Novo BMW X3 chega até o fim de março e é sempre híbrido; veja como anda

Há 21 anos, a BMW apresentou o primeiro X3. Após 3,5 milhões de unidades produzidas desde então e nada menos do que 350.000 vendidas no ano passado – o equivalente a cerca de mil carros por dia –, o SUV chega ao que a marca chama de quarta geração, apesar da manutenção da plataforma CLAR. Todas as versões são híbridas ou híbridas leve, mas não está previsto um novo iX3.

Acontece que o iX3 será substituído por um novo modelo elétrico baseado na plataforma Neue Klasse. Como este novo X3 deixou de existir, na designação dos BMW, o “i” usado nas motorizações a gasolina (e que daqui para a frente será exclusivo dos elétricos). E assim será no Brasil, onde o novo X3 está confirmado para ser lançado até o fim de março.

O BMW X3 é produzido em Spartanburg, nos Estados Unidos (exceto a versão plug-in híbrida, que é feita na África do Sul), cresceu 3,4 cm em comprimento (para 4,75 m) e 2,9 cm em largura (para 1,92 m). As bitolas também cresceram: 1,6 cm na frente e 4,5 cm atrás. Perdeu 2,5 cm na altura (com reflexos positivos no consumo), enquanto a distância entre-eixos foi mantida (2,86 m).

Por fora, as diferenças são claras, a começar pela seção dianteira mais vertical e onde se destaca a grade mais larga, que conta agora com barras verticais e diagonais, pela primeira vez num BMW. Além da nova disposição, a grade pode ter uma fina moldura iluminada. Ali estão também a câmera e os sensores dos sistemas de assistência à condução semiautônoma (que continuam a ser de nível 2). As pás verticais ativas abrem e fecham para gerir a temperatura do motor. Além disso, as aletas e as maçanetas das portas rentes à carroceria contribuem para que o coeficiente aerodinâmico baixe (de 0,29) para 0,27.

Os faróis de led Matrix (para o facho alto) têm forma de “L”, enquanto as lanternas traseiras lembram um “T” deitado. O para-choque e o difusor traseiros escondem as ponteiras de escape (exceto na versão M50).

Por dentro, temos a configuração comum aos mais recentes modelos da BMW, destacando-se o painel digital curvo que une a instrumentação (de 12,3”) à tela central (de 14,9”). O chamado Live Cockpit inclui head-up display e recursos de realidade aumentada, com jogos da plataforma AirConsole disponíveis no pacote BMW Digital Premium.

O sistema operacional OS9 é o mais evoluído da BMW. Os gráficos são nítidos e o processamento é rápido, mas a instrumentação tem personalização mais limitada do que a de alguns rivais. O volante foi redesenhado.

A marca alemã tem se esforçado para tornar as saídas de ventilação quase invisíveis, o que foi conseguido neste X3 e reforça a elegância e o ar premium do painel, feito de materiais de toque suave em toda a sua metade superior. Os porta-objetos das portas são grandes e estão divididos em três espaços, mas não são revestidos, o que não combina em um carro que na Europa custa mais de 60.000 euros (cerca de R$ 368.000).

O revestimento dos bancos pode ser feito com couro natural ou material sintético que imita couro e é mais sustentável. Por falar em sustentabilidade, este é o primeiro BMW que pode ter a superfície do painel coberta por poliéster reciclado.

O espaço no banco traseiro é amplo. Para um passageiro de 1,8 metro, sobram quatro dedos entre a cabeça e o teto, além de nove dedos entre os joelhos e o banco dianteiro. O túnel central continua alto, o que pode incomodar o quinto ocupante. Existem saídas de ventilação diretas para trás e com regulagem de temperatura e intensidade da ventilação.

O chassi foi revisado. Atrás, o conjunto de suspensão posicionado mais para as extremidades do eixo permitiu o aumento do porta-malas (570 litros, 20 l a mais que o antecessor). Na dianteira, a principal novidade é a adoção de um ângulo de cáster quase 20% maior (o que favorece a estabilidade), além da adoção de barras estabilizadoras mais finas, mas fixadas por casquilhos mais rígidos.

