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Ram 2500 Laramie: um caminhão de mudanças

Atualizada, Ram 2500 ganha nova suspensão traseira e conjunto mecânico capaz de puxar até 7 .750 kg de carga

Por Péricles Malheiros
Atualizado em 12 Maio 2017, 14h13 - Publicado em 5 fev 2016, 17h10
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  • Frente alta reforça a imponência da Ram
    Frente alta reforça a imponência da Ram (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    A nova estratégia de posicionamento das marcas da FCA tirou a picape Ram dos cuidados da Dodge. O antigo grupo Chrysler, então, ficou assim dividido: Chrysler com veículos de passeio, Jeep com off-road, Dodge com alta performance e Ram com veículos comerciais.

    Sim, o hit sertanejo que cantava “Vem ni mim, Dodge Ram” perdeu o sentido. Mas para os amantes desse monstro sobre rodas, o problema não está na trilha sonora perdida, mas no preço salgado: R$ 259.900.

    Achou caro? Então saiba que, apesar de ser oferecida em versão única de acabamento (2500 Laramie), ela pede um pesado investimento em acessórios para ficar tão completona quanto o modelo cedido para avaliação. Todos os itens são da Mopar, outra marca do grupo FCA oriunda da Chrysler.

    Na Ram, até rodas aro 18 parecem pequenas
    Na Ram, até rodas aro 18 parecem pequenas (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Há tapetes de borracha, protetor de caçamba, estribos laterais, soleiras de porta, capota de tecido e um par de Ram Box (duas caixas presas às laterais da caçamba). Ao todo, a conta de presentinhos extras para essa gigante pode chegar a R$ 21.833.

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    Ram Box: acessório Mopar com 132 litros cada
    Ram Box: acessório Mopar com 132 litros cada (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Apesar de ser consumida por picapeiros, a Ram 2500 é, em essência, um caminhão. Tanto que, para dirigi-la, é preciso ter carteira de habilitação categoria C. Não é só isso.

    “Os vendedores são instruídos a informar não só a necessidade da habilitação especial. O proprietário é alertado para o fato de que passará a seguir as leis específicas de caminhões, como limite de velocidade e horários e zonas de restrição de rodagem, por exemplo”, explica Rafael Filon, gerente de produto da marca no Brasil.

    Apesar de o desenho básico ter sido mantido, foram aplicados muitos avanços técnicos. O motor segue sendo um 6-cilindros em linha de 6,7 litros, turbodiesel, mas com muito mais competência: a potência saltou de 310 para 330 cv e o torque de 84 para descomunais 104 mkgf.

    Turbodiesel 6.7: consumo de 5,3 km/l na cidade
    Turbodiesel 6.7: consumo de 5,3 km/l na cidade (Christian Castanho/Quatro Rodas)
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    A capacidade da picape, lógico, cresceu junto: se antes ela podia rebocar uma carga de 5.500 kg, agora ela leva até 7.750 kg – desde que puxada por um reboque específico da Mopar.

    A suspensão também mudou: em vez do antigo elemento elástico da traseira composto por feixes de molas, passou a contar com molas helicoidais. Ou seja, apesar do perfil pau-pra-toda-obra, a Ram 2500 ganhou tempero de carro de passeio. Os executivos da marca garantem que a alteração não compromete a dirigibilidade, segurança ou durabilidade mesmo com carga máxima – de 1.030 kg na caçamba.

    Caçamba: 1,9 m de comprimento, 1,3 de largura
    Caçamba: 1,9 m de comprimento, 1,3 de largura (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Direção anestesiada

    Dentro do que se pode esperar de um veículo deste porte (são 6,03 metros de comprimento e peso de 3,41 toneladas), o gigante americano até que se mostra obediente. Ao menor sinal de escorregamento nas curvas, o controle de estabilidade entra em ação, devolvendo ao piloto o comando absoluto. Chega até a ser intrometido demais, tornando a direção monótona.

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    Da marca Dodge só restaram os logos
    Da marca Dodge só restaram os logos (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Sobre terra molhada, os pneus de uso misto decepcionam: rapidamente eles são envolvidos pela lama, pois seus canais, estreitos demais, não conseguem expelir o material que ali se acumula. Em compensação, no asfalto rodam silenciosos. A direção tem boa dose de assistência, mas é indireta e com resposta lenta aos movimentos aplicados no volante, bem ao gosto do motorista americano.

