Mercedes-Benz E63 AMG
Ele ficou ainda mais esportivo no visual, nos equipamentos e no motor, que agora entrega 557 cv
O novo Mercedes-Benz E 63 AMG já está à venda no Brasil. Ao contrário do exemplar da linha anterior, que primava pela discrição, este transpira esportividade por todos os poros, como se pode ver pela foto abaixo. Na dianteira, as grandes entradas de ar do para-choque dão uma noção do caráter nervoso da versão. As rodas pretas aro 19 também marcam presença. E há o kit aerodinâmico, com difusor dianteiro e saias laterais e quatro saídas de escape com a assinatura AMG, nas ponteiras, que não deixam dúvida sobre a identidade do modelo. É impossível confundir o E 63 AMG com os E 250 e E 350 normais de linha.
Por dentro, os bancos envolventes comunicam ao motorista que, se ele quiser, a vida pode ser bem mais intensa e divertida do que a bordo dos outros modelos da Classe E. No console, quatro botões enfileirados podem converter o sedã em um rápido Gran Turismo como num passe de mágica. O primeiro botão é o seletor do câmbio que possui quatro modos de operação – econômico (representado pela letra C, de Controlled Efficiency), esportivo (S, de Sport), mais que esportivo (S+) e manual (M). A partir do modo econômico, os ajustes seguintes privilegiam cada vez mais o desempenho, diminuindo o tempo dos engates e elevando o giro do motor. Até chegar à opção manual, que deixa o motorista decidir sobre como fazer as trocas do câmbio.
Depois vem o botão do ESP, o controle de estabilidade que pode ser regulado em três níveis (ligado, desligado e esportivo). O último é mais tolerante, permitindo que o motorista ouse mais que o normal, mas sem deixar de interferir, corrigindo trajetórias em caso de necessidade. No modo desligado, você está por sua conta e risco. A próxima tecla é a que regula a rigidez da suspensão, com igualmente três padrões de respostas (Comfort, Sport e Sport+). O motorista pode optar por uma calibragem macia, que filtra as irregularidades do piso, ou dois níveis de interação maior com o piso – com os movimentos da carroceria mais contidos e os pneus praticamente copiando a superfície do asfalto. É possível fazer ajustes independentes, combinando, por exemplo, o câmbio no manual com a suspensão no confortável. Mas o carro permite também tomar um atalho e selecionar todos os modos mais esportivos de cada sistema automaticamente. Para isso, aperte a quarta tecla, com a inscrição AMG: ela altera também a configuração do painel, que passa a mostrar informações úteis para uma tocada de alta performance, como as temperaturas da água e do óleo do motor.
0 a 100 km/h em 4 segundos
Ainda no reconhecimento da cabine, há um relógio suíço no alto do console, da marca IWC, mas esse é apenas um toque de requinte a bordo, uma vez que esse instrumento só marcas as horas. Não é um cronômetro, como nos Porsche 911, com a preciosismo de marcar o tempo das voltas em um circuito.
O volante de três raios é o mesmo que tem sido visto nos últimos lançamentos da fábrica, mas com um detalhe: o revestimento de Alcantara (material sintético com a textura da camurça), na região em que o motorista segura o aro. Esse material acaricia as mãos, dá melhor aderência e absorve o suor. Assim como os outros sistemas, a direção elétrica também se adapta ao estilo de aspirante a piloto. Em velocidades baixas, o volante fica leve e, nas altas, torna-se mais firme, embora sempre preciso.
Motor V8 de 557 cv
Ao dar a partida, o motor se apresenta com um ronco grave típico dos V8 construídos pela AMG. O 5.5 biturbo não é exatamente novo, mas ganhou nada menos que 32 cv na linha 2014. Ao todo são 557 cv de potência despejados simultaneamente sobre as quatro rodas de tração. Isso mesmo, a partir de agora, todos AMG têm tração integral de série. Devidamente liberada ao mesmo tempo pelo sistema de controle de largada, essa manada levou o E 63 a acelerar de 0 a 100 km/h na nossa pista de teste em apenas 4 segundos, ou 0,5 segundo mais rápido que seu antecessor. A velocidade máxima é limitada eletronicamente em 250 km/h. O consumo, ao contrário do que se esperava, não mudou comparado à versão anterior. As médias se mantiveram na casa de 8 km/l na cidade e 10 km/l na estrada. Um dos responsáveis por esse rendimento comedido para um esportivo é o câmbio de sete marchas (automatizado e com dupla embreagem), que foi reescalonado. O outro é o sistema ECO, que atua no regime urbano, desligando o motor nas paradas, como em um semáforo fechado – situação prevista no nosso teste de consumo.
Apesar do visual agressivo, do motor nervoso e dos sistemas que ajustam o comportamento do sedã para alto desempenho, o E 63 pode ser dirigido de forma tranquila, na cidade e na estrada, proporcionando uma viagem confortável a todos – só depende das escolhas do motorista. Para isso, ele conta com recursos como teto solar elétrico, ar-condicionado bizona, central multimídia e sistema de som da marca Harman Kardon, entre outros itens. Para os passageiros que viajam no banco de trás, há até um sistema de entretenimento, com duas telas para filmes ou videogames. Ou seja: o esportivo tem mais equipamentos que muito sedã de luxo.
DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO
A direção é precisa, o freio, eficiente e a suspensão, estável.
★★★★★
MOTOR E CÂMBIO
O conjunto mecânico garante desempenho e economia exemplares.
★★★★★
CARROCERIA
O design anterior não é uma unanimidade, mas a reestilização caiu bem na versão esportiva. O acabamento é de primeira qualidade.
★★★★
VIDA A BORDO
A posição de dirigir beira a perfeição. O espaço interno é confortável e atrás há sistema de entretenimento.
★★★★★
SEGURANÇA
Tem oito airbags e os sistemas ABS, BAS, ESP, Neck-Pro, Pre-Safe, HSA e freios auxiliares com função Hold, précarregamento (Priming).
★★★★★
SEU BOLSO
Custa menos que o principal rival, o BMW M5.
★★★★
OS RIVAIS
BMW M5
Equipado com motor V8 de 560 cv de potência, acelerou de 0 a 100 km/h em 4,2 segundos em nosso teste.
Audi S6 Sedan
Versão esportiva do A6 à venda aqui, tem motor V8 de 420 cv e gasta 4,6 segundos no 0 a 100 km/h, de acordo com a fábrica.
VEREDICTO
Sem abrir mão do requinte característico do Classe E, a AMG conseguiu desenvolver um sedã nervoso que tem não só o visual provocador, mas também desempenho e dirigibilidade típicos dos esportivos puro-sangue.