O modelo 530 representa um novo (e importante) passo para a Lifan no Brasil. Animada com o sucesso do SUV compacto X60, atualmente o modelo chinês mais vendido no país, a marca decidiu entrar em um dos segmentos mais disputados do mercado nacional: o de sedãs compactos.
Diferentemente da maioria dos veículos made in China, o sedã surpreende pelo visual atraente, ao contrário dos antigos modelos da Lifan – o insosso sedã 620 e o pouco original 320, famoso por ser uma cópia do Mini Cooper. O 530 foi elogiado durante sua estadia na redação, embora não tenha escapado das comparações. Se a Chevrolet fosse melhorar o visual do Cobalt, ele ficaria a cara do 530.
Se no design os chineses estão evoluindo, muita coisa ainda precisa melhorar. Falta qualidade nos materiais usados no interior e capricho na montagem das peças. Alguns defeitos podem ser exclusivos da unidade avaliada, entregue com uma tampa de porta-objetos desalinhada e o carpete descolando. Outra surpresa negativa veio quando o fotógrafo Marco de Bari resolveu abrir o capô e a alavanca se soltou e ficou pendurada sob o painel. Outras penalidades, porém, são crônicas, como a posição de dirigir ruim e a falta de apoio lombar causada pelo banco estreito. Pelo menos quem vai atrás tem espaço de sobra para as pernas, com direito a um assoalho plano central.
O motor 1.5 16V tem 103 cv e agrada no dia a dia, mas fica devendo na estrada. Segundo o engenheiro de produto Jean Ricard, em breve o propulsor será flex. Bom seria se a Lifan aproveitasse a chance para sanar alguns problemas, como o nível de ruído elevado demais em altas velocidades.
Completo, o 530 custa R$ 42 490, menos do que modelos mais caros e menos recheados, como VW Voyage Comfortline 1.6 (R$ 44 910) e Chevrolet Prisma LT 1.4 (R$ 47 820). Até o fim do ano, a Lifan espera vender 300 carros, para alcançar 4 000 unidades em 2015, quando a marca prevê saltar das atuais 49 revendas para 80.
VEREDICTO
O design atraente e a farta lista de equipamentos seduzem o cliente, mas as falhas do projeto incomodam.