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O segredo do BYD Song Pro para ser maior e mais barato que Corolla Cross

Não é por acaso que o Song Pro, apesar de maior e mais rápido que o Song Plus, custa menos: ele abre mão de itens importantes para o segmento

Por Guilherme Fontana Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
29 ago 2024, 17h02
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  • Após declarar guerra ao Corolla com o King, a BYD agora mira no Corolla Cross com o Song Pro, que passa a ser o SUV híbrido mais barato da marca no Brasil. Ele é como um “irmão” mais simples do Song Plus, que já conhecemos bem e foi o híbrido mais vendido do país no 1° semestre. 

    Mas além de exclusividades no visual, o Song Pro também passa por uma redução no padrão de acabamento e por uma dieta considerável na lista de equipamentos, justamente pra ter um preço menor e ocupar esse novo degrau de entrada. Disponível em duas versões, ele parte de R$ 189.800 na versão GL e, de R$ 199.800, na versão GS, testada por QUATRO RODAS. Ou seja, a diferença é considerável para o Song Plus, de R$ 239.800.

    O Song Pro é o primeiro modelo com sobrenome “Pro” a ser vendido no Brasil, seguido pelo recém-lançado Yuan Pro. Mas não tem segredo. Os modelos com o sobrenome “Pro” ficam abaixo dos “Plus”, ou seja, o Song Plus é superior ao Song Pro, enquanto o Yuan Pro fica abaixo do Yuan Plus, que já é vendido por aqui há mais tempo. E são sempre carros diferentes.

    BYD Song Pro
    BYD Song Pro (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Parecidos, mas diferentes

    É o que se vê no Song Pro, que se parece com o Song Plus, mas é diferente – e até maior em alguns pontos, mesmo sendo inferior em posicionamento. São 4,79 metros de comprimento, 9 cm a mais do que no Song Plus, e 1,71 m de altura, 3 cm a mais. Mas ele é 3 cm mais estreito e tem o entre-eixos 5 cm menor, de 2,71 m, muito próximo ao de um Dolphin.

    A grade é mais escura e tem camadas, os faróis são mais arredondado e têm assinatura luminosa exclusiva – inclusive, são sempre full led, mas não têm o facho alto automático.

    BYD Song Pro
    BYD Song Pro (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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    De lado ele repete o vinco bem marcado que também aparece no Song Plus, mas um de seus diferenciais está no aplique prateado na coluna C, que segue por toda a base das janelas. As rodas são de 18 polegadas, com pneus 225/60. Apesar de não serem, parecem pequenas no conjunto.

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    Na traseira, que parece mais acanhada do que no “irmão” rico, as lanternas são mais estreitas, mas também vão de um lado a outro da traseira. 

    O segredo do BYD Song Pro para ser maior e mais barato que Corolla Cross
    BYD Song Pro (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Mais semelhanças, mais simplificações

    O interior guarda mais pontos parecidos entre os Song Pro e Plus, mas o Pro está um degrau abaixo, embora esse degrau não seja tão grande assim. Ele continua com materiais emborrachados, revestimentos que imitam couro e o volante é o mesmo, mas é possível ver espaços vazios, onde alguns itens do modelo mais caro ocupavam.

    BYD Song Pro
    BYD Song Pro (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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    Ainda no acabamento, o Song Pro segue um padrão que tende ao Dolphin nas cores, com uso de cinza, branco e laranja, enquanto o Song Plus é mais discreto. Não dá para negar que o resultado enche mais os olhos do que em um Corolla Cross, mas é um acabamento que não condiz tanto com o segmento e que suja facilmente. 

    A central multimídia do Song Pro, com Android Auto e Apple CarPlay, é menor, de 12,8” – o que ainda é um bom tamanho, maior do que a média do mercado. Assim como nos demais carros da BYD, a tela é giratória. Outra diferença é o quadro de instrumentos, com tela de 8,8” mais exposta. No irmão mais caro, são 12,3” e a tela é posicionada em um nicho de formato mais tradicional.

    BYD Song Pro
    BYD Song Pro (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    As duas versões do Song Pro (GL e GS) têm piloto automático, freio de estacionamento eletrônico, monitoramento de pressão dos pneus e seis airbags. Também há câmera 360°, acesso com cartão NFC, atualizações remotas e ar-condicionado digital de duas zonas. A mais cara (que representa este teste) adiciona carregador sem fio pra celular, banco do motorista com ajuste elétrico e filtro especial no ar-condicionado.

    BYD Song Pro
    BYD Song Pro (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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    Mas, na comparação com o Song Plus, o Song Pro perde bastante coisa. Ele deixa de ter teto solar, farol alto automático, banco do passageiro com ajuste elétrico e pacote de assistências, o ADAS.

    Ou seja, ele não tem piloto automático adaptativo, frenagem automática de emergência, alertas de pontos cegos, assistente de permanência em faixa, alerta de tráfego cruzado, etc. O Corolla Cross tem tudo isso desde a versão de entrada, que nem híbrida é.

