Hyundai Palisade é SUV que leva oito pessoas e pode beber como um V8
SUV de luxo traz sofisticação no interior, bom espaço para ocupantes e para as malas, tem bom desempenho com motor V6, mas consumo é (bem) elevado

Carros com sete lugares ou mais sempre fizeram parte da cultura automotiva norte-americana, conhecida por enaltecer grandes carrocerias. Porém, esses grandes SUVs podem ser a solução para novos formatos de famílias brasileiras compostas por enteados e também pelos avós, com o aumento da longevidade. Tornando a busca por um carro que carregue mais de cinco pessoas, uma necessidade.
A chegada do Hyundai Palisade preenche essa lacuna, afinal o SUV de luxo carrega até oito pessoas. Ele chegou em setembro do ano passado com a intenção de ocupar o espaço deixado pelo Veracruz, lançado em 2008 com sete lugares, no qual tem em comum apenas um motor V6 naturalmente aspirado. Mas o seu principal objetivo é brigar com SUVs derivados de picapes, montados sob chassi, em especial o Toyota SW4, líder em vendas da categoria.
O Palisade é o maior Hyundai já feito. São 4,99 m de comprimento e 2,90 m de entre-eixos, além de 1,75 m de altura e 1,97 m de largura. E ele segue a identidade visual do recém-lançado Creta 2025.
O conjunto óptico principal é formado por três projetores em led emoldurado por um DRL também na vertical. Na parte superior se destacam mais três peças em led, só que na horizontal, sendo as luzes de seta mais próximas do capô, contribuindo para uma dianteira moderna e robusta.
Essa verticalização das luzes também está presente nas lanternas traseiras, que ganham volume graças ao aplique prateado na tampa do porta-malas, que por sua vez, é digno de nota por oferecer generosos 311 litros com a terceira fileira de bancos montada.
É um pouco mais do que a capacidade de carga de um Chevrolet Onix. Porém o principal rival, o Kia Carnival, que também acomoda oito passageiros, oferece 627 litros com todos os bancos montados.
Capacidade máxima
Como forma de testar o principal atributo do Palisade, o de carregar oito ocupantes, boa parte da equipe da QUATRO RODAS entrou no SUV para testar essa capacidade. Portanto oito adultos com estaturas acima de 1,75 metro. O primeiro elogio dos passageiros foi a facilidade de acesso a terceira fileira, afinal basta apertar um botão na parte superior do banco traseiro e ele rebate de forma automática. E a acomodação de todos foi bem mais rápida do que o esperado.
No trajeto curto por São Paulo os passageiros da terceira fileira relataram terem algum espaço para pernas, mas na largura ficou mais apertado. Mas foi notado que a climatização é privilegiada na parte traseira graças às duas saídas de ar dedicadas e também é notável a preocupação com a entrada de luz natural preservada pelo extenso teto solar e pela grande terceira janela lateral.
Quem viajou na segunda fileira estava em um patamar acima em conforto pois tem a disposição ajuste elétrico do banco e ainda pode escolher a temperatura por meio de um comando no console central, que também abriga o controle da ventilação e aquecimento dos assentos localizados nas extremidades.
Na frente, o console central largo e elevado traz sofisticação e abriga uma série de botões físicos que tornam a operação mais facilitada. Há comandos desde o ar-condicionado até a seleção dos modos de tração. E até o câmbio é controlado por botões, que além de abrir espaço no console traz comodidade.
O quadro de instrumentos e o sistema multimídia são integrados em uma mesma peça com moldura em black piano com telas de 12,3” cada. E para tornar a condução mais segura o SUV traz de série o Head Up Display (HUD) e o retrovisor central digital usa uma câmera traseira para oferecer uma visão melhor.
Apegado às raízes
Atualmente o motor V6 3.8 Lambda continua aspirado mas tem injeção direta e 295 cv, ainda que mantenha o torque de 36,2 kgfm. Uma evolução é o uso do câmbio automático de oito marchas e tração integral.
Na dinâmica, o SUV tem um rodar que prioriza o conforto, permitindo a carroceria inclinar pouco nas curvas, afinal a principal vocação do Palisade é ser um SUV familiar.
O conjunto motor e câmbio é harmonioso, mas é mais adepto a acelerações progressivas, no quick down do acelerador o ruído do V6 aspirado invade a cabine e há uma morosidade característica desse tipo de motor para chegar a velocidade pretendida.
O 0 a 100 km/h cumprido em nossa pista foi de 8,5 segundos – um pouco mais lento do que o declarado pela marca, que é de 7,7 segundos. Mas ainda é um bom número para um carro com mais de duas toneladas. O Carnival é ainda mais pesado e conta com o V6 3.5 de 272 cv, portanto menos potente e cravou essa aceleração em 10,35 segundos.
O consumo de combustível também não é animador, afinal no nosso ciclo o Palisade fez 7,8 km/l na cidade e 11,6 km/l na estrada. O nosso ciclo é realizado com o carro descarregado e com oito ocupantes o computador de bordo marcava consumo de 3,5 km/l no ciclo urbano. E é natural essa elevação de consumo nessa condição e deve ser levada em conta.

