Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Haval H6 x Tiggo 8 Pro x BYD Song Plus: qual o melhor SUV híbrido chinês?

GWM Haval H6, BYD Song Plus e Caoa Chery Tiggo 8 Pro são SUVs médios híbridos plug-in de marcas jovens mas com autoridade quando o assunto é eletrificação

Por Eduardo Passos
Atualizado em 3 abr 2024, 18h14 - Publicado em 18 ago 2023, 13h13
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Ainda que caminhe a ritmos distintos ao redor do mundo, a eletrificação é um movimento sem volta, que já vem transformando o mercado automotivo profundamente.

    As marcas tradicionais, em geral, dão mais ênfase aos carros elétricos, de olho no dinheiro dos países ricos. Enquanto isso, cabe principalmente às jovens montadoras chinesas o papel de oferecer modelos híbridos que atendem melhor a países emergentes e com grande extensão territorial.

    Não é à toa que a Caoa Chery já tem sua fábrica em Goiás e tanto BYD quanto GWM se preparam para fabricar automóveis no Brasil, a partir do ano que vem. Com estratégias agressivas e aproveitando know-how que há mais de década a China vem desenvolvendo, o trio é o único a oferecer, por exemplo, SUVs médios híbridos plug-in abaixo de R$ 300.000.

    Tanto o BYD Song Plus quanto o Caoa Chery Tiggo 8 Pro e o GWM Haval H6 Premium trazem baterias que permitem uma experiência de carro elétrico no dia a dia, ao mesmo tempo que o tanque de gasolina diminui preocupações com autonomia e favorece a redução de custos.

    Além disso, cada um exibe os pontos fortes de suas marcas: seja acabamento acima da média, com cores incomuns e telas giratórias, espaço amplo com sete lugares e bom pacote tecnológico ou performance de esportivo raiz, com sistema de propulsão que possibilita raramente usar o propulsor a gasolina.

    Mas o pioneirismo chinês também exige do consumidor se acostumar a questões incomuns, como opções de ergonomia e interfaces que, conforme seus projetos, foram pensadas para o público oriental.

    E há a incerteza de adquirir um produto cujo fabricante ainda se consolida no mercado nacional, de modo que questões como garantia e assistência técnica, mesmo em etapas mais preliminares do serviço, possam causar algum incômodo.

    Continua após a publicidade

    Entre prós e contras, veja a seguir, o que cada um desses três SUVs oferece e como eles se saíram no comparativo em nossa pista.

    3º – BYD Song Plus: R$ 239.990

    BYD SONG PLUS
    Há quem confunda o Song Plus com o Audi Q5, por conta do porte e do estilo (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Único híbrido da BYD no mercado nacional, o Song Plus custa R$ 269.990 e, mesmo não sendo o mais barato dos três SUVs alinhados aqui (posto do Tiggo8, por R$ 239.990), mostra a agressividade das chinesas.

    Nessa faixa de preço, entre os nacionais, a opção seria algo como um Trailhawk TD350, a diesel (R$ 255.290), mas com mais espaço e economia: 17,9 km/l (gasolina) na cidade, contra 11,3 km/l do Compass.

    Continua após a publicidade

    O acabamento se destaca positivamente. A unidade avaliada apresentava painéis bem montados e ausência de barulhos internos. Quase todas as superfícies são macias ou trazem algum tipo de tratamento estético, como pintura em preto brilhante.

    BYD SONG PLUS
    Interior do Song Plus tem a melhor qualidade dos três, mas opções incomuns de cores são estranhas para o gosto dos brasileiros. Pacote tecnológico é comprometido pela conexão improvisada com Android Auto e Apple CarPlay (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    BYD SONG PLUS

    Este é o utilitário menos tropicalizado do comparativo, o que fica evidente na combinação de cores dos bancos: preto e bege com costuras laranja, que tendem a desagradar o gosto do brasileiro (que prefere o visual mais sóbrio no interior).

    BYD SONG PLUS df

    Com apelo tecnológico, o Song Plus traz um total de 25,1” de telas divididas entre quadro de instrumentos digital e central multimídia giratória – uma função curiosa mas pouco útil.

