Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Teste: Golf Variant é o bastião da resistência aos SUVs

Representante de um segmento quase extinto, a perua ficou mais simples, mas mostra que ainda tem atrativos frente à moda dos utilitários

Por Guilherme Fontana Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 27 dez 2017, 17h49 - Publicado em 27 jan 2017, 14h33
Faróis são sempre halógenos - xenônio não está disponível nem como opcional
Faróis são sempre halógenos – xenônio não está disponível nem como opcional (Christian Castanho)

O risco de extinção das peruas no Brasil não é mais novidade — assim como os hatches médios, elas foram deixadas de lado pelo mercado e pelas montadoras com a chegada dos SUVs.

Mas ainda há quem aposte nelas por aqui: a Volkswagen, além de tentar não desistir da SpaceFox, oferecendo o modelo em apenas uma versão após a chegada do novo Polo, ainda conta com a Golf Variant ao país.

Apresentada em 2014 no Salão de São Paulo, chegou no início do ano seguinte e já passou por sua primeira mudança, ficando mais simples – a exemplo da nacionalização feita com o próprio Golf em 2015 – e cara.

Testamos a configuração Comfortline, a mais em conta que agora parte de R$ 97.020 — como a avaliada, com pintura metálica e todos os opcionais, ela custa R$ 114.913.

Anteriormente, o modelo oferecia uma opção ainda mais barata com câmbio manual, que deixou de existir com a remodelação da gama. Já a versão topo de linha, Highline, sai por R$ 107.980 básica, mas pode chegar a R$ 145.883 com todos os pacotes e pintura perolizada.

No visual, nada mudou. A perua continua com aparência sóbria e traços bem definidos. A dianteira é a mesma do Golf, enquanto a traseira também herda as linhas gerais do hatch, mas dispensa os leds das lanternas.

Continua após a publicidade

Por dentro, a versão mais barata tem uma cabine mais simples, mas o acabamento continua caprichado, com materiais de boa qualidade com toque macio e montagem precisa.

Os bancos são sempre em tecido, mas fora a questão da facilidade de limpeza, isso não chega a ser um problema. Além do bom aspecto visual, são mais confortáveis do que os de couro da configuração Highline.

Interior da versão Comfortline é mais simples, mas de boa qualidade
Interior da versão Comfortline é mais simples, mas de boa qualidade (Christian Castanho)

A lista de equipamentos de série, por outro lado, é grande. Ar-condicionado (manual), sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, alerta de perda de pressão dos pneus, bloqueio eletrônico do diferencial, faróis e lanterna de neblina, rodas aro 16, sistema start-stop, luzes DRL (halógenas) vidros elétricos com função “one touch”, controles de estabilidade e tração, além de sete airbags.

A central multimídia tem tela sensível ao toque com 6,5 polegadas, exibição dos dados dos sensores de proximidade, bluetooth, USB e App-Connect com plataformas MirrorLink, Android Auto e Apple CarPlay.

Continua após a publicidade

O pacote Elegance adiciona piloto automático, limitador de velocidade, retrovisor interno eletrocrômico, retrovisores externos aquecíveis, rodas de 17 polegadas, sensor de chuva, faróis automáticos e volante multifuncional por R$ 6.066. Já o Exclusive, de R$ 10.261, tem os itens do Elegance acrescidos de GPS.

O teto solar panorâmico elétrico, vendido independente de qualquer pacote, custa R$ 6.200. É curioso o fato de que bancos de couro, leds e faróis de xenônio não estarem disponíveis nem como opcionais para a versão Comfortline.

No dia a dia, o Golf Variant une o melhor das peruas e dos hatches. Como um típico carro familiar, há espaço de sobra para todos os ocupantes e para as bagagens: são 605 litros de porta-malas – um Honda HR-V oferece 431 litros. Com os bancos rebatidos, a capacidade pode chegar a 1.620 litros.

Com 605 litros, porta-malas é maior que o de qualquer SUV compacto
Com 605 litros, porta-malas é maior que o de qualquer SUV compacto (Christian Castanho)

Dos hatches, ele herda a dirigibilidade e o centro de gravidade baixo, que resultam em uma condução confortável, porém esportiva quando necessário. A impressão é de que estamos a bordo do Golf convencional, sem os 30,7 cm extras na traseira – única diferença entre as dimensões externas dos modelos.

Continua após a publicidade

É na dinâmica que aparecem as principais novidades da perua, que passou pelas mesmas alterações do Golf nacional – embora ela continue sendo produzida no México. O motor 1.4 TSI (turbo de injeção direta) agora é flex e passa a entregar 150 cv e 25,5 mkgf independentemente do combustível utilizado (etanol ou gasolina).

