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Impressões: Caoa Chery Tiggo 5x Pro evolui mais por dentro que por fora

Com limite de preço rígido, Caoa Chery priorizou cabine frente ao resto do Tiggo 5x Pro, e resultado agradou

Por Eduardo Passos
20 jun 2022, 04h05
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  • Para quem sabe ouvir, sessões de análise podem ser oportunidades ricas para evoluir. A Caoa Chery é dessas, e parece ter ouvido com atenção a voz dos consumidores para lançar o novo Tiggo 5x Pro.

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    Com margem de manobra limitada, a montadora sino-brasileira não tinha recursos para modificar o SUV na totalidade, mas soube administrar o orçamento nessa mudança de linha.

    Por fora, o Tiggo 5x Pro é mais um a trazer a grade frontal com aspecto 3D, parecida com a do Hyundai Creta. Ela é a marca registrada dos facelifts recentes dos SUVs Tiggo, indo do 3x ao 7 Pro, e cumpre bem a missão de maquiar a cara do veículo.

    Tiggo 5X PRO
    Na traseira, a maior novidade é o extrator no para-choque (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Internamente, entretanto, temos um carro novo, com louvável nível de conforto e acabamento e evidente evolução tecnológica, incluindo a nova transmissão CVT. O preço? R$ 154.990 (R$ 22.000 mais caro que o seu antecessor).

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    Quem vê cara… 

    Agora em versão única, o Tiggo 5x Pro se posiciona como uma opção mais simples ao Tiggo 7 Pro (R$ 193.790), que se diferencia no porte e no motor 1.6 turbo de 187 cv.

    Externamente, o SUV compacto tem um visual mais datado, se distanciando da moda em aspectos como os volumosos faróis. Mas, ainda que muitas das peças do Tiggo 5x Pro sejam exatamente as mesmas de antes, a iluminação de led se junta à grade para revigorar o visual do carro ao mesmo tempo que ilumina melhor os caminhos.

    O novo para-choque completa a maquiagem, com linhas mais esbeltas, detalhes em cromado e novo difusor. Funcional, a peça elevou o ângulo de ataque do modelo (23,4º, 0,4º a mais que antes), se equiparando à picape Fiat Strada.

    Tiggo 5X PRO
    Inteiramente novo, o painel é bem acabado (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Com 31,5º, o ângulo de saída cresceu ainda mais (1,5º), mas as mudanças estéticas traseiras se limitam ao novo difusor, o dispensável par de escapes esportivos e a régua cromada que agora adentra os perímetros das lanternas, também de leds.

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    Quando chegamos próximo ao carro, a chave presencial no bolso faz com que o modelo saúde o condutor, estendendo os retrovisores e destravando a porta.

    Tiggo 5X Pro
    Painel de instrumentos e central multimídia têm telas com boa definição (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Ainda que mantenha suas dimensões em relação ao antecessor, o Tiggo 5x Pro está muito mais confortável, se destacando de cara pelo revestimento que imita couro e o banco do motorista que, além de comandos de ajustes elétricos, tem apoio lombar.

    Mal necessário

    Faz bem aos olhos ver que o painel totalmente assimétrico do velho Tiggo 5x deu lugar a um novo conjunto, com saídas de ar bem distribuídas ao redor da central multimídia de 10,25” de ótima interface.

    Tiggo 5X Pro
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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    O quadro de instrumentos tem as mesmas 7” de vários concorrentes, mas qualidade de imagem claramente superior à que havia no modelo antecessor e à média do segmento. Completamente revestida de materiais macios, a cabine se permite ir além do esperado ao imitar aço escovado na região das portas.

    O comando de ar-condicionado ganhou uma prancheta sensível ao toque, que não é tão prática, mas completa a harmonia interna. Também há iluminação de led que muda de cor ao ritmo da música e, mesmo errando o compasso com frequência, serve de gracinha para os caronas.

    Tiggo 5X Pro
    Comando do ar-condicionado é feito por superfície elegante mas menos prática do que botões físicos (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Outro acerto da Caoa Chery diz respeito ao console central em dois níveis, que traz um joystick de câmbio bem próximo ao braço direito, assim como os botões de auto-hold e freio de estacionamento.

    De tão boa, a posição do porta-celular é um convite para usá-lo na hora errada, mas a falta de carregamento por indução se torna um mal necessário, me lembrando de deixá-lo guardado.

