Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Teste: Volkswagen Taos é o mais rápido entre Corolla Cross e Compass

Sem ousadias visuais ou mecânicas, o SUV aposta em espaço, desempenho e prazer ao dirigir para chamar atenção no segmento mais comentado do ano

Por Guilherme Fontana Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 7 dez 2022, 17h39 - Publicado em 9 jun 2021, 12h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Volkswagen Taos
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Compass e Corolla Cross. Esses foram os nomes mais falados no início de 2021, quando o assunto da roda era SUVs. Um terceiro nome também aparecia, só que de um jeito mais tímido, talvez pela incerteza de quando chegaria às lojas. É o Volkswagen Taos, que faz sua estreia neste mês de junho prometendo atrapalhar a vida fácil do Jeep (líder absoluto do segmento), ofuscar o lançamento do recém-chegado Toyota e, finalmente, cair na boca (e nas garagens) do povo.

    Clique aqui e assine Quatro Rodas por apenas R$ 8,90

    O Taos é fabricado na planta de General Pacheco, na Argentina, e chega em duas versões: Comfortline (R$ 154.990) e Highline (R$ 181.790). A que ilustra estas páginas é uma terceira opção: uma série especial de lançamento, que custa R$ 191.060, é baseada na topo de linha Highline e tem itens exclusivos. Entre eles, sistema de som Beats com oito alto-
    -falantes e subwoofer, rodas escurecidas e teto e retrovisores pintados em preto. A VW não divulgou até quando o pacote ficará disponível.

    Volkswagen Taos
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    De qualquer forma, o SUV é bem equipado desde a versão mais barata. São seis airbags, sensores de estacionamento, piloto automático (adaptativo na Highline), central VW Play com 10,1 polegadas (compatível com os sistemas Android Auto e Apple CarPlay), freio de estacionamento elétrico e detector de fadiga.

    Continua após a publicidade

    A Comfortline tem quadro de instrumentos digital com tela de 8 polegadas, que aumenta para 10,25 na Highline, e faróis de led, que na versão mais cara ganha sistema IQ Light, grande diferencial do modelo com ajustes adaptativos do facho de acordo com a situação, levando em conta velocidade do carro e iluminação da via.

    Volkswagen Taos
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Entre os modos de funcionamento dos faróis estão: City Light, que ilumina trechos mais próximos do carro em perímetro urbano entre 10 e 35 km/h; Motorway Light, que ilumina trechos mais distantes em velocidades acima de 110 km/h; e Country Light, que liga os faróis baixos automaticamente acima dos 35 km/h. Há também facho alto automático e acompanhamento de trajetória em curvas.

    Um ponto negativo está nas conexões USB, que são três, todas do tipo USB-C. Apesar de mais modernas, elas ainda não são comuns para grande parte dos brasileiros.

    O Taos mostra cuidado no acabamento, com bons encaixes e materiais de boa qualidade, apesar de o painel ser todo feito com plásticos rígidos. Mesmo assim, aparência e texturas são agradáveis e passam a impressão de refinamento. Os traços do painel remetem aos irmãos mais baratos Polo, Virtus e T-Cross, com as saídas de ar abaixo da central multimídia, que parece se ligar ao quadro de instrumentos, e um aplique central de plástico brilhante, que dá ares de modernidade.

    Continua após a publicidade
    Volkswagen Taos
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Logo abaixo, há uma faixa com revestimento de couro costurado – mas que só tem toque macio nas portas. O volante, de couro e multifuncional, vem do Golf de oitava geração vendido na Europa, e os comandos do ar-condicionado são os mesmos do Tiguan. Porém, ninguém está imune a deslizes. As portas traseiras perdem os materiais emborrachados vistos nas dianteiras e são duras e ásperas. As gafes no acabamento ficam mais evidentes diante de seus rivais – o Compass tem o painel quase que totalmente macio.

