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Tesla Model 3 é um celular sobre rodas que dirige sozinho

Avaliamos tudo o que o Model 3 faz, até a condução autônoma. No começo deu um frio no estômago, mas concluímos o teste sem “cair da bicicleta”

Por Isadora Carvalho Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 17 jun 2021, 18h37 - Publicado em 17 jun 2021, 17h01
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  • Tesla Model 3
    Em funcionamento, o Autopilot acompanha a velocidade da via (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Disruptivo, vanguardista, futurista, inovador. São muitos os sinônimos que podem ser aplicados para descrever o Tesla Model 3 e todos remetem a uma quebra de paradigma ou padrão, e é exatamente isso o que este modelo representa para a indústria automotiva. Afinal, ele é 100% elétrico com desempenho esportivo e tem um atributo incrível: dirige por você (quando você quiser, claro).

    Confira as nossas impressões no vídeo abaixo:

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    O Model 3 chegou ao mercado americano em julho de 2017 e, nos dois anos seguintes, foi o modelo elétrico mais vendido no mundo (segundo o ev-volumes.com). Em 2021, atingiu a marca de mais de 1 milhão de exemplares vendidos e superou modelos convencionais de luxo como BMW Série 3 e Mercedes Classe E.

    O sucesso não é por acaso, afinal, o próprio CEO da Tesla, Elon Musk, afirmou que o Model 3 é o modelo mais importante da empresa. Com a venda do Roadster (o primeiro Tesla, de 2008) e do Model X (SUV elétrico lançado em 2012), a companhia americana teve condições de lançar o Model 3, seu modelo de entrada e, portanto, mais acessível.

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    Tivemos a oportunidade de dirigir o sedã elétrico na configuração Standard Range Plus, que custa US$ 34.190 (R$ 179.420), nos EUA. Há ainda mais duas versões: Long Range (US$ 43.190) e Performance (US$ 51.190).

    Tesla Model 3
    As maçanetas são embutidas com a função de auxiliar na aerodinâmica (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    A diferença entre elas está no desempenho e na autonomia. A de entrada conta com apenas um motor elétrico no eixo traseiro e roda até 423 km, enquanto as outras duas são equipadas com dois motores (um em cada eixo), e têm um alcance de até 568 km.

    O Model 3 Standard conta com 283 cv e 45,9 kgfm – força suficiente para fazê-lo chegar aos 100 km/h em 5,3 segundos, de acordo com a fábrica. Não pudemos confirmar esse dado na pista, mas em nosso test-drive foi possível perceber que ele é bem factível.

    O Tesla é mais vigoroso que um BMW 330i, por exemplo, que em nossa pista acelerou de 0 a 100 km/h em 6,3 segundos. E na versão Performance, que, graças à potência combinada dos motores, chega a 450 cv e 65,2 kgfm de torque, o Model 3 é digno de ser chamado de superesportivo, pois acelera de 0 a 100 km/h em apenas 3,2 segundos, desbancando algumas versões de esportivos lendários como Porsche 911 e Audi R8.

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    Tesla Model 3 é um celular sobre rodas que dirige sozinho
    O design segue o minimalismo sem muitos vincos ou traços marcantes (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Já deu para perceber que bom desempenho está entre os principais atributos, mas a dirigibilidade e vida a bordo também estão entre os pontos altos do sedã ecologicamente correto.

    O volante de diâmetro pequeno garante reações prontas da direção e o volume máximo de torque (45,9 kgfm) sendo entregue de forma instantânea contribui também para uma condução bem divertida. Fica impossível não sorrir de alegria ao primeiro kickdown no acelerador.

    O modo de condução do elétrico é diferente na comparação com um modelo convencional. E são necessários alguns minutos para se acostumar à nova dinâmica. Praticamente não se usa o freio nas reduções de velocidade, basta tirar o pé do acelerador e a frenagem já começa a ser sentida.

    Tesla Model 3
    As rodas de série são de 18” (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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    Porém, quando os freios são exigidos, mostram uma modularidade própria de carros esportivos. E é claro que essa energia que é gerada pela desaceleração é aproveitada como “combustível” para as baterias.

