Toyota Corolla Cross, Jeep Compass ou Tiggo 7: qual o melhor SUV médio?
O Jeep Compass parece liderar as vendas dos SUVs médios com tranquilidade, mas o Toyota Corolla Cross foi renovado e o Caoa Chery Tiggo 7 está bem mais barato
Os SUVs médios se atualizaram. O Toyota Corolla Cross 2025 teve uma pequena mudança de motor e uma alteração completa no design externo e interno. Já o Caoa Chery Tiggo 7 Pro, do último comparativo (feito em 2022) para cá ganhou o sobrenome Max Drive, com a adoção de tecnologias de auxílio à condução e está bem mais barato.
Quem não tem muito o que destacar é o Jeep Compass, que segue praticamente o mesmo e, por sinal, continua como o SUV mais vendido do Brasil. Por isso convocamos os três para um novo confronto. Afinal, qual deles merece a preferência do consumidor?
O Toyota recebeu seu primeiro facelift, de meio de geração, para a linha 2025. Ele ficou irreconhecível na dianteira ao adotar um novo conjunto óptico mais afilado com uma assinatura de led no meio da peça.
O para-choque frontal também foi renovado, com entradas de ar laterais maiores. A grade em preto foi substituída por uma textura em forma de colmeia diretamente na carroceria.
Na lateral, o que o SUV da Toyota tem de diferente são as rodas, com novo desenho, e um aplique prateado na parte superior dos vidros, que começa na coluna dianteira e se estende até a traseira, após a vigia – uma solução que dá efeito de amplitude, causando a impressão de que o SUV é maior do que realmente é.
E essa sensação é bem-vinda para o Corolla Cross, pois é ele que oferece o menor espaço interno do trio alinhado aqui. O espaço para pernas tanto na primeira fileira quanto na segunda é o mais limitado entre os rivais. O Toyota oferece 96 cm na dianteira e 87 cm na traseira, enquanto o Tiggo entrega 97,5 cm, na frente, e 97 cm, atrás, e o Compass, 99,5 cm e 90 cm, respectivamente.
Mas, se o Corolla Cross perde no espaço para o rivais, é ele que o mais econômico, um quesito também importante nesse segmento. A versão XRX, topo de linha, avaliada é equipada com o motor 2.0 aspirado com injeção direta e indireta, que perdeu 2 cv tanto abastecido com etanol quanto com gasolina e 0,5 kgfm de torque, para se ajustar aos novos limites de emissões impostos pela legislação – a fase L8, do Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores), que entra em vigor no fim de 2025.
Agora, são 175 cv (gasolina) e 167 cv (etanol) e 20,8 kgfm. E ele segue casado com o câmbio CVT de dez marchas. A Toyota afirma que fez modificações aerodinâmicas para que a mudança no motor não afetasse o desempenho e nem o consumo. Deu certo. Registramos na nossa pista um consumo com gasolina de 12,3 km/l na cidade e 15 km/l na estrada – praticamente o mesmo rendimento conseguido pelo modelo anterior (que foi de 12 e 15,4 km/l, respectivamente).
O leitor atento, que viu o teste de estreia do Corolla Cross na edição de maio, deve se lembrar que, na ocasião, os números de consumo foram piores (11,3 e 13,3 km/l). Mas nós refizemos os ensaios pelo fato de aqueles primeiros terem sido feitos fora de nossa pista habitual, embora com a mesma medotologia. Refazer os testes foi uma decisão acertada, uma vez que os resultados foram diferentes.
Falando ainda de consumo, o Chery Tiggo 7 tem médias de 10,1 e 13,3 km/l (cidade/estrada) e o Jeep Compass é o menos econômico, com médias de 9,6 km/l e 12,8 km/l, respectivamente.
Em geral, o carro que apresenta o melhor consumo de combustível não é o que ostenta o desempenho mais vigoroso e essa verdade se aplica completamente ao Corolla Cross, que é o único a trazer motor aspirado – que também é o mais fraco dos três, com 175 cv de potência e 20,8 kgfm de torque.
