Lançado em dezembro de 2016, o Hyundai Creta perdeu a versão Pulse 2.0, de R$ 92.490. Era a única opção entre a Pulse 1.6, de R$ 86.740, e a Prestige, de R$ 100.990.
Mas não fazia sentido. Além do motor mais potente, a Pulse 2.0 tinha a mais faróis do tipo projetor e luzes diurnas de leds integrada, saídas de ar-condicionado para o banco traseiro e abertura e fechamento dos vidros elétricos pela chave. E só.
Central multimídia, ar-condicionado automático e bancos de couro, itens muito desejados pelo público de SUVs compactos só eram encontrados na versão Prestige. Resultado: a versão Prestige respondeu por 50% das vendas do Creta no primeiro semestre.
É aí que entra a versão Pulse Plus 1.6. Por R$ 89.990, incorpora alguns equipamentos antes exclusivos do Prestige 2.0.
Tome nota: função um-toque nas quatro portas, sensor de luminosidade, ar condicionado automático, câmera de ré e central multimídia com espelhamento e Android Auto e Apple CarPlay. Saída de ar para os bancos traseiros e faróis com leds diurnos, porém, ficaram para o novo Creta Sport 2.0, de R$ 96.350.
Pondo na balança
A grande “revolução” do Creta Pulse Plus está em combinar central multimídia e ar-condicionado automático com o motor 1.6 de 128 cv e 16,5 mkgf de torque.
Ou seja, tem o motor na medida para enfrentar concorrentes como Nissan Kicks SV 1.6 CVT (R$ 87.490) e Jeep Renegade Sport 1.8 AT (R$ 88.490), e dois equipamentos fundamentais nesta faixa de preço.
Há perda de desempenho em relação ao 2.0 de 166 cv e 20,5 mkgf, claro. Mas o 1.6, acredite, permite um rodar mais confortável.
O acelerador da versão 2.0 é muito sensível e a programação do câmbio automático de seis marchas não explora as marchas como deveria. Em longas subidas é difícil manter a velocidade dada a indecisão do câmbio. É bem provável que o Congresso seja capaz de chegar a um consenso mais rápido.
No 1.6 isso não acontece, ainda que use o mesmo câmbio. O acelerador tem respostas mais normais, as trocas de marcha acontecem no momento certo e as reduções só acontecem quando são realmente necessárias.
Mas os 1.359 kg pesam em subidas e dificilmente ele passa para a marcha seguinte. Por isso, também não fica indeciso, já sabe que não dá. Também há alguma limitação para retomadas em rodovias – principalmente depois de romper a barreira dos 100 km/h.
Os números de pista são adequados. Com gasolina, a aceleração de 0 a 100 km/h é feita em 12,6 s, mais lento que o Creta 2.0 (10,8 s), mas à frente do Renegade 1.8 (14,4 s). E o consumo fica bem melhor, com médias de 10,3 km/l na cidade e 13,7 km/l na estrada – contra 8,2 e 12,7 km/l do Creta mais potente.
O motor menor não tira do Creta dois de seus principais destaques. O primeiro é o conforto acústico: a cabine é muito bem isolada de ruídos de vento e da rolagem dos pneus. Eventualmente você ouvirá o esforço do motor, mas em níveis aceitáveis.
A suspensão é outro destaque. Absorve irregularidades e imperfeições do asfalto e não bate seco em buracos, mas é firme (principalmente na traseira) e controlada na hora de atacar ma curva em alta velocidade. E a direção ajuda com boa precisão e peso correto, variável de acordo com a velocidade.
É a isso que nos referimos ao dizer que os SUVs já se comportam como carros de passeio. Neste caso, é até melhor que alguns, como o próprio HB20.
No mais, o Pulse Plus é como qualquer outro Hyundai Creta. Tem posição de dirigir correta, com grande amplitude de ajustes para bancos e volante, bancos confortáveis e espaço interno bom para cinco pessoas. O porta-malas tem ótimos 431 l de capacidade.
O pacote de equipamentos ainda inclui controles de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa, rodas de liga leve aro 17″, Isofix, repetidor de seta nos retrovisores, faróis de neblina com luz de conversão e start-stop. É o Creta que faltava.
Teste de pista (com gasolina)
- Aceleração de 0 a 100 km/h: 12,6 s
- Aceleração de 0 a 1.000 (segundos/km/h): 34,2 s/148,9
- Velocidade máxima: 172 km/h
- Retomada de 40 a 80 km/h (em D): 5,5 s
- Retomada de 60 a 100 km/h (em D): 6,9 s
- Retomada de 80 a 120 km/h (em D): 9,5 s
- Frenagens de 60 / 80 / 120 km/h a 0: 16,4 / 28,2 / 64,6 m
- Consumo urbano: 10,3 km/l
- Consumo rodoviário: 13,7 km/l
- Ruído PM/1° em máx.: 38,2/64,4 dB
- Ruído a 80 km/h/120 km/h: 65,2/70 dB
Ficha técnica
- Preço: R$ 89.990
- Motor: flex, dianteiro, transversal, 4 cilindros em linha, 1.591 cm³, 16V, 77 x 85,4 mm, 11:1, 130/123 cv a 6.000 rpm, 16,5/16 mkgf a 4.500 rpm
- Câmbio: automático, 6 marchas, tração dianteira
- Suspensão: McPherson (diant.), eixo de torção (tras.)
- Freios: discos ventilado (diant.), tambor (tras.)
- Direção: elétrica, 2,7 voltas entre batentes; diâmetro de giro, 10,6 m
- Pneus: 215/60 R17
- Dimensões: comprimento, 427 cm, largura, 178 cm; alt., 163,5 cm; entre-eixos, 259 cm. Porta-malas, 431 l; tanque decombustível, 55 l; peso, 1.359 kg; peso/potência, 10,45 /11,05 kg/cv; peso/torque, 82,36/84,94 kg/mkgf
- Garantia/assistência 24h: 5 anos/1 ano
- Revisões (três primeiras): R$ 2.977
- Seguro: R$ 3.061