    Continua após a publicidade

    Só é possível usar Android Auto e Apple CarPlay com um acessório, que é incluído como cortesia. Quem preferir utilizar o software nativo do carro terá que lidar com menus confusos e mensagens mal traduzidas, incluindo alertas em chinês que impossibilitam entender o que está acontecendo.

    BYD SONG PLUS
    Song Plus tem motor 1.5 e dois elétricos (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Computadores à parte, entretanto, a união do motor 1.5 ao elétrico totaliza 235 cv e 40,8 kgfm, que garantem agilidade nas retomadas e condução confortável, favorecida pelo bom ajuste da suspensão. Mesmo assim, são números consideravelmente inferiores aos dos rivais, que superam os 300 cv e 50 kgfm. Nas provas de aceleração de 0-100 km/h, o BYD foi o mais lento, com o tempo de 9,7 s, ante 7,2 s, do Tiggo, e 4,9 s, do Haval.

    BYD SONG PLUS
    Porta-malas transporta 574 litros (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Sua autonomia em modo puramente elétrico é menor que a de seus rivais: apenas 29 km, contra 54 km e 170 km, respectivamente. O sistema de gerenciamento energético não parece colaborar nisso, e é necessário paciência para compreender os menus e ajustar o modo de condução para que a bateria não se esgote em alguns minutos e fiquemos dependentes do motor a combustão.

    Continua após a publicidade

    Nesse caso, a experiência será frustrante, com apenas 110 cv e 13,8 kgfm disponíveis para movimentar o modelo de 1.700 kg. É dele o terceiro lugar no comparativo.

    Ficha Técnica

    Motor: gas., diant., transv., 4 cil., 16V, 1.497 cm³, 110 cv, 13,8 kgfm. Elétricos, dianteiro, 179 cv, 32,2 kgfm. Total: 235 cv e 40,8 kgfm Autonomia elétrica: 29 km (8,3 kWh)
    Câmbio: CVT, tração dianteira
    Direção: elétrica progressiva, 11,1 m (diâmetro de giro)
    Suspensão: McPherson (diant.), multilink (tras.)
    Freios: disco ventilado (diant.), disco sólido (tras.)
    Pneus: 235/50 R19
    Dimensões: compr., 470,5 cm; larg., 189 cm; alt., 168 cm; entre-eixos, 276,5 cm; peso, 1.700 kg; porta-malas, 574 litros; tanque, 52 litros

    – Caoa Chery Tiggo 8 Pro – R$ 239.990

    Tiggo 8
    Terceira fila de bancos resulta em um grande balanço traseiro (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Caso o interessado em um SUV híbrido pertença a uma das raras famílias brasileiras com mais de cinco membros, esta é, indiscutivelmente, a opção ideal: a única com sete lugares. Mas os 650 litros de porta-malas, fartura de espaço nas fileiras da frente e bancos confortáveis agradam até mesmo quem não necessita dos dois lugares extras. De fato, o espaço do Tiggo 8 Pro é muito até se comparado a outros SUVs com sete assentos à venda no Brasil, como o Jeep Commander.

    Seu acabamento é mais discreto que o do Song Plus, com predomínio de materiais em preto. A predileção chinesa por telas, entretanto, se faz presente em um terceiro display, que serve para comandar o ar-condicionado e é menos prático do que controles analógicos, nos quais usar o tato permite a operação sem desviar os olhos da rua.

    Continua após a publicidade

    A lista de comodidades inclui sistema de som da Sony, câmeras 360o e suspensão independente bem calibrada para as ruas brasileiras.

    Tiggo 8
    Painel do Tiggo 8 Pro tem tela extra para os comandos do ar-condicionado (Fernando Pires/Quatro Rodas)
    Tiggo 8
    Acabamento é elegante e espaço o mais farto de todo o trio (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    O Tiggo 8 Pro consegue rodar 54 km em ciclo elétrico, e é possível, facilmente, configurar o 1.5 para funcionar como um gerador, recarregando as baterias para aproveitar mais do torque instantâneo. O consumo, porém, foi o pior do teste: 15,6 km/l na cidade, enquanto o BYD fez 17,9 km/l e o GWM, 22,8 km/l.

    Apesar dos 4,72 m de comprimento, o comportamento do Tiggo é ágil e faz parecer que estamos em um carro menor. Afinal de contas, há 317 cv e 56,6 kgfm na soma do motor 1.5 e do par de elétricos, que não apenas dão e sobram tanto em ambiente urbano quanto rodoviário.