Essa característica faz com que seu desempenho tenha sido inferior ao dos rivais, com um tempo de 0 a 100 km/h de 10,3 segundos, enquanto o Compass equipado com o 1.3 turbo (185 cv/27,5 kgfm) cumpriu em 9,9 segundos, e o Tiggo 7 foi o mais rápido, acelerando em 8,6 segundos graças a seu motor 1.6 turbo, que é o mais forte do trio, com 187 cv e 28 kgfm.
As retomadas do Caoa Chery também foram bem superiores e a que trouxe maior discrepância foi a de 80 a 120 km/h cumprida em 5,2 segundos, enquanto Compass e Corolla Cross fizeram em 7 s e 6,6 s, respectivamente.
Qual SUV tem a melhor vida a bordo?
O Corolla Cross é o único do comparativo que tem suspensão traseira por eixo de torção em vez de usar um conjunto multilink, como Compass e Tiggo 7 Pro. O sistema independente trabalha com mais eficiência na manutenção do contato das rodas com o piso do que o eixo de torção, no qual há uma ligação entre as rodas, o que permite que estímulos aplicados em um dos lados seja transmitido para o outro – o que não acontece no sistema independente.
Mesmo assim, no dia a dia é possível sentir uma superioridade no conjunto do Tiggo 7, com a carroceria ficando mais estável em meio aos pavimentos remendados na cidade e ao atravessar algum buraco. Mas não dá para dizer que os sistemas de suspensão dos rivais não cumpram seus papéis. Todos os três têm acertos que priorizam o conforto, o que é uma característica cultuada pelos compradores desse segmento.
A ergonomia também é elogiável nos três modelos, pois todos têm regulagem de altura dos bancos e os volantes são ajustáveis tanto em altura quanto em profundidade. Mas só o Corolla Cross e o Tiggo 7 oferecem uma regulagem milimétrica, graças ao ajuste elétrico do banco do motorista.
A vida a bordo é privilegiada no Compass e no Tiggo 7, por eles trazerem o console elevado, recurso que também contribui para a ergonomia por deixar os comandos localizados ali mais acessíveis. Nessa categoria de veículo se espera que o acabamento seja esmerado e portanto nos três SUVs há o emprego de materiais de boa qualidade e a manufatura é elogiável. Todos contam com revestimentos que imitam couro nos bancos, material que também é aplicado no painel, nas portas e no volante.
No que diz respeito à conectividade, antes o Corolla Cross deixava a desejar, mas agora ele ganhou a mesma central multimídia do sedã com tela de 9” e conexão sem fio para Apple CarPlay e Android Auto, acompanhada pelo carregamento do celular por indução. A modernidade é complementada pela adoção do quadro de instrumentos digital com tela de 12,3”com riqueza de informações, imagem de alta qualidade e bons contrastes.
O Compass, na linha 2025, também ganhou o quadro de instrumentos digital de 10,25” (de série a partir da versão Longitude, considerada neste comparativo). Essa central tem bom tamanho e a conexão com smartphones também é sem fio, mas o carregamento por indução não está disponível nessa versão.
O Tiggo 7, por sua vez, é o que oferece a multimídia com a maior tela, 10,25”. A conexão com os celulares é apenas por cabo, porém a operação das funções é intuitiva e ela é a central que está mais bem integrada ao painel. E não falta carregador por indução, que está elegantemente disposto no console central elevado. O quadro de instrumentos é digital de 12,3”.
Qual o SUV com melhor custo/benefício?
No comparativo anterior, o Tiggo 7 custava exatamente o mesmo que os rivais e não era equipado com nenhuma tecnologia de auxílio à condução, o que o levou a ficar com a terceira posição. Dois anos depois, ele custa bem menos que os concorrentes e é mais bem equipado.
