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Teste: Nissan Versa Sense mostra que ainda há espaço para o câmbio manual

A Nissan conseguiu melhorar seu sedã mais barato – sem estourar o orçamento – e manter o carro dentro de sua faixa de preço

Por Eduardo Passos
Atualizado em 21 set 2021, 22h41 - Publicado em 21 set 2021, 22h40
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  • Teste: Nissan Versa Sense mostra que ainda há espaço para o câmbio manual
    Exceto pelos faróis halógenos e rodas de aço, exterior repete as versões de topo (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Compreender a existência do Nissan Versa Sense MT requer uma boa dose de recortes temporais: em época de SUVs dominantes, a japonesa buscou aperfeiçoar qualidades da geração passada de seu sedã de entrada, ao mesmo tempo que procurou ser elegante na simplicidade.

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    Ele não é mais barato que o Chevrolet Onix Plus, por exemplo, e na verdade se preocupa mais com o VW Virtus 1.6 MSI (R$ 83.340), que também traz porte de sedã médio graças ao generoso entre-eixos e à inspiração em modelos mais caros (Sentra e Jetta, respectivamente).

    No caso do Versa, essa distância é de 2,62 m, fazendo dele um queridinho de motoristas de aplicativos e pais de prole farta desde a geração anterior – agora chamada de V-Drive e cujos atributos ditaram a filosofia do sucessor lançado no ano passado.

    Versa Manual
    Traseira comprova que “pé de boi” também pode ser bonito (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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    A própria Nissan destaca o espaço interno como atrativo principal do Versa, e não ousaria atacar esse trunfo do modelo ao renová-lo como parte de uma estratégia global de atualização do portfólio. Pelo contrário, buscou destrinchar e atacar, humildemente, as vulnerabilidades apontadas pelos consumidores.

    De cara vemos que a estética é uma delas e, graças à traseira mais empinada, o Versa chama atenção e causa menos estranheza, ainda que a dianteira mantenha o caimento. Em busca de trazer charme à versão básica, também há máscara negra nas luzes, teto flutuante e difusor decorativo sob o para-choque traseiro, ao passo que rodas de ferro quebram um pouco da harmonia na lateral.

    Escolhas contestáveis são mais comuns internamente, onde itens como chave presencial poderiam ceder espaço a um rádio melhor, com display de cristal líquido, por exemplo. O novo volante traz ajuste de profundidade e, apesar da boa combinação de cores, o painel flerta com a breguice ao inserir texturas plásticas que imitam costura.

    Nissan Versa Sense MT
    Mesmo com muito plástico, interior dá sensação de qualidade (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Para a sorte da Nissan, isso acaba ofuscado pelo desempenho do afinado motor 1.6 16V flex, que agora chega aos 114 cv e 15,5 kgfm (gasolina e etanol) e também serve aos modelos de topo Advance e Exclusive.

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    Na solitária versão manual, bastou refinar as relações de marcha usadas no V-Drive para que o carro se mostrasse bem obediente e mais ágil, ainda que o consumo seja ligeiramente maior que o das versões de câmbio CVT.

    Outras virtudes envolvem bancos confortáveis, excelente espaço a todos, como a Nissan salientou, e seis airbags. Também há assistente de partida em rampas e sensor de estacionamento, que, dada a impossibilidade se enxergar o capô, peca por não ser instalado também na dianteira.

    Nissan Versa MT

    Com vidros e borrachas mais grossos e mantas isolantes espalhadas pela carroceria, a cabine tem silêncio muito agradável, realçando o ótimo sistema de som que lida bem com diferentes frequências e distorce pouco.

    A elevada rigidez torcional da carroceria ainda corrigiu os rangidos (excessivos até mesmo no compacto March) e permite decretar: foi-se o tempo das piadas de que o Versa parecia um ônibus articulado.

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    O problema é que a nova geração está mais pesada, enquanto suas dimensões se mantiveram quase iguais, e isso contribui para a propagação de um momento desestabilizador muito notável em curvas e ondulações.

    Com estrutura mais dura e ângulo de rolagem, segundo a fábrica, 15% menor, a margem para dissipação da energia diminuiu, fazendo o carro oscilar muito.

    Nissan Versa Manual
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    O sacolejo cansa e incomoda até em asfalto bom, ainda que a Nissan tenha calibrado a suspensão sob medida para o Brasil. Em trechos piores e velocidades específicas chega a haver ressonância à medida que as molas transferem, de um lado ao outro, o esforço da massa suspensa – e tornam o porta-copos quase decorativo.

    É uma falha corrigível e natural à medida que grandes alterações são feitas, mas tira um pouco da eficiência elegante do sedã, cotado a R$ 83.690 – que, convenhamos, não permitem exigências demais.

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    Mesmo assim, a evolução é louvável e sinaliza transparência e honestidade da montadora, que, com escolhas ligeiramente diferentes nos itens de série, tem fôlego de sobra para reduzir a margem para os modelos rivais.

     

    Versa Manual
    Trem de força mantém competência, ao passo que pneus mais largos reduzem o efeito do vento cruzado em vias rápidas (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Veredicto

    Melhorou muito, mas falta suspensão mais calibrada e pragmatismo nos equipamentos de série.

    Teste de desempenho – Versa Sense MT

    Versa Manual
    Sobriedade do preto e bege e formato dos bancos agradam. Tecido que suja fácil e encostos embutidos são pontos negativos (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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    Versa Manual
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Ficha Técnica – Versa Sense MT

     

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