Novo Audi Q3 revoluciona sem perder identidade e será nacional em 2026
Algumas informações ainda são mantidas em segredo, mas já andamos no modelo e testamos as polêmicas alavancas atrás do volante

O novo Audi Q3 está com o passaporte “em mãos” para chegar ao Brasil, mas seu desembarque só acontecerá no início de 2026. Ele chegará inicialmente importado mas, ainda no primeiro semestre do ano, passará a ser montado no Brasil. Enquanto isso não acontece, fomos até Glasgow, na Escócia, para andar na nova geração do SUV em primeira mão.
As mudanças mais drásticas do novo Q3 ficam para o visual. Ele adota a nova identidade da marca, já vista por aqui em modelos como Q6 e-tron e A6 e-tron, a começar pelos faróis divididos na dianteira.
As peças superiores, próximas ao capô, são para a assinatura luminosa (como o DRL) e indicação de direção. Assim como nos “irmãos” já citados, as peças são formadas por segmentos de leds que tornam possível selecionar um desenho de preferência para a assinatura, pré-definidos e a serem escolhidos na multimídia.

Logo abaixo estão os faróis principais, de led e com projetores. Eles podem ser equipados com iluminação matricial, cuja iluminação do facho alto é adaptativa e inteligente. Esse sistema, porém, é opcional mesmo para o mercado europeu. Ou seja, sua vinda ao Brasil é incerta.
De lado, o Q3 mantém uma silhueta típica – mas, vale lembrar, pode ter as carrocerias SUV e Sportback (com traços de cupê), ambas a serem vendidas no Brasil. Considerando o formato mais convencional, o SUV, são 4,53 metros de comprimento, 2,68 m de entre-eixos, 1,62 m de altura e 1,86 m de altura. Ou seja, 5 cm a mais no comprimento e 1 cm a mais na altura. As demais medidas ficam inalteradas, indício de que a plataforma do Q3 não mudou.

Também ficam em segredo quais as rodas virão ao Brasil, mas, a unidade avaliada nas ruas escocesas, tinha belas rodas de 20 polegadas com pneus 255/40.
As mudanças “drásticas”, citadas há pouco, aparecem mais na traseira. O novo Audi Q3 2026 tem lanternas também separadas. A parte superior, como na dianteira, serve para assinatura luminosa e pode ter o desenho alterado. Logo abaixo, ficam as luzes de freio, seta e mais assinatura luminosa, com uma faixa que vai de um lado a outro. Na Europa, o modelo tem as quatro argolas da tampa traseira iluminadas, mas não conte com isso para o Brasil.

Reclamam demais?
Assim como a parte externa, o interior do Audi Q3 também entra para a nova geração da Audi destacando o conjunto curvo de telas no topo do painel. O quadro de instrumentos é representado por uma tela de 11,9 polegadas, cujas apresentações são simples e em formato bastante horizontalizado.
A central multimídia é um pouco maior, com 12,9 polegadas, e tem um novo layout, também mais simples e com apresentações em cinza. É bom pela facilidade de manuseio e por não ter visual poluído, mas falta um pouco de vida. Por fim, há Android Auto e Apple CarPlay sem fio.

O painel ganha novos traços, com uma porção central côncava que varia de acabamento de acordo com as versões. Na unidade do vídeo feito por QUATRO RODAS, o plástico imitava aço escovado e o resultado era bom. As partes superiores e inferiores, porém, têm materiais emborrachados.
Os painéis de porta são curiosos, com um formato diferente do convencional e um apoio de braço que se prolonga em direção aos joelhos dos ocupantes, com uma ponta pronunciada tornando-se o puxador da porta. É interessante. Por outro lado, os comandos dos vidros ficam recuados e baixos.

Quando a nova geração do Q3 foi apresentada, causou polêmica pelos novos comandos satélite atrás do volante. Na ocasião, pessoas que tiveram contato com o modelo, seja jornalistas ou clientes, reclamaram do novo arranjo que agrupa comandos em apenas duas alavancas, cujo acionamento é diferente.
À esquerda, atrás do volante, ficam os comandos de seta e limpadores. À direita, a alavanca do câmbio. Pode parecer complicado em um primeiro momento, mas no breve contato com o modelo pelas ruas não houve qualquer problema ou confusão. Os comandos não precisam de aprendizado e são feitos de forma intuitiva. Há “soluções” bem piores no mercado.