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Qualquer versão do novo X3 pode receber a configuração opcional M Sport, com barras estabilizadoras mais rígidas, molas e amortecedores mais duros e uma direção mais direta. Também opcional (exceto na versão esportiva M50, onde é de série) é a suspensão adaptativa com amortecedores eletronicamente variáveis.

Na Europa, o novo X3 está disponível com três diferentes motorizações: 20d (diesel), 20 e M50 (gasolina). O M50 já está com lançamento no Brasil confirmado para acontecer até março. Esse é um híbrido leve 48V equipado com motor 3.0 turbo de seis cilindros acompanhado de um sistema elétrico de 48 V. Ao todo, essa versão entrega 398 cv, enquanto o atual tem 387 cv.

A transmissão também é automática de 8 marchas e, assim como o plug-in, ele também tem a tração integral XDrive. Com esse conjunto, seu tempo de 0 a 100 km/h é de 4,6 segundos, segundo a BMW.

Outra versão com potencial, ainda sem data definida de lançamento, será a híbrida 30e. Combina um motor 2.0 a gasolina (de 190 cv) com um elétrico, com 184 cv e 25,5 kgfm. A hibridização das versões 20 e M50 compreende um motor a gasolina trabalhando no ciclo Miller (mais eficiente, pela redução do tempo de abertura das válvulas de admissão).

O X3 20 emprega um motor 2.0 a gasolina de 190 cv e um elétrico de 18 cv, para uma potência combinada de 208 cv e torque de 33,7 kgfm, suficientes para alcançar uma aceleração de 0 a 100 km/h em 7,8 segundos.

A avaliação, feita pelos arredores de Munique, na Alemanha, com chuva constante, limitou um pouco as impressões ao dirigir. Foi possível, no entanto, apreciar a célere resposta da motorização desde os regimes mais baixos, resultado da boa conjugação da caixa automática Steptronic de oito marchas e das fontes de energia, com a unidade elétrica suavizando as passagens do câmbio.

A sonoridade agrada, exceto quando elevamos as rotações acima das 4.500 rpm, quando o motor de quatro cilindros passa a ter maior esforço. O isolamento da cabine é bom (vidros dianteiros mais grossos e para-brisa duplo ajudam) mesmo em alta velocidade e com chuva forte.

Nesta unidade equipada com amortecedores variáveis, os maiores elogios dinâmicos vão para a capacidade de o chassi controlar muito bem os movimentos transversais da carroceria quando forçamos o ritmo em pistas sinuosas, com a cortesia da carroceria mais baixa e das bitolas (principalmente a traseira) mais largas.

A frenagem se mostrou suficientemente potente e linear e a direção também pode receber sua medalha. Consegue ser direta (2,5 voltas entre batentes) e bastante comunicativa, além de revelar peso adequado nos vários modos de condução. Pelo conjunto da obra, a nova geração demonstra fôlego para seguir vendendo bem, como as antecessoras.

Veredicto

O X3 agradou pela evolução que teve como um todo. Agora, resta torcer para que a BMW ofereça a nova geração no Brasil.

Ficha Técnica – BMW X3 20

Preço: 63.100 (R$ 386.820)
Motor: híbrido: gas., diant., long., 4 cil. em linha, 190 cv entre 4.400 e 6.500 rpm; elétrico, 18 cv,  20,4 kgfm; total, 208 cv e 33,6 kgfm
Câmbio: automático, 8 marchas, 4×4
Direção: elétrica
Suspensão: McPherson (diant.), multibraços (tras.)
Freios: disco ventilado nas quatro rodas
Pneus: 225/605 R18
Dimensões: compr., 475,5 cm; larg., 192 cm; alt., 166 cm; entre-eixos, 286,5 cm; peso, 1.930 kg; porta-malas, 570 l
Desempenho*: 0 a 100 km/h, 7,8 s; veloc. máx., 215 km/h

*Dados de fábrica

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