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Teste: Hyundai HB20X tem visual de conceito, mas esqueceu o motor turbo

Com preços similares aos do HB20 1.0 turbo, versão aventureira até tem bons equipamentos, mas é mais lento, menos eficiente e tem dinâmica inferior

Por Gabriel Aguiar
Atualizado em 24 abr 2020, 11h12 - Publicado em 27 fev 2020, 07h00
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  • Divulgação
    Aventureiro é vendido em quatro opções de acabamento (Divulgação/Hyundai)

    O Hyundai HB20X ainda vive no passado. E não digo isso só pelo visual aventureiro que era moda em 2005 – assim como calças cargo. Mas porque ele custa exatamente o mesmo que o primo “urbano” com motor turbo (só que sem o motor turbo).

    Como assim? É, meu amigo… para levar o pacote com suspensão elevada e decoração de plástico fosco a casa, você terá que se contentar com o 1.6 16V flex aspirado que já está há oito anos na família. Os preços variam de R$ 62.990 a R$ R$ 77.990.

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    Após reestilização profunda, entre-eixos cresceu 3 cm (Divulgação/Hyundai)

    Se você já está habituado às novidades que o (quase) sul-coreano ganhou desde que foi reestilizado, saiba que tudo continua igual: na opção topo de linha, há frenagem de emergência, alerta de mudança de faixa e quatro airbags, com dois laterais.

    Sem olhar para os lados – ou seja, rivais –, as comodidades até parecem ser suficientes, com chave presencial, partida por botão e central multimídia.

    Mas cadê alerta de pontos cegos e assistente de estacionamento automático? Só no rival Chevrolet Onix.

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    HB20X
    Suspensão foi elevada 5 cm em relação ao HB20 (Divulgação/Hyundai)

    Talvez você já tenha se decepcionado com esse carro. Mas nem tudo está perdido. Se antes a direção com assistência elétrica só existia no HB20X, agora está disponível em toda a linha. Ainda bem, porque ela merece elogios.

    As respostas a qualquer movimento do volante são rápidas e precisas. E você sente exatamente as condições do asfalto, sem a sensação artificial de videogame. Além disso, o ajuste de altura do assento agora é de verdade e não só para inclinação.

    Hyundai HB20X
    Acabamento interno melhorou na última atualização do modelo (Divulgação/Hyundai)

    Na verdade, o banho de loja apresentado há poucos meses fez bem aos compactos da Hyundai – ao menos na cabine: o painel ficou mais moderno, sem perder o bom nível de acabamento, os bons materiais ou a montagem impecável das peças.

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    Como não houve mudanças profundas na estrutura – o modelo ganhou reforços e cresceu 3 cm no entre-eixos –, o espaço interno não aumentou tanto em relação ao anterior. Só que, atrás, não há apertos para os joelhos e o túnel central é baixo.

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    Quadro de instrumentos lembra a última geração do Chevrolet Onix (Divulgação/Hyundai)

    Mas lá vamos nós de novo.

    Com 5 cm a mais de altura do solo em relação ao HB20, esse aventureiro encara lombadas com mais valentia. Só que os 21,1 cm de vão livre comprometem a estabilidade e o conforto.

    Primeiro, porque deixam o carro menos firme em curvas. Segundo, porque as suspensões ficam com curso limitado, gerando batidas secas quando se passa por ondulações ou buracos.

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    Ar-condicionado parece digital, mas perdeu função automática (Divulgação/Hyundai)

    Já o motor tem respostas suficientemente boas. Só que, outra vez, essa boa sensação existe até você perceber que seria ainda melhor caso tivesse o 1.0 turbo (vendido ao mesmo preço nas versões convencionais), mais rápido e também mais eficiente.

    E olha que, na ficha técnica, a vantagem até parece do conjunto mais antigo: são 130 cv de potência, contra 120 cv do novato. Mas o 1.6 16V tem 1 kgfm de torque a menos (16,5 ante 17,5 kgfm) e seu pico só aparece a 4.500 rpm, diante dos 1.500 rpm do 1.0 turbo.

    O resultado não poderia ser outro: na pista de testes, o HB20X levou 11,3 segundos para ir de 0 a 100 km/h. Péssimo? Com certeza não. Mas distante dos excelentes 9,7 s do irmão sobrealimentado, também com câmbio automático de seis marchas.

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    Câmbio automático só tem trocas manuais na alavanca (Divulgação/Hyundai)
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    No consumo, ambos têm médias parecidas na estrada, com empate técnico de 16,9 km/l alcançados pelo HB20X.

    Só que, na cidade, o fôlego extra do compressor e da injeção direta de combustível fez a diferença: são 13,2 km/l do HB20 1.0 turbo contra 12,4 km/l do HB20X 1.6.

    Veredicto

    Não há nenhum argumento, além do apelo visual e da carroceria mais alta, que justifique a escolha da versão aventureira.

    Achou os apliques irresistíveis? Então não há o que dizer. Mas se você só gosta do HB20, é melhor comprar a opção convencional com motor 1.0 turbo.

    Teste

    Aceleração
    0 a 100 km/h: 11,3 s
    0 a 1.000 m: 32,8 s – 157,6 km/h
    Velocidade máxima: 182 km/h*
    *Dado de fábrica.

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    Retomada (em D)
    40 a 80 km/h: 4,8 s
    60 a 100 km/h: 6,0 s
    80 a 120 km/h: 8,0 s

    Frenagens
    60/80/120 km/h – 0 m: 14,5/25,2/59,5 m

    Consumo
    Urbano: 12,4 km/l
    Rodoviário: 16,9 km/l

    Ficha técnica

    Preço: R$ 77.990
    Motor: flex, dianteiro, transversal, 4 cilindros em linha, 1.591 cm³; 16V, 77 x 85,4 mm, 11:1, 130 cv a 6.000 rpm, 16,5 mkgf a 4.500 rpm
    Câmbio: automático, seis marchas, tração dianteira
    Suspensão: McPherson (dianteiro), eixo de torção (traseiro)
    Freios: disco ventilado (dianteiro), tambor (traseiro)
    Direção: elétrica
    Rodas e pneus: liga leve, 195/60 R16
    Dimensões: comprimento, 397,0 cm; largura 174,0 cm; altura, 154,0 cm; entre-eixos, 253,0 cm; peso, 1.098 kg; tanque, 50 l; porta-malas, 300 l

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