    Tiggo 8
    Terceira fileira que cabe adolescentes sem sofrimento e ainda mantém 150 litros para pequenas bagagens (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    O comportamento dinâmico agrada, mas, na estrada, o SUV se mostra sensível a ventos laterais, que conseguem criar instabilidade na carroceria. Nada sabota mais o prazer de dirigir, no entanto, do que curso morto do pedal do acelerador, que torna necessário se pisar bastante antes de sentir a resposta. E, mesmo assim, no caso do Tiggo, quando a resposta vem, é brusca, e fica difícil fazer qualquer arrancada sem que o SUV cante os pneus.

    Tiggo 8
    No porta–malas do Tiggo cabem 650 litros. Seus motores geram 317 cv (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Outro detalhe estranho foi o comportamento errático do sistema de frenagem da unidade testada, que, repetidas vezes, provocou desacelerações bruscas sem razão, do nada, por frações de segundo. Não chegou a causar riscos, mas susto e desconforto. No final das contas, a experiência ao volante ficou aquém do que é oferecido pelo conjunto do carro. E o Caoa Chery termina em segundo.

    Tiggo 8

    Ficha Técnica

    Motor: gas., diant., transv., 4 cil., 16V, 1.499 cm³, 147 cv, 22,5 kgfm. Elétricos, dianteiros, 170 cv, 34,1 kgfm. Total: 317 cv e 56,6 kgfm Autonomia elétrica: 54 km (19,3 kWh)
    Câmbio: CVT, tração dianteira
    Direção: elétrica, n/d (diâmetro de giro)
    Suspensão: McPherson (diant.), multilink (tras.)
    Freios: disco ventilado (diant.), disco sólido (tras.)
    Pneus: 235/55 R18
    Dimensões: compr., 472,2 cm; larg., 186 cm; alt., 174,7 cm; entre-eixos, 271 cm; peso, 1.829 kg; porta-malas, 650 litros; tanque, 45 litros

    – GWM Haval H6 Premium – R$269.000

    HAVAL H6
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Entre os três SUVs alinhados aqui, o GWM Haval H6 Premium não tem o melhor acabamento, não é o mais espaçoso, e seu preço de R$ 269.000 perde para o do Tiggo 8 Pro. Mesmo assim, ele merece o primeiro lugar. A razão principal para a vitória no comparativo reside em seu conjunto mecânico, com rendimento muito acima da média. São fartos 393 cv e 77,7 kgfm, que resultam da união do motor 1.5 a dois elétricos (como no caso do Tiggo 8 Pro).

    HAVAL H6
    Acabamento do Haval H6 Premium é o mais simples dos três (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Além dos números da ficha técnica serem superiores, os obtidos no teste também são. A começar pelo consumo: 22,8 km/l na cidade, como já informado, e 19,7 km/l na estrada. Nas provas de aceleração de 0-100 km/h, a vantagem se repete. O Haval obteve o tempo de 4,9 s (o único abaixo da casa dos 7 s).

    Compartilhe essa matéria via:

    Dinamicamente, o ajuste de suspensão desenvolvido no Brasil agrada e é bastante equilibrado, mantendo constante a sensação de controle esportivo, graças também à calibração adequada da direção e das respostas dos pedais.

    HAVAL H6
    Banco do carona também tem ajustes elétricos (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Fazendo mais jus ao título de híbrido, o Haval H6 ainda conta com pacote de baterias que poderiam alimentar um subcompacto elétrico, de tão grandes. Não à toa, o GWM alcança 170 km de autonomia, sem queimar uma gota de gasolina ou ir à tomada.

    HAVAL H6
    Seu espaço interno é menor, mas compensado pelo piso quase plano que acomoda melhor quem viaja na posição central traseira (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    A vitória não é incotestada, pois o interior do SUV é mais simples que o dos rivais e, ainda que tenha qualidade, não passa a impressão de luxo que acontece nos outros dois. A oferta de piloto automático adaptativo (ACC), carregador de celular por indução, teto solar e baliza automática, por exemplo, serve para mantê-lo em igualdade com os rivais, em relação ao conteúdo. Suas telas são mais comedidas e cumprem bem a função. Entretanto, há defeitos como a ausência de controles físicos para o ar-condicionado.

