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Infiniti JX35

Andamos no carro que marcará a estreia oficial no Brasil da Infiniti, divisão nobre da Nissan

Por Fernando Valeika de Barros | Fotos: Isaac Hernández
8 jan 2013, 11h07
impressoes

Quando foi despachado para o Japão com a missão de salvar a Nissan da falência, no fim dos anos 90, o franco-brasileiro Carlos Ghosn deu de cara com a Infiniti, marca de luxo criada pela montadora japonesa especialmente para os EUA. Ela surgiu no mesmo período em que a arquirrival Toyota lançou os primeiros Lexus, que atuam no mesmo segmento. Como a Infiniti sempre apresentou vendas discretas (é a sétima entre as premium nos EUA e com metade do volume da Lexus), Ghosn resolveu mudar esse cenário, fortalecendo a marca fora do país e projetando as vendas dos atuais 150000 veículos para 500 000 em 2017. E é exatamente aí que entra o Brasil, que a partir do início de 2014 passa a receber oficialmente os carros da grife. “Nossa meta será brigarmos por uma participação de 5% no segmento premium brasileiro até 2017”, disse a QUATRO RODAS Andy Palmer, vice-presidente executivo da Nissan e responsável pela estratégia da Infiniti.

Os modelos escolhidos para serem os primeiros da marca a desembarcar por aqui são dois utilitários esportivos, o FX e o JX, e um sedã médio que será apresentado no Salão de Detroit, em janeiro de 2013. “Nossos planos de expansão são ambiciosos: queremos estar em todos os mercados do mundo nos quais existam clientes em busca de automóveis premium”, diz o presidente mundial da marca, Johan de Nysschen.

Para antecipar que tipo de sofisticação os brasileiros encontrarão quando a Infiniti estrear no mercado brasileiro, avaliamos o modelo JX35. Montado sobre a plataforma D da Nissan – na qual são também baseados o crossover Murano, o utilitário esportivo Pathfinder e os sedãs Altima e Maxima -, o Infiniti JX35 tem 4,98 metros de comprimento, o que faz dele um concorrente direto de Audi Q7 e BMW X5. Visto de fora, suas linhas curvas suaves e a grade cromada fazem boa figura à primeira vista.

Área de convivência

Por dentro do utilitário da Infiniti também impressionam positivamente os confortáveis bancos de couro e o belo quadro de instrumentos com fundo violeta. Com o entre-eixos de 2,90 metros, cinco adultos viajam sem o menor aperto, mesmo aqueles sentados nos bancos de trás, com espaço de sobra para acomodar a cabeça e os joelhos e até para reclinar os assentos traseiros, opção disponível neste SUV.

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Equipado com o mesmo V6 3.5 de 265 cv do Murano, ao ser acelerado o JX35 oferece desempenho e silêncio em doses generosas, embora seu acerto esteja mais para o confortável que para o esportivo. Ele vai de 0 a 100 km/h em 7,8 segundos, quase 1 segundo mais lento que o Murano. A velocidade máxima chega a 193 km/h.

Esse motor trabalha acoplado a um câmbio CVT (continuamente variável), que funciona suavemente, sem solavancos, programado para manter consumo e rotação do motor em limites bem comportados. Na média, o consumo homologado é de 8,6 km/l na cidade e 11,7 km/l na estrada. A direção, que tem assistência eletro-hidráulica, mostra-se firme para as manobras, mas há um programa que altera o estilo de condução. No modo esportivo, ele deixa a direção e a suspensão um pouco mais rígidas e estica um pouco mais a “troca” virtual das seis marchas pré-ajustadas da transmissão CVT.

Durante nossa avaliação do JX35 na região de Oxnard, na Califórnia (EUA), pudemos notar que ele possui atributos off-road razoáveis, com altura do solo de 16,5 cm e ângulos de entrada e saída de respectivamente 28 e 25 graus. É suficiente para encarar estradas de terra irregulares, mas nada muito radical, já que seu habitat é o asfalto, de preferência uma estrada em bom estado, para levar a família e toda a bagagem. Por isso mesmo, uma terceira fileira para acomodar as crianças pode ser erguida a partir do assoalho do porta-malas. Mas quem tem mordomia mesmo neste SUV são os passageiros da fileira do meio, que têm direito a dois monitores com 7 polegadas atrás de cada encosto de cabeça do banco dianteiro, com entradas individuais para fones de ouvido. O sistema de áudio é da Bose, com 13 alto-falantes. Para o pessoal do banco da frente, há o privilégio de um amplo teto-solar e uma imensa tela de navegação.

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Comunicação 360 graus

O motorista conta ainda com a ajuda de sensores que rodeiam o veículo por todos os lados. Há radares nos para-choques dianteiros e traseiros e scanners que varrem uma área de 360 graus do carro à caça de obstáculos. O conjunto calcula o risco de atingir uma pessoa ou objeto e mostra isso na tela do painel, graduando em cores do verde ao vermelho. Em caso de perigo iminente, ele emite um alarme sonoro e pode até pressionar o freio automaticamente se o motorista não tomar uma ação para evitar a colisão. É um anjo da guarda eletrônico que alerta para mudanças indevidas de faixa, outros carros se aproximando num ponto cego ou um pedestre prestes a ser atingido. A segurança é complementada por monitores da pressão dos pneus, freios ABS com EBD, piloto automático com regulagem de velocidade.


A experiência de luxo e tecnologia da Infiniti, porém, não se resume só aos veículos. Para começar sua ofensiva em território brasileiro, a Infiniti vai abrir duas concessionárias, uma em São Paulo e outra no Rio de Janeiro, que prometem tratamento de primeira aos clientes. A ideia é seguir um padrão próximo ao das autorizadas americanas. Os serviços personalizados que existem nos EUA incluem uma secretária 24 horas para sugerir e reservar restaurantes, indicar itinerários de viagens e obter ingressos para shows, teatros e eventos esportivos – tudo grátis pelo período de um ano.


A meta do JX será brigar com clientes do triunvirato alemão formado por Audi Q7, BMW X5 e Mercedes ML. “Mas nenhuma dessas marcas conta com o talento de um piloto como Sebastian Vettel para ajudar a desenvolver seus carros”, orgulha-se Nysschen, em alusão ao fato de o piloto alemão e da própria Red Bull serem patrocinados pela marca. Nos Estados Unidos, o JX35 de entrada custa cerca de 42 000 dólares. Ou seja, algo como 12 000 dólares a menos do que o Audi Q7 equivalente – uma redução de 22%. Se no Brasil a Infiniti seguir a mesma lógica de custo-benefício atraente, já está no caminho de entrar no mercado brasileiro com o pé direito.

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VEREDICTO

O JX35 tem tecnologia e sofisticação para enfrentar os alemães do segmento premium. Resta saber se seu preço no Brasil será tão competitivo quanto é nos EUA.

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