A transmissão Tiptronic de seis marchas assume o lugar da DSG de sete, enquanto a suspensão traseira adota eixo de torção no lugar do conjunto multilink. Assim como o hatch, o carro continua a ser referência em dirigibilidade, porém as mudanças são uma clara simplificação, prejudicando a estabilidade em curvas com asfalto irregular.

O câmbio Tiptronic com conversor de torque tem funcionamento mais ríspido em comparação com o DSG, com trocas mais lentas e menos suaves em acelerações e reduções.

Mesmo com 10 cv a mais debaixo do capô, o desempenho da perua é afetado pela transmissão menos moderna, mas não decepciona. Sempre com gasolina, a Golf Variant flex levou 9,5 segundos atingir os 100 km/h e fez a retomada de 60 a 100 km/h em 5,3 – na versão a gasolina, eram 9,3 e 4,9 segundos, respectivamente.

Os números de consumo variaram. A configuração anterior registrou 11,7 e 14,8 em ciclos urbano e rodoviário, respectivamente. A atual fez os mesmos percursos registrando 11,6 e 15,6 km/l. Ou seja, pior na cidade, melhor na estrada.

Continua após a publicidade
Apesar de maior e mais pesada, comportamento ao volante é idêntico ao do hatch
Apesar de maior e mais pesada, comportamento ao volante é idêntico ao do hatch (Christian Castanho)

Uma vantagem pouco alardeada das peruas, sedãs e hatches médios em relação aos SUVs são os custos de manutenção. Não precisamos ir tão longe: da mesma marca e com conjunto mecânico semelhante, elegemos o Tiguan 1.4 TSI (tabelado em R$ 125.990, bem próximo dos R$ 122.109 da Golf Variant com opcionais avaliada aqui) para uma breve comparação.

A diferença começa já no seguro, tradicionalmente mais alto para utilitários esportivos. Os valores mais em conta em uma cotação online – tendo como perfil um proprietário de 35 anos, casado, único motorista, com garagem em casa e no emprego – foram de R$ 2.039 para a Golf Variant e assustadores R$ 4.826 para o Tiguan.

Os pneus também pesam no bolso. Em uma média de três cotações, os 235/55 R17 do SUV saem por R$ 635 cada, contra R$ 423 dos 205/55 R16 da perua. Em contrapartida, as seis revisões até 60.000 km custam, juntas, R$ 3.430 para o Golf e R$ 3.212 para o Tiguan, quase um empate.

Veredito

Para quem não faz questão da posição de dirigir elevada e do curso de suspensão maior dos SUVs, a superioridade da Golf Variant em relação aos SUVs que habitam a mesma faixa de preço é grande: na perua, há tanto ou até mais espaço, a mecânica é mais afiada, a manutenção mais em conta e a lista de equipamentos, mesmo na configuração base, tem bom conteúdo.

Continua após a publicidade

E se na buraqueira do asfalto brasileiro ela cobra seu preço em conforto, na estrada não tem para ninguém: viajar com a Variant é garantia de satisfação ao volante, com ótimo desempenho, consumo comedido e muita estabilidade em curvas.

Ficha Técnica – VW Golf Variant 1.4 TSI Comfortline

Preço: R$ 97.020 (R$114.913 com todos os opcionais)
Motor: flex, diant., transv., 4 cil., 1.395 cc, 16V, turbo, injeção direta, 150 cv a 4.500 rpm, 25,5 mkgf a 1.500 rpm
Câmbio: automático, 6 marchas, tração dianteira
Suspensão: McPherson (diant.) e eixo de torção (tras.)
Freios: discos ventil. (diant) e sólidos (tras.)
Rodas e pneus: liga leve, 205/55 R16 (série) e 225/45 R17 (unidade de teste)
Dimensões: comprimento, 456,2 cm; largura, 202,7 cm; altura, 146,8; entre-eixos, 263,5 cm; peso, 1.327 kg; porta-malas, 605 l; tanque de combustível, 50 l

Teste de Pista (com gasolina)
ACELERAÇÃO
0 a 100 km/h: 9,5 s
0 a 1000 m: 30,6 s / 172,7 km/h
VELOCIDADE MÁXIMA; 206 km/h (dado de fábrica)
RETOMADAS
De 40 a 80 km/h: 4,1 s
De 60 a 100 km/h: 5,3 s
De 80 a 120 km/h: 6,5 s
CONSUMO (URBANO/RODOVIÁRIO): 11,6/15,6 km/l
FRENAGENS (60/80/120 a 0 km/h): 15/24,5/58 m
Publicidade

Consulte a Tabela KBB

Selecione o carro que você quer vender ou comprar

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY
Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Quatro Rodas impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.