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    Tiggo 5X Pro
    Joystick do câmbio é outro detalhe que vem dos SUVs maiores da Caoa Chery (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Com um volumoso baú, o console perde pontos pela falta de iluminação do andar inferior (onde há duas entradas USB) e na ausência de ajuste do apoio de braço. Realmente interessada em não deixar pontas soltas, a Caoa Chery chegou a peitar a matriz chinesa para manter o imenso teto solar (que não se abre) e inserir o ajuste de profundidade do volante.

    Tiggo 5X Pro
    Revestimento imita couro. Banco do motorista tem comandos elétricos (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Segundo os executivos brasileiros, os chineses rejeitavam esses recursos por considerarem que eles encareceriam o produto. Mas, de acordo com os brasileiros, esses são equipamentos apreciados pelos donos do Tiggo da linha anterior e por isso foram mantidos.

    Adeus à dupla embreagem

    A grande novidade mecânica está no câmbio CVT, que substituiu a polêmica dupla embreagem. “Para atender os limites de emissões de poluentes”, me explica um executivo da marca. As nove marchas simuladas aproximam-no de um câmbio tradicional, mas há trancos incômodos abaixo de 20 km/h.

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    Tiggo 5X Pro
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Trazendo os mesmos 150 cv e 21,4 kgfm, o 1.5 turbo está levemente mais ágil, ainda que passe longe de nos colar no banco no modo Sport, que o deixa mais obediente.

    A boa notícia é que, no modo Eco, é possível chegar à mesma faixa de consumo de antes, com 9,9 km/l na cidade e 11,5 km/l na estrada, ambos com gasolina, considerando os números oficiais, uma vez que nós não levamos o caro para a pista, o que faremos oportunamente.

    E o Tiggo 5X Pro Hybrid?

    A Caoa Chery começa a vender em julho a versão híbrida leve do Tiggo 5X Pro por R$ 169.990. Pela diferença de preço, o SUV médio passa a combinar a mesma mecânica a um motor/gerador que substitui o alternador e é capaz de ajudar o 1.5 turbo em acelerações e retomadas. Os benefícios: chega aos 160 cv e 25,5 kgfm e o consumo, promete a fabricante, chega a ser 13% menor. A pré-venda já começou.

    Mantendo suspensão independente de curso generoso (McPherson, na frente, e multilink, atrás), as ruas brasileiras não chegam perto de causar batidas secas no Tiggo 5x Pro, cujo ruído sob o capô penetra bem pouco na cabine.

    O ajuste mais duro do conjunto, porém, faz com que imperfeições leves do asfalto sejam sentidas um pouco além da conta pelo condutor.

    Tiggo 5X Pro
    Porta-malas leva 340 litros de bagagem (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Com freios a disco nas quatro rodas, a frenagem do SUV é sempre obediente e, em ladeiras, é possível ativar um assistente que mantém um ritmo de descida constante, dosado pelo acelerador. Já em vias rápidas, o controle de cruzeiro funciona bem, assim como a direção elétrica com assistência variável.

    Tiggo 5X Pro
    Motor 1.5 gera 150 cv com etanol (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Equipado com câmeras que auxiliam nas balizas, o Tiggo 5x Pro peca pela falta de controle de cruzeiro adaptativo e frenagem autônoma de emergência. De acordo com  um executivo, como produto mais vendido da linha, o Tiggo 5x tem importância estratégica para a Caoa Chery e suas ambições em nosso mercado.

    Veredicto

    O Tiggo 5x Pro ainda é o mesmo carro, na essência, mas evoluiu muito com as mudanças introduzidas.

    Ficha técnica – Caoa Chery Tiggo 5X Pro

    Preço: R$ 154.990
    Motor: flex, diant., transv., 4 cilindros, 1.498 cm3; turbo-compressor, 150/147 cv a 5.500 rpm, 21,4 kgfm de 1.750 a 4.000 rpm
    Câmbio: CVT, 9 marchas simuladas, tração dianteira
    Direção: elétrica progressiva
    Suspensão: McPherson (dianteira), multilink (traseira) Freios: disco sólido (diant. e tras.)
    Pneus: 225/55 R18
    Dimensões: comprimento, 433,8 cm; largura, 183 cm; altura, 164,5 cm; entre-eixos, 263,1 cm; peso, 1.452 kg; porta-malas, 340 l; tanque, 51 l
    Desempenho: 0 a 100 km/h, 10,3 s; consumo urbano, 6,9 (A)/9,9 (G) km/l; consumo rodoviário (Inmetro), 8,1 (A)/11,5 (G) km/l

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