    BYD Song Pro
    BYD Song Pro (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Espaço não é problema

    O porta-malas tem abertura elétrica e bons 520 litros de capacidade, menos que os 574 do Song Plus, e mais do que os 440 litros do Corolla Cross. O mesmo vale para o espaço traseiro do Song Pro, que é muito bom e leva pessoas de maiores estaturas sem qualquer problema – e ainda tem ajuste de inclinação do encosto.

    Caso um terceiro ocupante precise estar presente, também não haverá percalços, já que o assoalho é totalmente plano. Para melhorar a viagem, há portas USB e saídas de ar-condicionado para quem viajar atrás.

    BYD Song Pro
    BYD Song Pro (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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    Não parece, mas anda (muito) bem

    Na mecânica, as versões GL e GS têm diferenças, mesmo que ambas utilizem os mesmos motores, um 1.5 a gasolina aspirado e outro elétrico. Porém, há diferentes ajustes de potência e torque para que os modelos se adequem às baterias, essas sim de diferentes capacidades. 

    A mais barata, GL, tem potência combinada de 223 cv e torque de 40,8 kgfm, e bateria menor, de 12 kWh, suficiente pra uma autonomia elétrica de 49 km, segundo a BYD. A topo de linha, GS, que é a testada, tem 235 cv e 43 kgfm combinados, e uma bateria de 18,3 kWh, a mesma do Song Plus. A BYD fala em um alcance elétrico de 68 km.

    BYD Song Pro
    BYD Song Pro (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Para as duas versões a recarga só é feita em carregadores lentos a até 6,6 kW. Fica faltando recarga rápida ao menos na mais cara. Há a possibilidade de recarga pelo próprio veículo, onde o motor a combustão funciona como gerador enquanto o carro está em movimento. Porém, essa função aumenta o consumo de combustível, o ruído do motor e só carrega até os 70%.

    Assim como o Song Plus, o Song Pro não empolga nas acelerações e parece ser bem mais lento do que realmente é. Nos números, porém, ele mostra que vai muito bem no desempenho. Nos nossos testes, o modelo foi de 0 a 100 km/h em 8,5 segundos, número próximo de um Fiat Pulse Abarth e pior do que o do Song Plus, que fez a mesma prova em 8,8 segundos.

    BYD Song Pro
    BYD Song Pro (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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    No consumo, o Song Pro tem médias menos animadoras do que também aparenta ter, mas isso não deve ser necessariamente uma decepção. Em nossos testes, no modo HEV (híbrido), o SUV alcançou as médias de 15,7 km/l na cidade e 14,8 km/l na estrada. Porém, no modo EV (elétrico), a marca promete um alcance de até 68 km com uma carga completa da bateria.

    Ou seja, é possível rodar sem usar gasolina por muito tempo, desde que se mantenha a carga da bateria completa. Com o modo EV acionado, o motor a combustão só entrará em funcionamento em exigência de desempenho total.

    BYD Song Pro
    BYD Song Pro (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    A mesma sensação “anestesiada” está em outros pontos do carro, como a direção, que chega a ser artificial de tão leve, embora isso ajude em manobras. Em movimento, porém, poderia ter um peso a mais. Já a suspensão não deixa que ninguém sinta tanto as irregularidades do solo, é macia e silenciosa, embora tenha um ajuste mais rígido e não deixe o SUV balançar tanto como em outros modelos da BYD. Mas não pense que isso dá a ele alguma vocação esportiva.

    Veredicto

    O BYD Song Pro é um bom carro, que consegue brigar em alguns pontos com o Corolla Cross, como equipamentos, espaço, e vai até melhor em desempenho e no modo elétrico. Mas peca na segurança com a falta dos sistemas de auxílio, presentes no rival da Toyota, que custa menos de R$ 3.000 a mais. Será que compensa acelerar mais e economizar combustível, mas ter menos itens tecnológicos de segurança?

    Teste Quatro Rodas – BYD Song Pro DM-i

    Aceleração
    0 a 100 km/h: 8,5 s
    0 a 1.000 m: 29,3 s – 177,7 km/h
    Velocidade máxima: 186 km/h
    Retomadas
    D 40 a 80 km/h: 4,1 s
    D 60 a 100 km/h: 4,5 s
    D 80 a 120 km/h: 6 s
    Frenagens
    60/80/120 km/h a 0: 15,8/27,9/64 m
    Consumo
    Urbano: 15,7 km/l
    Rodoviário: 14,8 km/l
    Ruído interno
    Neutro/RPM máx.: -/-dBA
    80/120 km/h: 62,3/72,5 dBA
    Aferição
    Velocidade real a 100 km/h: 97 km/h
    Rotação do motor a 100 km/h: –
    Volante: 2,7 voltas
    Seu Bolso
    Preço básico: R$ 199.800
    Garantia: 6 anos

    Ficha técnica – BYD Song Pro GS

     

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