    A cabine é recheada de itens inusitados, como um porta-objetos entre os bancos dianteiro cuja tampa é do tamanho de um  assento de cadeira. Dentro dele há um porta-moedas,  entradas USB e auxiliar do rádio e uma tomada 12 volts. Há uma outra tomada, de 110 volts, no console central.

    Na traseira, espaço de sobra para três adultos
    Na traseira, espaço de sobra para três adultos (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Porta-luvas duplo, bancos e volante com aquecimento, janela traseira deslizante com acionamento elétrico e porta-objetos sob o assento do banco traseiro completam o pacote de amenidades dessa luxuosa e espaçosa casa sobre rodas.

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    Avaliação do editor

    Motor e Câmbio – Forte e potente, o motor se mostrou muito beberrão. O câmbio automático de seis marchas poderia ter trocas mais suaves.

    Dirigibilidade – As respostas lentas são típicas de carros americanos de uma ou duas décadas atrás. O brasileiro, em geral, não gosta desse tipo de acerto.

    Segurança – Há câmera de ré, e sensores no para-choque dianteiro. Mesmo assim, o porte da Ram exige cuidado especial em meio ao trânsito, nas esquinas e até nas manobras.

    Seu bolso – É duro desembolsar R$ 250 000 e ainda ter que pagar à parte (e caro) por itens como um simples protetor de caçamba.

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    Conteúdo – Vários acessórios deveriam ser itens de série. Também faltam faróis de xenônio.

    Vida a bordo – Vasta e bem equipada, a cabine da Ram também mostra bom acabamento.

    Qualidade – Pintura bem executada, carroceria alinhada.

    Veredicto QUATRO RODAS

    Enorme e repleta de cromados, a Ram só não consegue carregar uma coisa: discrição. Ela é, definitivamente, o tipo de picape para quem quer ser notado.

    Teste de pista (com diesel)

    ACELERAÇÃO
    de 0 a 100 km/h: 10,7 s
    de 0 a 1000 m: 31,8 s – 165,5 km/h
    VELOCIDADE MÁXIMA:
    RETOMADAS
    de 40 a 80 km/h: 4,5 s
    de 60 a 100 km/h: 5,9 s
    de 80 a 120 km/h: 7,2 s
    FRENAGENS
    60 / 80 / 120 km/h a 0: 18,5 / 31 / 73,1 m
    CONSUMO
    Urbano: 5,3 km/l
    Rodoviário: 7,3 km/l
    RUÍDO INTERNO
    Neutro / RPM máximo: 49,6 / 72,7 dBA
    80 / 120 km/h: 62,2 / 67,5 dBA
    AFERIÇÃO
    Velocímetro / real: 100 / 98,8 km/h
    Rotação do motor a 100 km/h em D: 1.400 rpm
    Volante: 3,4 voltas
    SEU BOLSO
    Preço: R$ 249.900
    Garantia: 3 anos
    Concessionárias: 46
    Seguro: n/d
    Motor turbodiesel, diant., longitudinal, 6 cilindros, 6 690 cm³, 107 x 124 mm, 16,2:1, 330 cv a 2 800 rpm, 104 mkgf a 1 600 rpm
    Câmbio automático, sequencial, 6 marchas, tração integral
    Direção hidráulica, 13,4 m (diâmetro de giro)
    Suspenção multilink (diant.), eixo rígido (tras.)
    Freios discos ventilados
    Pneus 265/70 R18
    Peso 3.410 kg
    Peso/potência 10,33 kg/cv
    Peso/torque 32,79 kg/mkgf
    Dimensões comprimento, 603 cm; largura, 200,9 cm; altura, 197,4 cm; entre-eixos, 379,7 cm; caçamba, 1.240 l; tanque de combustível, 117 l
    Equipamentos de série ar-condicionado digital bizona na dianteira e com saída para o banco traseiro, trio elétrico, chave presencial, bancos elétricos com ventilação e aquecimento, volante multifuncional com ajuste de altura e aquecimento, sensor de estacionamento na dianteira e na traseira, câmera de ré, piloto automático, computador de bordo, multimídia de 8,4 polegadas
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