O SUV chinês montado no Brasil traz equipamentos exclusivos como o monitor de ponto cego, que exibe na tela da central a imagem da lateral assim que o motorista aciona a alavanca da seta – um recurso útil, porém um pouco incômodo quando o Waze está sendo utilizado. Há também visão 360o, alerta de tráfego cruzado e assistente de iluminação em curva que utiliza o farol de neblina.
O teto panorâmico complementa os itens inéditos, sendo que o Corolla Cross também traz teto solar, mas convencional, restrito à primeira fileira. Os itens conhecidos como ADAS, que contempla frenagem autônoma de emergência, sensor de ponto cego e assistente de permanência em faixa, além do piloto automático adaptativo, estão disponíveis nos três SUVs.
O Caoa Chery Tiggo 7 é o SUV médio mais barato do Brasil, graças a sua versão de entrada, Sport, que custa R$ 134.990, mas a versão considerada aqui é a Max Drive, que oferece tecnologias semiautônomas e traz um conjunto mecânico mais robusto e, mesmo assim, ela custa R$ 169.990. Tornando-se de longe o SUV mais barato do comparativo, enquanto o Toyota Corolla Cross XRX custa R$ 191.790 e o Jeep Compass Longitude, versão intermediária, é o mais caro por R$ 196.990.
E é o custo/benefício que faz o jogo virar e dar a vitória deste comparativo ao Caoa Chery Tiggo 7 Pro. Por um valor menor, ele traz o conteúdo mais rico, principalmente em tecnologias de auxílio à condução, o melhor desempenho em acelerações e retomadas e um espaço interno generoso, ostentando o porta-malas com o maior volume, 475 litros.
O Corolla Cross fica com o segundo lugar, por ser o mais econômico e por apresentar um desempenho bem próximo ao do Compass, apesar de ser menos potente. O fato de ter tido um merecido incremento em conectividade com adoção de quadro de instrumentos digital e multimídia mais moderna o faz ser uma boa opção.
Isso sem contar com a reputação da marca Toyota, que traz um pós-venda reconhecido pela excelência e que há anos está entre as marcas mais elogiadas pelos proprietários em nossa pesquisa Os Eleitos. Ela ficou em segundo lugar em 2023 como melhor pós-venda. E o Corolla Cross ganhou como modelo mais amado pelos donos.
E o terceiro lugar fica com o Jeep Compass, por apresentar o preço mais elevado frente aos concorrentes, não trazer equipamentos exclusivos e ter o pior desempenho em consumo de combustível e que não é compensado com o melhor desempenho em pista, título conquistado pelo SUV da Caoa Chery. Na linha 2025 ele ganhou versões com o motor 2.0 a gasolina Hurricane (272 cv e 40,8 kgfm), que estreou na Rampage, e que nesses casos o desempenho vai compensar o consumo mais elevado, mas os preços sobem para outro patamar e partem de R$ 266.990.
Veredicto Quatro Rodas
O Tiggo 7 Pro vence pelo conjunto da obra: é o mais barato, tem um pacote de equipamentos mais completo, seu desempenho é superior e ele é o que oferece espaço interno mais generoso. O Corolla Cross melhorou em conectividade e por ser o mais econômico garante o segundo lugar. Já o Jeep Compass, apesar de ser líder de mercado, custa mais caro e oferece menos conteúdo.
