JAC T6
Usando a velha tática de oferecer mais por menos, a JAC espera que o utilitário T6 se torne seu modelo mais vendido no Brasil
Ao contrário dos demais integrantes da enxurrada de utilitários esportivos que está estreando no Brasil, o JAC T6 desembarca nas lojas de forma bem discreta, sem fazer alarde. Apresentado no último Salão do Automóvel de São Paulo, em outubro, seu lançamento chegou a ser anunciado para logo depois do evento, mas um adiamento dos planos fez o modelo estrear só em abril de 2015. Nós já havíamos antecipado a novidade no começo de 2014, quando avaliamos uma das unidades vindas da China para o trabalho de tropicalização. Agora finalmente pudemos levar para a pista a versão definitiva com todas as adaptações para o mercado brasileiro.
Assim como a Jeep e a Honda, a JAC Motors espera que o novo SUV se transforme em seu novo best-seller. Uma das apostas da marca para abocanhar parte do segmento que mais cresce é a relação custo-benefício. O T6 tem dimensões bem próximas de um Hyundai ix35, com 4,47 metros de comprimento e 1,84 de largura, e preço similar ao de um EcoSport 1.6 Freestyle, mas com uma lista de equipamentos bem maior.
Desenvolvido no centro de design da JAC na Itália, as formas atrativas e elegantes do novato chinês também devem ser um bom argumento de venda. Ele chamou muita atenção nas ruas e chegou a ser confundido com um SUV alemão.
“Eu achei que era aquele jipão da Audi”, disse o porteiro do prédio onde moro, referindo-se à traseira que lembra o Audi Q5 – principalmente pelo formato das lanternas e do corte horizontal da tampa. Já o repórter visual Eduardo Campilongo detectou várias semelhanças com modelos da Hyundai. “A frente lembra muito o Veracruz; a parte traseira das janelas laterais parece do ix35 e o painel é quase igual ao do Azera.”
O trabalho de tropicalização começou no motor. Sai o 2.0 turbo a gasolina de 177 cv e entra o 2.0 16V VVT Jet Flex (sem tanquinho) de 155/160 cv, com comando de válvulas variável. No geral, ele se mostrou suave e progressivo, levando o SUV de 0 a 100 km/h em 12,7 segundos. Uma marca que não surpreende, mas que é bem razoável para a proposta de veículo de uso urbano e familiar. Assim como o consumo: 9,3 km/l na cidade e 11,3 na estrada, com gasolina.
SEM AUTOMÁTICO
O câmbio manual de cinco marchas tem engates precisos, mas o acionamento é um pouco áspero. Por enquanto, não haverá transmissão automática no cardápio, o que vai eliminar o T6 da lista de compradores que privilegiam o conforto na cidade. Segundo a JAC, diante da limitação da sua cota de importação, é impossível ter escala para arcar com os custos de mais uma versão e manter o preço competitivo.
A suspensão foi outro ponto que sofreu alterações. Na traseira, o sistema multilink foi substituído pelo
dual link (mais simples), além da recalibragem de molas e amortecedores. É um padrão para todos os carros que a marca importa, buscando deixá-lo ao gosto do brasileiro.
O carro é agradável de dirigir em piso liso, com pouca rolagem da carroceria e seguro nas freadas. O único porém fica por conta da pouca absorção em piso ruim, fazendo com que as irregularidaes sejam transmitidas para a cabine e para os ocupantes.
EVOLUÇÃO INTERNA
Apesar de não ser possível confundi-lo com o Q5 quando visto por dentro, o acabamento interno não decepciona e supera os modelos da marca vendidos por aqui até então. Não detectamos deslize nos encaixes dos acabamentos. Entre os itens ofertados, destaque para o ar-condicionado digital, o piloto automático, o sensor de estacionamento e o volante multifuncional com regulagem de altura. O porta-malas oferece ótimos 610 litros de capacidade, que ainda podem ser ampliados com o rebatimento do banco traseiro bipartido, e tem uma prática rede para prender pequenos objetos.
Oferecido por R$ 69 990, o T6 terá só dois pacotes de opcionais. O Pack 1 traz barras longitudinais no teto, espelhos retrovisores na cor da carroceria com rebatimento elétrico e maçanetas e frisos laterais cromados ao custo de R$ 2 mil. Se o dono quiser incluir câmera de ré e sistema multimídia com mirror link, o valor chega a R$ 75 670. A função é útil e prática, pois além de espelhar a tela do smartphone na central de 7 polegadas do carro, sensível ao toque, permite operar integralmente as funções do aparelho. A conexão é simples: basta conectar um cabo no telefone, instalar um aplicativo e fazer o
pareamento por Bluetooth.
Inicialmente, a empresa trabalha com a expectativa de vender 300 unidades mensais do T6. Caso esse volume se confirme, o utilitário será responsável por mais da metade da cota de 4 800 unidades anuais de importação da marca.
AVALIAÇÃO DO EDITOR MOTOR E CÂMBIO
Novo fex oferece resposta compatível para um utilitário familiar. Engates pecam pela aspereza.
★★★
DIRIGIBILIDADE
Suspensão recalibrada agrada na estrada lisa, mas falha na absorção de irregularidades do piso.
★★★
SEGURANÇA
Transmitiu segurança na avaliação. Pacote não tem controle de tração e estabilidade.
★★★☆
SEU BOLSO
O preço é bastante competitivo, resultando em uma boa relação custo-benefício.
★★★★
CONTEÚDO
Destaca-se pelos itens de conforto, oferecendo mais do que concorrentes de preço semelhante.
★★★★
VIDA A BORDO
O espaço interno agrada, assim como o acesso aos comandos e a visualização das informações.
★★★★
QUALIDADE
Os revestimentos estão dentro da média do segmento e encaixes das peças são bem-feitos.
★★★
VEREDICTO
“O T6 agrada pelo pacote completo e design equilibrado. Se você é daqueles que não fazem questão do automático, vale fazer um test-drive.”
★★★☆
Motor | flex, diant. transversal, 4 cil., 16V |
---|---|
Cilindrada | 1 997 cm³ |
Diâmetro x curso | 85 x 88 mm |
Taxa de compressão | 10:1 |
Potência | 155/160 cv a 6 000 rpm |
Torque | 20,6/20,4 mkgf a 4 000 rpm |
Câmbio | manual, 5 marchas, tr. dianteira |
Dimensões | comprimento, 447,5 cm; largura, 184 cm; altura, 167 cm; entre-eixos, 264,5 cm |
Peso | 1 505 kg |
Peso/potência | 9,7/9,4 kg/cv |
Peso/torque | 73/73,7 kg/mkgf |
Porta-malas/caçamba | 610 l |
Tanque | 60 l |
Suspensão dianteira | independente, McPherson |
Suspensão traseira | dual link |
Freios | disco vent. (diant.), sólido (tras.) |
Direção | elétrica |
Pneus | 225/60 R17 |
Consumo urbano | 9,3 km/l |
Consumo rodoviário | 11,3 km/l |
0 a 100 km/h | 12,8 s |
0 a 1000 m | 34,4 s – 150,6 km/h |
Retomada 40 a 80 em 3ª (ou D) | 8,5 s |
Retomada 60 a 100 em 4ª (ou D) | 13,6 s |
Retomada 80 a 120 em 5ª (ou D) | 22,2 s |
Frenagem | 17,8 / 31,6 / 71,6 m |
Ruído interno 1ª rpm máx | 41,9/75,4 dB(A) |
Ruído interno 80 / 120 km/h | 62,7/67,8 dB(A) |