Espaço e dinâmica não mudam
Pode parecer desprezo ou falta de vontade dizer que o novo Q3, em movimento, se comporta como um Audi. Mas, definitivamente, não é. Pelo contrário, já que a boa dinâmica é um dos melhores atributos dos carros da marca e a nova geração do SUV guarda muitas semelhanças com a antiga, e com outros “irmãos”.
Estão nele a direção direta e prazerosa, de ângulos reduzidos e peso na medida certa. A suspensão passou por alterações para ter melhores cargas em compressão e descompressão, cujos efeitos são sutis e aprimoram o bom comportamento que o modelo já tinha.

Os ajustes seguem firmes e dão estabilidade mesmo em estradas sinuosas, como as que enfrentamos em Glasgow, na Escócia. Some a elas uma chuva insistente e forte, que o modelo ignorou. Apesar disso, não há prejuízo de conforto em centros urbanos ou asfaltos ruins – sim, eles também existem nas ruas escocesas.
Ainda é cedo, porém, para falarmos sobre desempenho. Isso porque a Audi ainda não revela qual será o ajuste da motorização escolhida para o Brasil. O que se sabe, é que será um motor 2.0 turbo a gasolina, acompanhado pela tração integral quattro. Versões híbridas estão descartadas.

Na Escócia, pudemos dirigir o modelo com um 2.0 turbo de 265 cv que, segundo representantes da marca, é o que mais se aproxima do que o novo Q3 terá no mercado brasileiro. Atualmente, o modelo tem 231 cv, mas a marca dá indícios de que não serão esses os números. Ao olharmos para o novo A3, “irmão” do Q3, há um 2.0 turbo de 204 cv. Esta é a maior probabilidade, embora fique a dúvida se a marca terá justificativa para uma redução tão considerável de potência. Resta esperar.

Por fim, o que também não muda no Audi Q3 2026 é a boa oferta de espaço interno para a convivência diária. Atrás, duas pessoas vão com conforto e bom espaço, mas ficará difícil acomodar um terceiro passageiro ao centro pelo alto túnel central do assoalho. Além disso, o console central com os comandos do ar-condicionado também invadem a área que seria para as pernas do passageiro.
O porta-malas, cuja tampa tem abertura elétrica (que deve chegar ao pacote Brasil), tem 488 litros em ambas as configurações, SUV e Sportback, segundo as fichas técnicas divulgadas na Alemanha.

Veredicto
O novo Audi Q3 evolui em tecnologia, acabamento e design, embora este último seja um pouco mais polêmico. Segue com uma dinâmica afiada, mas resta saber qual será o motor vendido no Brasil.
Ficha Técnica – Audi Q3 SUV e Sportback quattro
- Motor: gasolina, dianteiro, transv., 4 cilindros, turbo, 16 válvulas, 1.984 cm³, 265 cv a 5.250–6.700 rpm, 40,8 kgfm a 1.650–4.350 rpm
- Câmbio: automático S tronic, 7 marchas, tração integral quattro
- Suspensão: McPherson (dianteira), multilink (traseira)
- Freios: discos ventilados (dianteira), discos (traseira)
- Direção: elétrica, 11,8 m de diâmetro de giro
- Rodas e pneus: liga leve, 235/55 R18 (SUV) / coupe: 235/55 R18 ou opcionais maiores
- Dimensões: comprimento 4,48 m, largura 1,85 m, altura 1,62 m (SUV) / 1,56 m (Sportback), entre-eixos 2,68 m, peso 1.615 kg, vão livre 16 cm, porta-malas 530 litros (SUV) / 530 litros (Sportback), tanque 60 litros
- Desempenho: 0 a 100 km/h em 5,7 s e vel. máxima de 240 km/h