    Além da boa aparência, outro ponto alto do interior do SUV é o espaço. Quem vai atrás não passa aperto e sobra vaga até para pessoas com mais de 1,90 m, seja para ombros, pernas ou cabeça. Um dos motivos é o bom entre-eixos de 2,68 metros, maior que o de Compass (2,63 m) e Corolla Cross (2,64 m).

    Volkswagen Taos
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Também atrás, há saídas de ar-condicionado abaixo dos bancos dianteiros e no console central com controle de fluxo, e uma entrada USB do tipo C. Camuflado no encosto central está um apoio de braços com porta-copos, que dá acesso ao porta-malas, permitindo buscar um objeto no compartimento sem precisar sair do carro. Mas todo esse conforto só vale para dois ocupantes. Uma terceira pessoa certamente sofrerá com o túnel alto no piso e com assento e encosto mais estreitos e duros.

    Continua após a publicidade

    O porta-malas também merece elogios por ser o maior entre os rivais: são 498 litros, contra 410 litros do Jeep e 440 litros do Toyota. O acesso é bom para grandes objetos e o generoso ângulo de abertura reduz o risco de se bater a cabeça na tampa. Para fechar o porta-malas, há uma alça interna no lugar de apenas um nicho. É uma boa e prática solução.

    Volkswagen Taos
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Por fora, não se tem grandes inovações no design, que fica mais próximo da aparência “séria” do Tiguan do que do jeito mais moderno do T-Cross. Mesmo assim, na dianteira, busca elementos para criar personalidade, como a faixa preta em formato de X e a profusão de grades do tipo colmeia no para-choque dianteiro. Ainda no para-choque, as aberturas nas extremidades, onde normalmente seriam instalados faróis de neblina, são funcionais para auxiliar no resfriamento dos freios.

    A versão Highline ganha ainda a faixa luminosa na grade, que parece cortar o novo logo da Volkswagen. Esse ornamento herdado da linha de elétricos da marca, a ID, é mais discreto do que pode parecer e fica ofuscado justamente pela quantidade das grades em colmeia, mesmo em partes sem entradas de ar. Isso acaba pesando no visual.

    Volkswagen Taos
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)
    Continua após a publicidade

    A traseira tem lanternas de led com iluminação que lembra letras Y deitadas. Uma faixa com trama de colmeia repete o desenho da dianteira, mas os apliques cromados no para-choque não conversam com nada e lembram o Chery Tiggo 5X. As rodas são sempre aro 18 com pneus 215/55, mas o desenho muda com a versão. Apesar de não inovar, a aparência do Taos é elegante.

    Ele é sempre equipado com o conhecido motor 1.4 TSI (turbo com injeção direta) flex, com 150 cv de potência e 25,5 kgfm de torque, e o câmbio automático de seis marchas. A tração é dianteira e a Volkswagen não dá sinais de que um dia o Taos terá tração integral por aqui. Para isso, segundo a marca, existe o Tiguan – que não custa menos de R$ 230.000 e tem motorização 2.0 turbo.

    Volkswagen Taos
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Caso os dados técnicos do motor não tenham animado, agora vem a surpresa. Em nossos testes, feitos com gasolina, o Taos foi de 0 a 100 km/h em 10,2 segundos, ou seja, 0,1 segundo mais rápido em relação ao Compass 1.3 turbo. O Volks é 84 kg mais leve do que o Jeep, mas a diferença é pouca e não justifica por si só o melhor desempenho. O resultado é uma prova das boas acelerações do modelo, que desenvolve velocidade de forma fácil e suave, sem esforço.

    Além disso, a Volkswagen parece ter amenizado no Taos a sensação de turbo lag presente em todos os outros modelos com o mesmo motor 1.4 TSI. As respostas do motor a partir do acionamento do acelerador estão mais rápidas, o que é uma contradição, já que o torque do modelo vem a partir dos 1.500 rpm, acima dos 1.400 rpm do Jetta. A rotação maior é a mesma adotada no Polo GTS.

