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Do óleo aos pneus: os defeitos do Jeep Compass 1.3 turbo após 50.000 km

Além dos defeitos, SUV chega à quarta revisão com oferta de venda casada e peça paralela em concessionária

Por Henrique Rodriguez
Atualizado em 28 fev 2023, 17h34 - Publicado em 28 fev 2023, 17h20
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  • Nosso Jeep Compass Longitude 1.3 Turbo chegou aos 50.000 km rodados, completando a primeira metade do teste de Longa Duração. Ainda falta chão até os 100.000 km, mas esta primeira etapa já rendeu muitas histórias, ocorrências e também defeitos.

    Ainda aos 8.700 km, alertados por um leitor dono de um Compass semelhante, verificamos que nosso carro estava queimando muito óleo do motor. Na verdade, o nível do óleo já estava no final da vareta medidora antes dos 9.000 km. Por isso, foi necessário completar o óleo com um litro inteiro.

     

    Nada foi feito na primeira revisão, aos 12.000 km, além de uma promessa de que a concessionária completaria o óleo do motor gratuitamente se fosse necessário. Desde então, nosso carro tem uma garrafa de óleo reserva no porta-malas para o caso de uma emergência.

    O óleo continuou baixando. Da revisão aos 12.000 km até os 19.000 km não houve grande consumo do lubrificante, mas dos 19.000 km aos 21.000 km o marcador indicou consumo tamanho que chegou a 1/3 da vareta. Ainda faltava 3.000 km para a segunda revisão.

    Jeep Compass
    Por fora, a cor Azul Jazz. Por dentro, couro preto, detalhes em piano black e partes que imitam aço escovado (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    A essa altura, leitores já haviam nos informado sobre uma atualização do módulo do motor para conter o consumo de óleo. Tentamos fazer essa atualização, mas a concessionária disse que isso deveria ser feito na revisão para poderem investigar melhor o problema.

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    Vareta de óleo Jeep COmpass Longa Duração
    Nível do óleo aos 21.000 km (Leonardo Barboza/Quatro Rodas)

    A segunda revisão foi, no mínimo, problemática: não trocaram o filtro de óleo e o filtro do ar-condicionado. Mas foi no serviço dos 24.000 km que fizeram a atualização do módulo do motor. O consumo de óleo diminuiu e da nossa parte, percebemos que o motor havia ficado mais suave e com menos atraso nas respostas (o turbo lag). Entre os proprietários, porém, a discussão foi sobre perda de desempenho.

    Tiramos a prova na pista de testes: com o novo mapa, o Compass foi de 0 a 100 km/h em 10,1 s, contra os 9,9 s do teste feito aos 2.000 km. A piora de 0,2 s se repetiu nas retomadas de 40 a 80 km/h (4,5 s) e 80 a 120 km/h (6,8 s).

    Longa Duração Jeep Compass 1.3 turbo óleo (1)
    Motor 1.3 turbo precisou de 1 litro de óleo após os primeiros 10.000 km percorridos (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Só na passagem de 60 a 100 km/h houve uma piora notável: aumentou de 5,7 para 6,3 s. O consumo piorou de 9,6 para 8,4 km/l no regime urbano e de 12,8 para 12,3 km/l no rodoviário. O ruído em ponto morto se manteve em 42,4 dB, mas aumentou de 65,7 para 67,9 dB em rotação máxima.

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    Jeep Compass df
    Compass parou em plena Avenida Paulista (Leonardo Barboza/Quatro Rodas)

    Ainda que mais lento, o único problema mecânico apresentado depois disso foi a queima da bomba de combustível de baixa pressão. O detalhe é que o carro parou no meio da Avenida Paulista e precisou ser rebocado. Passou alguns dias na oficina até ter a bomba trocada, em garantia.

    Pneus cantores

    Já havíamos notado o início da formação de degraus entre os sulcos dos pneus em vez de ter um desgaste regular, mas esse problema ficou mais notável quando passou a aumentar o ruído da rodagem do carro.

    Nossa suspeita sobre os pneus ainda foi agravada pelo histórico dos pneus Pirelli Scorpion Verde, que apresentaram esse desnível entre os sulcos no Compass turbo diesel do Longa Duração, desmontado em 2018, e também já foram assunto da seção Autodefesa com relatos de escamação mais graves.

