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Teste: BMW X2 se assume como um X1 cupê, mas com muito mais personalidade

Agora com novo posicionamento, o BMW X2 retorna ao Brasil como o SUV cupê do X1. Parentesco à parte, os dois modelos têm mais diferenças do que parece

Por Guilherme Fontana Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
17 set 2024, 17h00
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  • Lançada em 2017, a primeira geração do BMW X2 tinha visual e referências interessantes, mas posicionamento estranho. Ele não seguia as formas de cupê dos SUVs pares da marca, X4 e X6, nem as tradicionais dos ímpares, X3 e X5. Na verdade, ele mais lembrava um hatch “bombado”. Porém, esqueça isso.

    O novo BMW X2 estreia agora no Brasil assumindo-se como o SUV cupê do X1, com semelhanças mecânicas e visuais. Em versão única, xDrive20i, por R$ 388.950, ele custa R$ 23.000 a mais do que o irmão, mas se justifica com exclusividades de um modelo de nicho, como ele se declara.

    BMW X2
    Traseira alta tem elementos angulosos, como as lanternas (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Na aparência, o novo X2 deixa claro seu parentesco com o X1, mas, por fora, pasme: o único elemento comum entre eles são as rodas, bastante raiadas, de 20 polegadas e pneus 245/40.

    Na dianteira, os faróis têm formato mais anguloso e nova iluminação (toda feita por leds), o capô exibe vincos mais marcados, as grades (de tamanhos generosos) têm tramas de aspecto esportivo e são ligadas por um elemento em preto. Mesmo sendo uma versão a combustão, o modelo também traz a borda da grade superior iluminada, artifício antes restrito aos elétricos da BMW.

    BMW X2
    O interior não muda: é o mesmo do X1 (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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    A lateral revela o formato de cupê do X2, que ganha 5,4 cm no comprimento em relação ao X1 e 19,4 cm em relação ao seu antecessor. A traseira igualmente revela ineditismos, como as lanternas angulosas e recortadas (diferentemente de X4 e X6, que estão uma geração atrás) e elementos em preto brilhante que ajudam a destacar visualmente o para-choque e o spoiler.

    BMW X2
    Espaço para ocupantes não vai além do suficiente para quatro pessoas, mas porta-malas de 560 litros é bastante generoso (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Por dentro, no entanto, ele é idêntico ao SUV convencional. Isso inclui saídas de ar deslocadas, console central com efeito flutuante, iluminação ambiente com diversas opções de cores e conjunto de telas, com 10,25” no quadro de instrumentos e 10,7” na central multimídia. O acabamento também é o mesmo, de alto padrão, com uma interessante mistura de materiais, texturas e brilhos. Os revestimentos de bancos e apoios de braço podem ser no tom de marrom da unidade testada, preto ou branco.

    BMW X2
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Entre os equipamentos, há sistemas de condução, como frenagem automática, alerta de pontos cegos, ACC, assistente de permanência em faixa, além de ar-condicionado bizona, comandos por voz, head-up display e bancos dianteiros elétricos. Ficou faltando aquecimento e ventilação nos bancos.

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    BMW X2
    Modelo mostra o tráfego no quadro de instrumentos (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    No espaço interno, o X2 tem o suficiente para pessoas de até 1,75 m. Mais do que isso, talvez seja um problema. Também não dá para levar um ocupante central atrás. O túnel central é alto e há um acabamento plástico que inibe a acomodação de pés na região. Por outro lado, há saídas de ar-condicionado e portas USB do tipo C. O porta-malas, por sua vez, é bastante generoso: são 560 litros.

    BMW X2
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Outra semelhança com o X1 está na parte mecânica, que também vem acompanhada de exclusividades. O motor é o mesmo 2.0 turbo de 204 cv e 30,6 kgfm, com o câmbio automático de sete marchas. A diferença fica na tração: enquanto o X1 é dianteiro, o X2 tem tração integral sob demanda. Se engana, porém, quem pensou que isso deixaria o carro mais lento.

