O Focus é o líder entre os hatches médios. Nos dois primeiros meses de 2013, foram emplacadas 3 990 unidades dele, contra 3 618 do Cruze, 2 261 do Golf e 2 180 do 308. Onde estão os representantes da Ford e Volkswagen? Obsoletos, Focus e Golf chegam em nova geração ainda em 2013 – e aí sim voltarão a ter condições de enfrentar o trio aqui reunido. Citroën C4, Fiat Bravo e Nissan Tiida também não demonstram força (de vendas) para entrar na disputa contra os três mais recentes lançamentos do segmento dos hatches médios.
Reprisamos a preferência do consumidor e convocamos as versões de entrada dos modelos com câmbio automático.
3º Hyundai i30 1.6
A nova geração do i30 estreia em nosso mercado no pior momento para automóveis importados da última década. Prejudicado pela elevação de 30 pontos percentuais do IPI, o novo i30 não tem perspectiva de repetir o sucesso do antigo, que alcançou a liderança do segmento em 2010 e 2011. O hatch da Hyundai chega com duas versões e, segundo, algumas autorizadas paulistanas consultadas, deverá ter no nível de entrada a maior parte das vendas.
O i30 básico custa 75 000 reais e o completo, 85 000 reais. A mais, o topo de linha oferece botão de partida, ar digital bizona, freio de estacionamento eletrônico, banco do motorista elétrico, acabamento interno de couro, teto solar elétrico, faróis de xenônio, controles de estabilidade e tração e airbags do tipo cortina, laterais e de joelho no lado do motorista. A desvantagem diante dos concorrentes é clara: o Cruze LT automático, por exemplo, custa 68 630 reais, com direito a itens encontrados no i30 de 85 000 reais, como bancos de couro, controles de estabilidade e tração e airbags laterais. A tela multimídia com direito a navegador é uma das exclusividades do i30 diante dos rivais. O GPS é de série no Cruze LTZ (de 77 922 reais) e opcional no 308 Feline (por 2000 reais, totalizando 68990 reais).
Equipado com o motor 1.6 16V flex do HB20 e o câmbio automático de seis marchas do Elantra, o i30 revelou na pista bom equilíbrio entre os números de desempenho e consumo. A suspensão é macia, com acerto nitidamente voltado para o conforto. A direção tem assistência elétrica e um botão no volante permite três ajustes de “peso”.
DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO
A direção com assistência elétrica e três ajustes de peso é exclusividade do i30.
★★★★
MOTOR E CÂMBIO
O 1.6 flex e o câmbio de seis marchas conferem boa relação entre desempenho e consumo, mas quem dirigiu o antigo i30 sentirá falta da força do motor 2.0.
★★★☆
CARROCERIA
A montagem é cuidadosa, com partes alinhadas e aplicação de plásticos de boa qualidade na cabine. Exceção feita ao que dá acabamento no console central.
★★★★
VIDA A BORDO
A tela multimídia e o GPS de série são o destaque da versão de entrada. Outros mimos, só pagando à parte.
★★★☆
SEGURANÇA
Airbags complementares (laterais, do tipo cortina e de joelho) e controles de estabilidade e tração só estão presentes na versão completa, de 85 000 reais.
★★★★
SEU BOLSO
O carro é caro nas duas versões disponíveis e o motor 1.6 é pequeno frente ao dos rivais.
★★★
2º Peugeot 308 Allure 2.0
Inferior ao i30 no que se refere a dirigibilidade, o 308 superou o rival da Hyundai por causa, principalmente, da melhor relação custo-benefício. Para começar, o Peugeot tem o maior motor da turma: um 2.0 flex de 151/143 cv, ante o 1.6 do i30 (128/122 cv) e o 1.8 do Cruze (144/140
cv). O câmbio de quatro marchas, porém, é “menor” que o dos rivais, ambos com transmissão de seis velocidades. Para aumentar a desvantagem, o funcionamento da caixa de marchas do 308 é irregular: vacila tanto nas reduções quanto na passagem de marchas acendentes.
Muito rígida, a suspensão do 308 se mostra desconfortável na buraqueira de São Paulo. A frente baixa e longa raspa com facilidade em lombadas, valetas ou em simples rampas de garagem. A direção com assistência eletro-hidráulica está em sintonia com a suspensão e se mostra um tanto pesada nas manobras.