    Pneus Compass Longa d
    Pneus começam a formar desníveis entre os sulcos (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)
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    No julgamento da concessionária, porém, os pneus saíram inocentes na primeira análise. Na Jeep Daruj, condenaram um rolamento do Jeep Compass, o traseiro direito, que foi trocado em garantia na tentativa de resolver o problema. Mas não resolveu. O problema estava, de fato, nos pneus. 

    O passo seguinte foi levar o carro para análise na Campneus, representante da Pirelli. O parecer sobre o estado dos pneus Pirelli Scorpion Verde, enviado pela Pirelli: “A análise evidenciou que o pneu apresenta consumo irregular na banda de rodagem, provocado por fatores externos ao produto, tais como: tipo de utilização do veículo, manutenção periódica não adequada do veículo e/ou dos pneus (pressão, rodízio, alinhamento e balanceamento). O pneu não apresenta visualmente quaisquer degradações ou imperfeições decorrentes do processo produtivo, o que comprova a sua adequada construção. Não se trata, portanto, de falha imputável à fabricação do pneu”.

    Bem, todos os serviços são feitos e o carro não passou por nada que um SUV 4×2 não faria.

    Quarta revisão do Jeep Compass

    Longa Compass 270
    O teste avança e as concessionárias seguem desapontando no antendimento (Leonardo Barboza/Quatro Rodas)

    As abordagens mudam, mas a sugestão de limpeza de bicos injetores, do sistema de arrefecimento e higienização do ar-condicionado são recorrentes. A limpeza de bicos da injeção direta de altíssima pressão dificilmente se faz necessária.

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    Nos Jeep, o fluido de arrefecimento tem validade de dez anos ou 240.000 km, então não se mexe. E a higienização do sistema do ar-condicionado consiste na aplicação de um spray que o proprietário pode comprar e aplicar. A limpeza mecânica demora, exige desmontagem do sistema e custa caro. A Jeep Destaque de Santo André (SP) ofereceu esse combo na revisão de 48.000 km do nosso Compass Longitude.

    O mais surpreendente, porém, foi não poder comprar apenas o filtro do ar-condicionado, mas só o pacote do filtro e limpeza, por absurdos R$ 350. O atendente se negou a vender só o filtro, que costuma custar R$ 60. Isso é venda casada, prática proibida por lei. Ainda entra na conta o alinhamento e balanceamento dos pneus, por R$ 220, e a revisão em si, que custaria R$ 790 e saiu R$ 725 com desconto. Total: R$ 1.295.

    Filtro de ar longa Compass 270
    Saiu o filtro MicronAir original e entrou um PowerClean, paralelo e menor (Leonardo Barboza/Quatro Rodas)

    Depois veio a indicação de desgaste das pastilhas de freio dianteiras, por R$ 990 com retífica dos discos. Nos enviaram foto com um calibre de medidas indicando 3 mm de espessura, mas claramente cabia o calibre de 5 mm. Então optamos por fazer a troca posteriormente.

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    O carro ficou pronto poucas horas depois e foi direto para a verificação. O rodízio não foi feito do jeito certo, mas o mais surpreendente foi o caríssimo filtro de ar-condicionado não ser o original, mas um paralelo um pouco menor.

    Sobre o barulho dos pneus, fizemos um laudo em autorizada da Pirelli e ainda estamos aguardando um parecer da fabricante sobre a garantia. O prazo é de 30 dias corridos.

    Jeep Compass – 49.528 km

    Ficha técnica:
    Versão: Longitude 80 anos 1.3 Turbo
    Motor: 4 cil., diant., transversal, 1.332 cm3, 16V, turbo, injeção direta, 185/180 cv a 5.750 rpm, 27,5 kgfm
    a 1.750 rpm
    Câmbio: automático, 6 marchas, tração dianteira
    Seguro: R$ 3.268 (Perfil Quatro Rodas)
    Revisões: Até 96.000 km – R$ 5.819
    Gasto no mês: Combustível: R$ 1.464

    Revisão com filtro e alinhamento: R$ 1.320

    Consumo: No mês: 10,3 km/l com 29,1% de rodagem na cidade.
    Desde agosto/21: 9,8 km/l com 32,9% de rodagem na cidade
    Combustível: Flex (gasolina)

     

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