Após cinco anos no Brasil, o Sandero tornou-se comum em nosso trânsito. Ele passou por uma atualização de estilo e teve adaptações ao gosto local. Os comandos dos vidros migraram para as portas e a Renault finalmente desistiu da ideia de vender o motor 1.6 com opções de oito ou 16 válvulas.
Neste mês, o hatch chega com novas surpresas. O motor enfrentou uma cirurgia para soar melhor na ficha técnica. Com leve aumento no torque, o Renault projetado no Leste Europeu ficou ainda mais “abrasileirado”. A expressão sugere que temos uma predileção por mais torque em baixas rotações, segundo pesquisas das montadoras. Como resultado, cerca de 85% da força máxima estão disponíveis a partir dos 1 500 giros.
A potência aumentou para 106 e 98 cv, com etanol e gasolina, frente aos 95/92 cv de até então. O torque subiu de 14,1/13,7 mkgf, usando os mesmos combustíveis, para 15,5/14,5 mkgf.
A revisão da engenharia aumentou a taxa de compressão de 9,5:1 para 12:1 e modificou alguns componentes. As bielas e os pistões foram trocados por metais mais leves e a junta do cabeçote teve de ser substituída para suportar a pressão maior dentro do bloco.
O trabalho da engenharia apareceu nos números. Em nossos testes de retomada e aceleração, os tempos foram reduzidos. Em quarta marcha, o Sandero precisou de 10,9 segundos para ir de 60 a 100 km/h. A marca anterior era de 12,2. De 80 a 120 km/h, foram 18,7 segundos ante 22,1 registrados em 2009.
Os freios também se mostraram mais eficientes na linha 2013. Parar totalmente a partir dos 120 km/h exigiu 66,2 metros, 10,1 metros a menos que o modelo 2010. Nos três testes as distâncias de parada foram reduzidas.
O Sandero ainda tem chão pela frente. Continua ruidoso em qualquer rotação, falta esmero no acabamento e suavidade no câmbio. São avanços que podem estar reservados para uma renovação mais profunda, o que não deve ocorrer em menos de dois anos.
VEREDICTO
Mesmo a versão top é despojada, exigindo a compra dos opcionais. Isso eleva o valor em 2 300 reais. Há negócios melhores.