Com relação ao conteúdo, o 308 tem política semelhante à adotada pela Hyundai. São duas versões com câmbio automático, ambas 2.0: Allure (60 990 reais) e Feline (66 990 reais). Couro, airbags laterais e do tipo cortina, teto panorâmico de vidro, controles de estabilidade e tração são os principais itens do pacote superior. No fim das contas, o 308 custa 14 010 reais menos que o i30 na configuração de entrada e 16 010 reais na topo de linha, já levando em consideração o GPS do Peugeot, seu único opcional.
O sistema de climatização é o destaque positivo da cabine. Desde a versão Allure, o 308 tem ar digital com ajuste individual da temperatura na dianteira e saídas independentes para a traseira.
DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO
Suspensão e direção com acerto rígido destoam da maciez típica do segmento.
★★★☆
MOTOR E CÂMBIO
Além de ter apenas quatro marchas, o câmbio vacila em algumas trocas.
★★★☆
CARROCERIA
O 308 tem o maior porta-malas. São 430 litros de volume.
★★★★
VIDA A BORDO
Mais barato que o i30, o 308 custa, na versão mais completa, menos que o Hyundai de entrada.
★★★☆
SEGURANÇA
A versão top tem controles de tração e estabilidade. Nas provas de frenagem, o 308 obteve as piores marcas do comparativo.
★★★★
SEU BOLSO
Vai pegar o 308 automático? Não pense duas vezes: fique com
a versão Feline, dona da melhor relação custo-benefício.
★★★★
1º Chevrolet Cruze LT 1.8
Acapacidade do compartimento de bagagem costuma ser uma questão crucial nos hatches médios, afinal eles são feitos para quem precisa do espaço de um sedã, mas busca um carro com estilo mais esportivo. No ranking dos porta-malas, o 308 é o campeão, com 430 litros. Em segundo lugar aparece o Cruze, com 402 litros, e o i30 em terceiro, com apenas 378.
Convocamos a versão LT e adicionamos o pacote R7H, com câmbio automático, couro e sensor de chuva, o que eleva a conta para 68 630 reais. Há ainda o Cruze LTZ, de 77 922 reais, concorrente das versões topo de linha de i30 e 308. Num primeiro momento, o Cruze automático parece ser 7 640 reais mais caro que o 308 Allure, mas é preciso levar em conta que, mesmo na versão de entrada, a LT, o Chevrolet tem itens que, no Peugeot, só constam na lista do topo de linha, como controles de tração e estabilidade, airbags laterais e couro. Coloque na conta ainda a boa dirigibilidade e entenda por que o Cruze levou o comparativo sem maiores dificuldades. Dono de uma suspensão com calibragem mais próxima da maciez do i30 do que para a rigidez do 308, o Chevrolet tem rodagem suave.
Motor e câmbio se entendem melhor do que o conjunto do 308, mas o powertrain do i30 é mais preciso: não surpreende o motorista com a escolha de uma marcha diferente da que ele espera.
Na pista, o Cruze registrou números de consumo urbano e rodoviário muito próximos dos do 308: respectivamente, 6,5 e 8,6 km/l, ante 6,2 e 8,6 km/l do Peugeot. No fim, vitória do Cruze, com o melhor equilíbrio entre conteúdo, acabamento, espaço, dinâmica e, claro, preço.
DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO
A calibração dos sistemas de direção e suspensão encontrou bom equilíbrio entre conforto e desempenho.
★★★★
MOTOR E CÂMBIO
O câmbio, bem escalonado, é o destaque positivo. O motor tem funcionamento um tanto áspero.
★★★★
CARROCERIA
O conceito do interior com duplo cockpit reforça uma esportividade que combina com hatches.
★★★☆
VIDA A BORDO
O Cruze LT automático é quase tão completo quanto a versão topo
de linha dos rivais.
★★★★
SEGURANÇA
O Cruze foi melhor que os rivais em todas as provas de frenagem.
★★★★
SEU BOLSO
Bom de dirigir, bem equipado e com a melhor relação custo-benefício do comparativo.
★★★★
VEREDICTO
O i30 teria condições de liderar o comparativo e até o segmento dos hatches médios. O problema é que o preço alto se sobrepõe à sua atualidade, beleza e eficiência. O Cruze é mais caro que o 308. Mas também é mais carro. Carrega um atraente pacote de equipamentos de segurança e oferece ótima dirigibilidade, itens suficientes para virar o jogo e evidenciar a vantagem do GM sobre o Peugeot.
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