* Reportagem originalmente publicada em fevereiro de 2013. Novos protótipos foram fotografados recentemente rodando na Europa, o que pode indicar que o modelo de produção está próximo de ser lançado.
O diretor técnico da Porsche, Wolfgang Hatz, não deixa dúvidas: “O Sport Turismo não substituirá o Panamera, no melhor dos casos, vai completá-lo”. Ainda não é certeza que esta shooting brake (perua esportiva com estilo cupê) será produzida em série, mas já se sabe que ela aponta a direção visual do próximo Panamera, que já sofre uma mudança neste ano. “Queremos avaliar a reação de potenciais clientes de peruas de luxo mais estilizadas em mercados de grande volume e que geralmente não têm grande aceitação, como os EUA e a China”, diz Hatz.
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As extremidades da carroceria são curtas e a tampa do porta-malas tem estilo esportivo, porém funcional. Com quase 2 metros de largura (6 cm mais que o carro de série), os mesmos 2,92 metros de entre-eixos e quase 5 de comprimento, ele reforça sua capacidade de se agarrar ao asfalto, com seu 1,40 metro de altura (2 cm menos que o atual). Os piscas e as luzes de presença foram integrados às enormes entradas de ar frontais, numa unidade de iluminação em forma de C. Em conjunto com os faróis de led, eles marcam a imagem dianteira deste protótipo. As linhas externas lisas não são maculadas por qualquer elemento – não há espelhos retrovisores. No lugar, existem duas câmaras nas saídas de ar laterais.
A parte traseira foi completamente remodelada, mas sem perder as características de um Porsche. As lanternas de leds e a faixa traseira com o logotipo da marca são esculpidas em formato tridimensional e a luz de freio está entre as lanternas. Arrematando o teto, há um spoiler traseiro adaptativo de fibra de carbono, encarregado de melhorar a aerodinâmica.
Olhar sem reflexo
Por ser um carro-conceito, a marca resolveu transformá-lo num híbrido para testar a tecnologia que no futuro pode ser o caminho para os esportivos de alta performace. É por isso que ao sair para o test-drive, notamos que ele funciona com eletricidade em centros urbanos. Quando se olha pela janela, logo surge um estranhamento: falta o retrovisor externo. Para acompanhar o trânsito atrás, checamos as duas telas à esquerda e à direita do monitor redondo, que fica no quadro de instrumentos, reforçando a impressão futurista causada pelo cockpit.
No lugar da instrumentação convencional, o motorista dispõe de um grande monitor colorido, no qual consulta toda a informação que vai do conta-giros ao GPS. Além das telas das câmeras retrovisoras, há outras duas, redondas, que mostram o modo de uso do sistema híbrido. Todas as indicações para ajudar na pilotagem e seus respectivos controles são operadas por função multitoque, como climatização automática, ajuste dos bancos, luzes, câmera de ré e as funções do Porsche Communication Management (PCM), que ajusta motor, suspensão, direção e câmbio ao perfil do motorista.
O modo de operação programado e-Hybrid dá prioridade à condução puramente elétrica, embora seja possível desativá-lo por um botão no volante. Por isso há também a opção e-Charge, que usa o motor a combustão para carregar a bateria. Portanto, você pode completar a carga quando estiver na estrada para depois rodar apenas com eletricidade quando chegar à cidade e, assim, reduzir o nível de emissões na condição mais crítica.Em todo Porsche a chave é colocada à esquerda do volante e este protótipo não quebra a tradição, só que o sistema de propulsão é ligado ao pressionar o centro da tela principal. Em vez de um console do tipo cockpit de avião, existe agora um tablet no túnel central, onde os comandos são dados pelos movimentos dos dedos em vez de botões e teclas.
Grupamento de cavalaria
Já que o Panamera Sport Turismo tem a missão de ser um laboratório sobre rodas, os engenheiros da marca aplicaram neste híbrido plug-in (sim, ele pode ser ligado na tomada) a potência de dois corações modernos. Com 95 cv, o motor elétrico é duas vezes mais potente que o do Panamera Hybrid de hoje e as baterias de íons de lítio são mais eficientes que as de níquel usadas no modelo comercial, daí resulta uma autonomia de 30 km na eletricidade, diz a Porsche – o híbrido atual não vai além de 2 km. Tal número só é possível a uma velocidade até 130 km/h, o que já é bem acima dos 85 km/h do Panamera. No entanto, o brilho deste esportivo está mesmo na combinação entre o motor elétrico e o tradicional V6 3.0 a gasolina com compressor de 333 cv, totalizando 416 cv de potência.
Esse grupamento de cavalaria está de prontidão quando pisamos no acelerador. O poderio da tropa reunida é capaz de levar a perua da imobilidade aos 100 km/h em menos de 6 segundos, segundo a Porsche. O balbuciar inicial do motor transforma-se num grave ronco que passa quase sem filtro para o interior, uma vez que não existem silenciadores de escape, não obrigatórios num protótipo. O consumo médio deveria ser de apenas 28,6 km/l, de acordo com os dados oficiais da Porsche. Mas este motor sobrealimentado com compressor já provou não ser a melhor solução no Touareg e no Panamera híbridos. Portanto, esperar algo em torno de 20 km/l no mundo real parece ser mais razoável.
VEREDICTO
Para quem achava que a Porsche já tinha ido longe demais com Cayenne e Panamera, a shooting brake pode parecer até provocação. Uma bela provocação.
Motor a combustão: | dianteiro, longitudinal, V6, 24V, compressor, injeção direta; Cilindrada: 2 995 cm3; Potência: 333 cv a 5 500 rpm; Torque: 44,9 mkgf a 5 250 rpm |
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Motor elétrico: | 95 cv |
Potência total: | 416 cv |
Câmbio: | automático, 8 marchas, tração traseira |
Dimensões: | largura, 199 cm; comprimento, 495 cm; altura, 140 cm; entre-eixos, 292 cm |
Peso: | n/d |
Volumes: | porta-malas, n/d; tanque de combustível, 80 litros |
Suspensão: | Dianteira: independente, triângulos sobrepostos com 5 pontos de fixação; Traseira: multilink |
Freios: | discos ventilados |
Direção: | pinhão e cremalheira com assistência elétrica |
Pneus: | 255/45 R19 na frente e 285/40 R19 atrás |
Desempenho: | 0 a 100 km/h abaixo de 6 s; velocidade máx. 290 km/h (estimada) |