    HAVAL H6
    Seus motores redem 393 cv de potência (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Por ser o mais compacto dos três, ele oferece espaço interno menor, ainda que a segunda fileira se mantenha espaçosa e os 560 litros de porta-malas atendam a grande maioria das ocasiões. O foco, entretanto, é no que o carro pode entregar em contrapartida ao investimento feito pelo comprador, ao adicionar baterias e motores elétricos à conta.

    E, dos três SUVs comparados aqui, nenhum deles é capaz de fazer tanto nesse aspecto quanto o Haval – que ainda é o único do trio que, além da versão híbrida plug-in, tem variante híbrida convencional, mais barata.

    HAVAL H6
    Porta-malas do H6 leva 560 litros (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Ficha Técnica

    Motor: gas., diant., transv., 4 cil., 16V, 1.499 cm³, 171 cv, 29 kgfm. Elétricos, dianteiro e traseiro, 272 cv, 50 kgfm. Total: 393 cv e 77,7 kgfm
    Autonomia elétrica: 170 km (34 kWh)
    Câmbio: Automatizado, 2 marchas, tração integral
    Direção: elétrica, 10,6 m (diâmetro de giro)
    Suspensão: McPherson (diant.), multilink (tras.)
    Freios: disco ventilado (diant.), disco sólido (tras.)
    Pneus: 235/55 R19
    Dimensões: compr., 468,3 cm; larg., 188,6 cm; alt., 172,9 cm; entre-eixos, 273,8 cm; peso, 2.040 kg; porta-malas, 560 litros; tanque, 55 litros

    Veredicto Quatro Rodas

    O Tiggo 8 custa R$ 29.010 a menos. E o Song Plus tem acabamento mais luxuoso. Mas o Haval H6 Premium PHEV tem pacote de equipamentos equivalente ao dos rivais e se destaca no que mais importa: a eletrificação. Mais potente e com muito mais autonomia elétrica, é a melhor escolha para quem busca um desses três híbridos.

    Teste Comparativo Quatro Rodas

    BYD Song Plus Caoa Chery Tiggo 8 Pro GWM Haval H6 PHEV
    Aceleração
    0 a 100 km/h 9,7 s 7,2 s 4,9 s
    0 a 1.000 m 32,2 s – 160,3 km/h 27,9 s – 170,1 km/h 24,9 s – 186,3 km/h
    Velocidade máxima* 150 km/h 180 km/h 180 km/h
    Retomadas
    D 40 a 80 km/h em 4,3 s 3,1 s 2,7 s
    D 60 a 100 km/h em 5,6 s 4,5 s 3,4 s
    D 80 a 120 km/h em 7,9 s 4,9 s 4,2 s
    Frenagens
    60/80/120 km/h a 0 14,9/26,6/41,6 m 14,8/26,0/60,3 m 15,0/26,3/57,9 m
    Consumo
    Urbano 17,9 km/l 15,6 km/l 22,8 km/l
    Rodoviário 14,9 km/l 13,5 km/l 19,7 km/l
    Ruído interno
    Neutro/RPM máx. -/- dBA -/- dBA -/- dBA
    80/120 km/h 61,2/68,5 dBA 60,5/67,9 dBA 61,5/68,7 dBA
    Aferição
    Velocidade real a 100 km/h 97 km/h 98 km/h 98 km/h
    Rotação do motor a 100 km/h em 5ª n/d 1.800 rpm 2.100 rpm
    Volante 2,7 voltas 2,5 voltas 2,5 voltas
    SEU Bolso
    Preço R$269.990 R$239.990 R$269.000
    Garantia 5 anos 5 anos 5 anos
    Concessionárias 18 119 18
    Revisões até 50.000 km R$6.310 R$8.823 R$4.560

    Condições de teste (Song Plus, Tiggo 8 e Haval h6): alt. 660 m; temp., 23,5/31,5/26°C; umid. relat., 74/44/66%; press.,1.012,5/1.012/1.012 kPa

    *Dado de fábrica

    Publicidade

    Publicidade

    Consulte a Tabela KBB

    Selecione o carro que você quer vender ou comprar

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY
    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Quatro Rodas impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 10,99/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.