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    Em nossos testes, o X2 foi de 0 a 100 km/h em 7,7 segundos, contra 7,9 s do irmão. Ele piorou no consumo, mas de forma bastante discreta: fez as médias de 10,7 km/l, na cidade, e 14,1 km/l, na estrada. No X1, foram 10,9 km/l e 15,4 km/l, respectivamente.

    BMW X2
    Há carregador de celular por indução e diferentes modos de condução (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    O X2 mantém a dirigibilidade prazerosa característica dos BMW, com a direção que exige um certo esforço, mas direta. O aro do volante, porém, é espesso demais. A suspensão tem ajuste macio e, por vezes, permite que a carroceria balance longitudinalmente mais do que deveria ao passar por elevações, mas é possível sentir quase tudo o que se passa no asfalto, culpa também dos pneus de perfil baixo e das rodas de aros grandes.

    O curso curto dos amortecedores não permite estrepolias: passe devagar pelas lombadas ou sentirá o batente da suspensão sem cerimônias. Isso ajuda na estabilidade do modelo, equilibrando o conforto com segurança das curvas, onde o rolar da carroceria é menor do que aparenta ser pelo volume extra traseiro.

    BMW X2
    Perfil se inspira nos modelos maiores da marca, com linhas mais angulosas (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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    Nas acelerações, o SUV cupê vai bem e empolga, com direito a barulhos nítidos do funcionamento da turbina para quem está fora do veículo (o isolamento acústico na cabine é elogiável). Mas não espere por um temperamento verdadeiramente esportivo, isso fica a cargo da versão M35i, que chegará em seguida, e em breve, ao Brasil.

    A BMW acertou ao relançar o X2 com essa nova personalidade. Ele é um BMW típico, mas com ainda mais estilo para quem acha o X1 careta.

    BMW X2
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Veredicto Quatro Rodas

    Agora assumidamente o cupê do X1, o novo X2 mira em quem quer sair do óbvio com um visual interessante, sem perder a essência de um legítimo BMW.

    BMW X2
    Motor 2.0 turbo de 204 cv e rodas de 20 polegadas são os mesmos do BMW X1 (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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    Ficha técnica – BMW X2

    Motor: gasolina, dianteiro, 4 cilindros, 16V, 1.998 cm³, 204 cv a 5.000 rpm, 30,6 kgfm a 1.500 rpm
    Câmbio: automático de 7 marchas, tração integral sob demanda
    Direção: elétrica Suspensão: independente McPherson (diant.), multilink (tras.)
    Freios: disco ventilado nas quatro rodas
    Pneus: 245/40 R20
    Peso: 1.725 kg
    Dimensões: comprimento, 455,4 cm; largura, 184,5 cm; altura, 159 cm; entre-eixos, 269,2 cm; tanque, 54 l; porta-malas, 560 litros

    Teste Quatro Rodas – BMW X2

    Aceleração
    0 a 100 km/h 7,7 s
    0 a 1.000 m 28,2 s / 189,9 km/h
    Velocidade máxima 231 km/h*
    Retomadas
    D 40 a 80 km/h 3,3 s
    D 60 a 100 km/h 4,1 s
    D 80 a 120 km/h 5,2 s
    Frenagens
    60/80/120 km/h a 0 13,7/24,3/55,3 m
    Consumo
    Urbano 10,7 km/l
    Rodoviário 14,1 km/l
    Ruído interno
    Neutro/RPM máx. 35,1/57,2 dBA
    80/120 km/h 60/72,2 dBA
    Aferição
    Velocidade real a 100 km/h 97 km/h
    Rotação do motor a 100 km/h em 7a marcha 1.600 rpm
    Volante 2,5 voltas
    Seu Bolso
    Preço básico R$388.950
    Garantia 3 anos

     

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