Ficha Técnica – Caoa Chery Tiggo 7
Motor: gasolina, turbo, dianteiro, transversal, 4 cilindros em linha; 1.598 cm3, 187 cv a 5.500 rpm, 28 kgfm a 2.000 rpm
Câmbio: DCT, 7 marchas, tração dianteira
Direção: elétrica
Suspensão: McPherson (dianteira), multilink (traseira)
Freios: disco ventilado (dianteira) e sólido (traseira)
Pneus: 225/60 R18
Peso: 1.489 kg
Dimensões: comprimento, 450 cm; largura, 184,2 cm; altura, 170,5 cm; entre-eixos, 267 cm; tanque, 51 l; porta-malas, 475 l
Geometria off-road: ângulo de entrada, 21º, ângulo de saída, 27º, altura mínima do solo, 17,3 cm
Ficha Técnica – Toyota Corolla Cross XRX
Motor: flex, dianteiro, transversal, 4 cilindros, 1.987 cm3, 16V, 175/167 cv a 6.600 rpm, 20,8 kgfm a 4.400 rpm
Câmbio: CVT, 10 marchas, tração dianteira
Direção: elétrica
Suspensão: McPherson (dianteira), eixo de torção (traseira)
Freios: disco ventilado (dianteira) e sólido (traseira)
Pneus: 225/50 R18 Peso: 1.420 kg
Dimensões: comprimento, 446 cm; largura, 182,5 cm; altura, 162 cm; entre-eixos, 264 cm; tanque, 47 l; porta-malas,
440 l
Geometria off-road: ângulo de entrada, 21º, ângulo de saída, 36º, altura mínima do solo, 16,1 cm
Ficha Técnica – Jeep Compass Longitude T270
Motor: flex, dianteiro, transversal, 4 cil., 1.332 cm3; 16V, 185/180 cv a 5.750 rpm, 27,5 kgfm a 1.750 rpm
Câmbio: automático, 6 marchas, tração dianteira
Direção: elétrica
Suspensão: McPherson (dianteira), eixo de torção (traseira)
Freios: disco ventilado (dianteira) e sólido (traseira)
Pneus: 225/55 R18
Peso: 1.556 kg
Dimensões: comprimento, 441,6 cm; largura, 182 cm; altura, 164,4 cm; entre-eixos, 263,6 cm; tanque, 60 litros; porta-malas, 410 l
Geometria off-road: ângulo de entrada, 20,6º, ângulo de saída, 30,8º, altura mínima do solo, 20,2 cm
Teste Quatro Rodas
Aceleração | Tiggo 7 Pro | Corolla Cross XRX | Compass Longitude T270 |
0 a 100 km/h | 8,6 s | 10,3 s | 9,9 s |
0 a 1.000 m | 29,3 s – 183,3 km/h | 31,5 s – 169,8 km/h | 31,3 s – 166,7 km/h |
Velocidade máxima* | n/d | n/d | n/d |
Retomadas | |||
D 40 a 80 km/h | 3,4 s | 4,4 s | 4,3 s |
D 60 a 100 km/h | 4,2 s | 5,2 s | 5,7 s |
D 80 a 120 km/h | 5,2 s | 6,6 s | 7 s |
Frenagens | |||
60/80/120 km/h a 0 | 14,3/25,7/58,2 m | 13,8/24,7/57,3 m | 16,5/29,4/63,9 m |
Consumo | |||
Urbano | 10,1 km/l | 12,3 km/l | 9,6 km/l |
Rodoviário | 13,3 km/l | 15 km/l | 12,8 km/l |
Ruído interno | |||
Neutro/RPM máx. | 34,1/72,2 dBA | 39,2/72,4 dBA | 42,4/65,7 dBA |
80/120 km/h | 61,6/72,4 dBA | 60,9/73,4 dBA | 63,7/68,8 dBA |
Aferição | |||
Velocidade real a 100 km/h | 96 km/h | 94 km/h | 97 km/h |
Rotação do motor a 100 km/h em D | 1.700 rpm | 1.300 rpm | 1.800 rpm |
Volante | 2,5 voltas | 2,5 voltas | 2,5 voltas |
SEU Bolso | |||
Preço | R$169.990 | R$191.790 | R$196.990 |
Garantia | 5 anos | 5 anos | 5 anos |
Concessionárias | 119 | 216 | 202 |
Revisões até 60.000 km | R$6.650 | R$5.700 | R$4.982 |