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Teste: o complexo de superioridade do novo Kia Cerato

O Kia Cerato se destacaria entre compactos, mas insiste em brigar com os médios

Por Guilherme Fontana Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
1 mar 2017, 20h55
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  • Na linha 2017, faróis estão mais afilados e ligados à grade
    Na linha 2017, faróis estão mais afilados e ligados à grade (João Mantovani/Quatro Rodas)

    O Cerato chegou ao Brasil em 2010 com a assumida missão de enfrentar Civic, Corolla, Cruze e Jetta. Porém, por decisão estratégica da empresa, sofre as consequências em querer brigar em um terreno de gente grande.

    Agora, na linha 2017, o sedã passa por mais uma remodelação visual e de conteúdo para tentar cativar o público dos sedãs médios. Será que agora vai?

    Por fora, a reestilização fez bem ao Cerato. Embora permaneçam com praticamente as mesmas dimensões, faróis e lanternas mudaram para parecer menores.

    O sedã faz de 0 a 100 km/h em 12,9 segundos
    Sensores de estacionamento na frente e atrás são de série (João Mantovani)

    Os faróis, com leds diurnos e projetores, estão mais afilados e se ligam à grade, enquanto as lanternas ganharam novo arranjo interno. Os para-choques também foram redesenhados, mas as rodas continuam com aro 16 e desenho simples.

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    Com exceção dos materiais utilizados, o interior permanece o mesmo. O revestimento do painel alterna entre plásticos de toque rígido e macio, cromados, piano black e uma superfície que simula fibra de carbono – dispensável, já que o Cerato não tem nenhuma pretensão esportiva.

    Tela colorida e sensível ao toque faz falta
    Tela colorida e sensível ao toque faz falta (João Mantovani)

    O relógio digital no topo do painel dá aspecto antigo à cabine, mas até o líder Corolla repete o recurso. No espaço, o Kia vai bem. As dimensões próximas dos demais sedãs médios levam cinco adultos com conforto, mas os 421 litros do porta-malas estão abaixo da média.

    A versão única do sedã, chamada de E.395 e vendida por R$ 79.990, traz ar-condicionado digital de duas zonas, faróis automáticos, faróis de neblina, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, computador de bordo, Isofix e piloto automático.

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    Confortáveis, os bancos são sempre de tecido. Couro, nem como opcional
    Confortáveis, os bancos são sempre de tecido. Couro, nem como opcional (João Mantovani)
    Espaço na cabine está na média do segmento. Atrás, saídas de ar-condicionado dedicadas
    Espaço na cabine está na média do segmento. Atrás, saídas de ar-condicionado dedicadas (João Mantovani)

    A derrapada está no sistema multimídia, que apesar das entradas auxiliar e USB, além de Bluetooth, é representado por uma defasada tela com iluminação laranja em plena era de grandes e nítidas telas coloridas e sensíveis ao toque. Bancos de couro? Nem como opcional. Airbags? Só os frontais obrigatórios. ESP? Também não.

    O grande erro do Cerato está debaixo do capô: o motor 1.6 de 128/122 cv e 16,5/16 mkgf com etanol/gasolina é exatamente o mesmo que equipa o HB20, menor e de uma categoria inferior.

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    Acompanhado do câmbio automático de seis marchas, o propulsor é até suficiente para empurrar o sedã, mas não condiz com o segmento dos médios, com 2.0 aspirados e uma variedade de motores turbinados.

    Motor 1.6 de até 128 cv é o ponto crítico do Cerato. Apesar de econômico, fica fora dos padrões da concorrência, com motores maiores ou turbinados
    Apesar de econômico, motor 1.6 de até 128 cv fica fora dos padrões da concorrência (João Mantovani)

    Ele levou 12,9 segundos para ir de 0 a 100 km/h, além dos 9,7 para a retomada de 80 a 120 com gasolina. O Corolla 2.0 foi até os 100 km/h em 10,5, enquanto o Civic 2.0 levou 10,2. O Cruze, 1.4 turbo, fez em 9 segundos. O consumo, porém, é semelhante ou até melhor em relação aos rivais: 12,1 km/l na cidade e 15,1 na estrada.

    Suas revisões até 60.000 km somam sugeridos R$ 3.873, entre Civic (R$ 4.306), Corolla (R$ 3.102) e Cruze (R$ 3.300). O HB20S, com o mesmo conjunto mecânico, cobra R$ 2.790.

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    O Cerato não deixa dúvidas de que é um ótimo carro, mas erra ao tentar brigar entre os médios apenas pelo porte. Para chegar lá, ele necessita de mais segurança, refinamento e potência. Mas, enquanto isso, ele seria uma boa escolha entre os compactos – se não tivesse, ainda, o preço de um médio.

    Veredicto

    O Cerato é um bom carro, mas peca por querer brigar com gente grande. Um motor maior e mais itens de segurança seriam a salvação do sedã.

    Teste de pista (com gasolina)

    Ficha técnica – Kia Cerato

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