnível no asfalto. Outra deficiência da Hilux é o isolamento acústico, permitindo que o barulho do motor turbodiesel seja mais invasivo do que o desejado, especialmente nas acelerações.
Já a central multimídia oferece vários recursos, mas peca pela usabilidade (com navegação confusa pelos menus) e também pela sensibilidade da tela tátil, exigindo força nos dedos – e paciência.
A lista de itens de série da Hilux Challenge inclui controles de estabilidade e de tração, airbag para os joelhos do motorista, câmera de ré, sensor de luminosidade, vidros elétricos nas quatro portas, travamento central das portas, controle elétrico dos espelhos retrovisores, rodas de 17 polegadas, volante com comandos de som e telefone, piloto automático e central multimídia com tela de 7 polegadas com GPS, DVD e TV digital.
Falta protetor de caçamba e capota marítima, oferecidos apenas como acessórios na rede de concessionárias.
Seu preço sugerido é de R$ 161.990, mas se a cor escolhida for vermelha a conta sobe para R$ 163.640.
É quase o mesmo valor pedido pela Ford Ranger Sportrac 2.2 Diesel (cujo preço é de R$ 162.990), mas menos do que a versão intermediária da Chevrolet S10, a LTZ 4×4, oferecida a partir de R$ 172.790.
Se a escolhida for a versão topo de linha da S10, a High Country (equipada com o mesmo motor 2.8 turbodiesel da LTZ (que tem 200 cv, 23 cv a mais do que a Hilux), o cliente precisará desembolsar R$ 182.390.