    Continua após a publicidade
    Volkswagen Taos
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Assim como a direção mais direta, a posição de dirigir do Taos tem certa esportividade, embora sua proposta seja totalmente familiar. É possível achar uma posição mais instigante e prazerosa. A suspensão vai pelo mesmo caminho, mas sem deixar de ser confortável. Aqui, o acerto busca passar conforto para os ocupantes, sem que para isso o carro seja “molenga”. No Taos, o conjunto não permite que a carroceria tenha grandes rolagens ou dê sustos em curvas – pelo contrário, ele parece se movimentar sobre um trilho.

    Porém, enquanto os ocupantes desfrutam do conforto, a combinação da direção justa e da suspensão mais firme aparece de forma evidente para o motorista. As imperfeições do solo são refletidas diretamente no volante.

    Volkswagen Taos
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    O SUV também passou pela prova de consumo de combustível com bons números. Com gasolina, ele registrou as médias de 11,4 km/l em ciclo urbano e 14,3 km/l em ciclo rodoviário. Os resultados só são piores em relação ao Corolla Cross, tanto com motorização híbrida quanto no 2.0 aspirado. A razão, além da eficiência do motor, está no funcionamento do câmbio. A transmissão tem trocas suaves e mantém a rotação do motor baixa, privilegiando o consumo. A 100 km/h, em sexta marcha e no modo Eco, o motor gira a 1.750 rpm.

    Baseado na plataforma MQB A, a mesma de Jetta e Tiguan, e não na MQB A0, de Polo e T-Cross, o Taos se beneficia de um maior refinamento em construção e dirigibilidade.
    Em resumo, o novato tem atributos que vão dar o que falar.

    Veredicto

    Com muito espaço, bom desempenho e prazer ao dirigir, o Taos é o elemento que faltava no segmento. A disputa será boa.

    Testes de desempenho

    Aceleração:
    0 a 100 km/h: 10,2 s
    0 a 1.000 m:
    31,3 s – 169,6 km/h
    Velocidade Máxima:
    194 km/h*
    Retomada:
    D 40 a 80 km/h: 4,4 s
    D 60 a 100 km/h: 5,6 s
    D 80 a 120 km/h: 7,4 s
    Frenagens:
    60/80/120 km/h – 0 m: 13,6/25,3/54,6 m
    Consumo:
    Urbano: 11,4 km/l
    Rodoviário: 14,3 km/l
    Ruído Interno:
    Neutro/RPM máx.: 38,3/63,6 dBA
    80/120 km/h: 62,9/67 dBA
    Aferição:
    Velocidade real a 100 km/h: 98 km/h
    Rotação do motor a 100 km/h em 6ª marcha: 1.750 rpm
    Volante:
    2,5 voltas

    Ficha técnica

    Preço: a partir de R$ 154.990
    Garantia: 3 anos
    Motor: flex, dianteiro, transversal, 4 cil., 16V, turbo, 1.395 cm³, 150 cv a 5.000 rpm, 25,5 kgfm a 1.500 rpm
    Câmbio: automático, 6 marchas, tração dianteira
    Suspensão: ind. McPherson (diant.), multilink (tras.)
    Freios: disco ventilado (diant.) e sólido (tras.)
    Direção: elétrica, 11,5 (diâmetro de giro)
    Pneus: 215/55 R18
    Dimensões: comprimento, 446,1 cm; largura, 209,7 cm; altura, 163,6 cm; entre-eixos, 268 cm; porta-malas, 498 l; tanque de combustível, 51 litros

    *Dado de fábrica

     

    Não pode ir à banca comprar, mas não quer perder os conteúdos exclusivos da Quatro Rodas? Clique aqui e tenha o acesso digital.

    Capa Maio 2021

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY
    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Quatro Rodas impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 10,99/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.