A alternativa para melhorar essas médias de consumo é torná-lo híbrido e ao que tudo indica isso já está nos planos da Hyundai. O Palisade já tem uma nova geração na Coreia do Sul, usando o motor 2.5 litros de quatro cilindros, inclusive com uma versão híbrida com um motor elétrico. Além da motorização, o visual também recebeu uma mudança expressiva e o novo Palisade deve ainda ultrapassar os cinco metros de comprimento e carregar nove pessoas.

Porém a Hyundai não confirma se a nova geração chegará no Brasil, só crava que o atual modelo ficará à venda até 2026.
Vendido em versão única, a Signature, o Palisade custa R$ 449.990 e, assim como o antecessor Veracruz, se posiciona como uma alternativa aos SUVs derivados de picapes, como o líder de mercado Toyota SW4, que custa R$ 446.690 na versão topo de linha Diamond. Portanto uma diferença de R$ 3.300, considerando que o Palisade oferece desempenho superior, assim como conforto e dinâmica. No degrau acima está o Kia Carnival que por custar R$ 210.000 extras o tornam um rival distante apesar de também oferecer oito lugares e motor V6.
Teste de desempenho e consumo – Hyundai Palisade
Aceleração | |
0 a 100 km/h | 8,5 s |
0 a 1.000 m | 29 s / 186,8 km/h |
Velocidade máxima | – |
Retomadas | |
D 40 a 80 km/h | 3,6 s |
D 60 a 100 km/h | 4,8 s |
D 80 a 120 km/h | 5,9 s |
Frenagens | |
60/80/120 km/h a 0 | 14,5/25,8/60,8 m |
Consumo | |
Urbano | 7,8 km/l |
Rodoviário | 11,6 km/l |
Ruído interno | |
Neutro/RPM máx. | 35,7/64,2 dBA |
80/120 km/h | 57,9/64 dBA |
Aferição | |
Velocidade real a 100 km/h | 97 km/h |
Rotação do motor a 100 km/h | 1.600 rpm |
Volante | 2,7 voltas |
Seu Bolso | |
Preço básico | R$ 449.990 |
Garantia | 5 anos |
Condições de teste: alt. 660 m; temp., 26 °C; umid. relat., 59,5%; press., 760 mmHg. Realizado no ZF Campo de Provas
Ficha técnica – Hyundai Palisade Signature
Motor: gasolina, dianteiro, transversal, V6, 24V, DOHC, 3.778 cm3, 295 cv a 6.000 rpm, 36,2 kgfm a 5.200 rpm
Câmbio: automático, 8 marchas, tração integral
Suspensão: McPherson (diant.), multilink (tras.)
Freios: disco ventilado (diant.), sólido (tras.)
Pneus: 245/50 R20
Dimensões: comprimento, 499,5 cm; largura, 197,5 cm; altura, 175 cm; entre-eixos, 290 cm; porta-malas, 311/704 litros; peso, 2.036 kg