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Honda Accord

A nova geração traz o que há de mais avançado na Honda e antecipa a tecnologia a bordo dos Acura

Por Paulo Campo Grande | Fotos Christian Castanho
Atualizado em 9 nov 2016, 01h26 - Publicado em 4 ago 2013, 18h44
testes

O Accord é uma espécie de embaixador da Honda. Ele foi um dos primeiros modelos da fábrica a chegar ao Brasil, nos anos 90, e agora desembarca com a missão de preparar a vinda da Acura, divisão premium da empresa, que estreia em 2015. O objetivo da Honda é que o Accord, sendo seu carro mais luxuoso e tecnologicamente avançado, antecipe ao mercado (consumidores, revendedores e parceiros) o que vem por aí.

Lançado no fim de 2012, como modelo 2013, o Accord traz o mais moderno arsenal da marca japonesa. Ele é o primeiro a apresentar tecnologias inovadoras como os motores da família Earth Dreams, que contam com recursos para aumentar a eficiência e diminuir o impacto ambiental, faróis de led com duplo feixe e o inédito sistema de solda de peças de aço e alumínio no subchassi dianteiro, tecnologia empregada também no sedã Acura RLX. Inovadora em tecnologia, a nona geração do Accord continua com visual bem-comportado. Parece que os designers se inspiraram nos BMW no caso dos vincos laterais da carroceria e do painel do lado do passageiro. Mas falta ousadia. Em compensação, a construção evoluiu com emprego de aços de alta resistência e alívio de peso em componentes como os da suspensão.

O Accord tem duas versões: 2.4 de quatro cilindros e 3.5 V6 (mostrada aqui). As duas têm o mesmo padrão de acabamento EX, que inclui grade dianteira cromada, lanternas traseiras de led e bancos de couro. Mas há diferenças nos equipamentos. Os dois trazem direção elétrica adaptativa, ar-condicionado bizona, câmera de ré, assistente de partida em ladeiras e controle de estabilidade. Mas o V6 acrescenta saídas de ar-condicionado para a segunda fila de bancos, câmera para pontos cegos no retrovisor externo direito e teto solar, entre outros itens.

Ao volante, o Accord é confortável nas duas versões. Mas não é mais o malemolente das gerações anteriores, quando suas calibragens eram macias, ao gosto do consumidor norte-americano. Sua suspensão absorve bem as irregularidades do piso, mas é firme e não deixa a carroceria inclinar demais nas curvas, e sua direção é direta. No que se refere ao desempenho, o Accord V6 é bem mais empolgante que o de quatro cilindros. Mesmo no emaranhado do trânsito, onde não é possível acelerar à vontade, a força superior do V6 se faz presente. São 280 cv de potência contra 175 cv.

Na pista de testes, enquanto a versão 2.4 acelerou de 0 a 100 km/h em 9,4 segundos, a 3.5 V6 fez o mesmo em 6,6 segundos. Nas retomadas de 60 a 100 km/h, os tempos foram de 5,2 e 3,3 segundos, respectivamente. O resultado mais impressionante, no entanto, foi o das medições de consumo. O modelo equipado com motor de quatro cilindros obteve as médias de 9,3 km/l na cidade e 13,4 na estrada, enquanto o V6 conseguiu 9 e 13 km/l, respectivamente – lembrando que só há versões a gasolina.

Nas ondas do rádio

A explicação para esse empate técnico está na tecnologia mais sofisticada do motor V6, que tem dispositivo de corte de cilindros e roda a maior parte do tempo com apenas três cilindros. O sistema VCM (Variable Cylinder Management) analisa a condição de uso, em função da velocidade do carro, do giro do motor e da posição da borboleta do acelerador, e escolhe a melhor estratégia de funcionamento. Nas ruas, em trânsito lento, e nas estradas, em velocidade constante, ele pode optar por desativar uma bancada inteira de cilindros, para voltar a acioná-la imediatamente, caso perceba que será necessário aumentar a potência gerada. O motorista pode desativar o sistema a qualquer momento, bastando para isso selecionar a posição S (Sport) no câmbio. O V6 também tem cabeçote multiválvulas, com comandos variáveis na admissão. Para aproveitar essa versatilidade sem prejuízo do conforto a bordo, a engenharia instalou o motor com coxins eletro-hidráulicos, que variam a rigidez em função do número de cilindros em funcionamento, e desenvolveu um sistema de insonorização ativo (com microfone, rádio e alto-falantes) que identifica a onda sonora gerada pelo motor e emite outra onda (defasada) que atenua o ruído original. Considerando que, trabalhando com três cilindros, o motor tende a ser mais ruidoso, a solução adotada surtiu efeito porque, comparando com outros sedãs, como Hyundai Azera e Ford Fusion, o nível de ruído medido na cabine do Accord está na média do segmento.

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A Honda anuncia os preços de 119 900 reais, para o Accord EX 2.4, e 147 900, para o EX 3.5 V6. Segundo estimativa da marca, a versão topo de linha deverá responder por 70% das vendas, o que demonstra sua vocação para ser o cartão de visitas do andar superior, onde estão os modelos Acura, voltados para um segmento mais exigente.

DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO

Direção elétrica ativa tem relação direta. A suspensão é macia, mas firme. Para com segurança.

★★★★

MOTOR E CÂMBIO

Na versão 2.4, com câmbio automático de cinco marchas, O Accord é um sedã comum. Na V6, com seis marchas, tem desempenho empolgante.

★★★★

CARROCERIA

O estilo é discreto, mas a construção é de qualidade.

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★★★★

VIDA A BORDO

Espaçoso e bem-equipado, Accord corresponde ao que se espera de um sedã de seu segmento.

★★★☆

SEGURANÇA

Tem ABS, EBD, BAS, ESP e seis airbags, sendo os dianteiros, de duplo estágio.

★★★★☆

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SEU BOLSO

O Accord é caro, diante de rivais poderosos como os Hyundai Sonata e Azera e o Ford Fusion, em três versões.

★★★

OS RIVAIS Ford Fusion 2.0 GTDi Titanium

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Cheio de itens de conforto e segurança, tem motor 2.0 ecoBoost de 240 cv e tração integral e custa 114 990 reais.

Hyundai Azera GLS 3.0 V6

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Não é a última palavra em tecnologia, mas, por 116 005 reais, entrega mais que o básico para o segmento.

VEREDICTO

Se você é ou já foi dono de Accord, tem uma história com a Honda e não quer trocar de marca, entre o 2.4 e o V6, fique com o V6, caso seu orçamento permita. Mas, se a marca não é uma questão fechada, considere as outras opções do mercado, tão ou mais interessantes – e com preços mais em conta.

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