    A vida a bordo é outro ponto forte do sedã, cujo projeto revela a intenção de facilitar o uso do carro. Por isso, todas as funções podem ser acionadas por meio da grande tela de 15,5”, localizada no console central.

    Em um primeiro momento, a cabine completamente minimalista causa estranheza. Mas a tela central é uma boa anfitriã e torna a operação intuitiva e agradável. Tudo é feito por meio dela. É possível ajustar a altura e profundidade do volante ou a posição dos retrovisores e até acionar a abertura do porta-luvas.

    Tesla Model 3
    O bagageiro frontal traz praticidade no dia a dia (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Muito se fala sobre a tecnologia autônoma e ela ainda não está completamente desenvolvida e muito menos em completa operação. Porém, o sistema Autopilot da Tesla trouxe para a realidade um nível de autonomia que não parecia ser possível já nos dias atuais.

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    Para acioná-lo, bastam dois toques (para baixo) na alavanca que controla a transmissão, que é automática, com apenas uma velocidade, e pronto: o Model 3 assume o controle.

    Na parte esquerda da tela central, duas faixas azuis aparecem nas extremidades da imagem do carro, que passa a seguir a velocidade do veículo à frente. Acionei o modo Autopilot na rodovia Castelo Branco, em São Paulo, na qual a velocidade máxima permitida é de 120 km/h.

    Tesla Model 3
    O ajuste do volante é feito por meio da tela. O fluxo do ar-condicionado pode ser ajustado pelo toque (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Assim que o sistema entrou em operação, o sedã acelerou para acompanhar o modelo que seguia à frente, que estava mais rápido. E esse aumento de velocidade me assustou, assim como quando, logo em seguida, um caminhão mudou de faixa sem sinalizar e o Model 3 freou de repente, mas de forma segura.

    Para quem dirige carros convencionais há 14 anos, como eu, esses eventos foram bastante incômodos. Precisei me controlar para não ceder ao impulso de assumir o comando do carro.

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    Com o tempo, porém, me acalmei e consegui relaxar ao perceber que o sistema é capaz de avaliar o trânsito melhor do que qualquer motorista. Explico: a tecnologia conta com oito câmeras (três no para-brisa, duas nos para-lamas dianteiros, uma em cada coluna central e uma na traseira), associadas a 12 sensores ultrassônicos, e esse conjunto digno de um Big Brother ambulante tem a capacidade de monitorar o trânsito a metros de distância e, portanto, conseguir se antecipar para qualquer situação.

    Tesla Model 3
    O entretenimento inclui jogos e apps de streaming. A tela mostra o estado das baterias e suas condições (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Com essa descoberta, relaxei tanto que pude ocupar o tempo que se estaria dirigindo com outras atividades, como responder mensagens e navegar pelo site da QUATRO RODAS.

    Não dá para se esquecer da vida, porque o Autopilot quer saber se o motorista está atento (acordado, pelo menos) e solicita de cinco em cinco minutos que você faça algum movimento com o volante, uma ligeira força basta.

    A evolução do Autopilot já existe e é vendida com o nome Full Self Driving pela bagatela de US$ 10.000. Ela é capaz de identificar buracos, semáforos, alças de acesso e possibilita até a realização de ultrapassagens.

    Tesla Model 3
    Câmeras gravam qualquer um que tente se aproximar. Atrás, há bom espaço graças ao assoalho plano (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    O Tesla Model 3 é a materialização do futuro sobre quatro rodas. Porém, para embarcar nessa máquina do tempo, é necessário desembolsar cerca de R$ 400.000 (valor de importação), uma viagem, por enquanto, ainda distante para a maioria dos motoristas.

    Veredicto

    O Tesla Model 3 é um elétrico com boa autonomia, desempenho de esportivo e ainda é autônomo. Seu defeito está no preço proibitivo e no fato de a Tesla não estar oficialmente no Brasil.

    Agradecimento: Keep Electric – keepelectric.com.br

    Ficha Técnica

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