A versão Volcano da Fiat Toro reúne itens inexistentes em outros modelos da marca, como bancos elétricos e partida remota sem chave.
Mas até março deste ano, esses mimos só estavam disponíveis a quem estava disposto a desembolsar mais de R$ 130 mil pelo Fiat de passeio mais caro do Brasil.
A estreia da linha 2019 da picape oferece uma possibilidade mais acessível para quem busca uma Toro recheada com o máximo de equipamentos possível.
O motor 2.4 Multiair Flex de até 186 cv, antes disponível somente no pacote intermediário Freedom, agora passou a ser exclusivo da versão Volcano, que parte de R$ 115.690.
O valor naturalmente é elevado, mas vale colocar na balança que, mesmo com todos os opcionais, a Toro 2.4 Volcano ainda fica mais barata que a mesma versão com o 2.0 turbodiesel, cujo preço inicial é de R$ 142.990.
Pequeno de série
Além do já citado banco elétrico e partida remota, a Toro 2.4 Volcano tem os mesmos itens da versão diesel, como chave presencial, sensor e câmera de ré, ar-condicionado digital de duas zonas, quadro de instrumentos com LCD de 7 polegadas, start-stop, ESP com assistente de partida em rampa e modo Sport.
Em relação à Volcano diesel falta apenas a opção pelo teto solar elétrico.
Os airbags laterais, de cortina e joelho são opcionais de R$ 5.990 (incluídos em um pacote que adiciona bancos de couro), mas provavelmente não são os acessórios que mais farão falta para o consumidor.
O sistema multimídia que vem de série na Toro Volcano usa uma pequena tela de 5 polegadas de leitura sofrível e de baixa resolução.
O pior é que existe, no catálogo da Toro, um equipamento com tela maior e mais recursos, como leitor de DVD e TV digital.
Mas, inexplicavelmente, esse sistema superior só é oferecido em versões mais baratas da Toro.
Ou seja: se você comprar uma Volcano topo de linha, vai precisar buscar um acessório de concessionária para equipar o carro com um multimídia à altura de seu preço.
Mais silenciosa e prática
Esse problema com o multimídia é ponto comum à Volcano 2.0, mas a nova versão 2.4 elimina duas características negativas da versão turbodiesel.
A primeira é inerente à concepção dos motores. Mesmo com bom isolamento acústico, o 2.0 turbodiesel transmite mais vibração e ruído para a cabine, sobretudo em marcha-lenta.
A suavidade do 2.4 é realçada pelo bom isolamento acústico da versão Volcano e torna o carro mais agradável no dia a dia.
Outra vantagem são os 70 centímetros que separam o diâmetro de giro da versão 2.4 (12,2 metros) em relação à 2.0.
Não que fosse difícil melhorar esse índice da Toro Volcano diesel: seus 12,9 metros de diâmetro de giro superam até picapes médias, como a Chevrolet S10 (12,7 m).
Para qualquer um que não se importa tanto com números na ficha técnica isso significa que a nova versão 2.4 Volcano é mais fácil de manobrar.
A novidade agrega outra novidade bem-vinda da linha 2019 da Toro: o desembaçador traseiro elétrico.
Na primeira apresentação da picape à imprensa, em dezembro de 2015, a ausência do equipamento foi minimizada pelos engenheiros da marca à época.
O resultado de três cabeças quentes próximas ao vidro, situação que favorece a condensação da vigia em climas frios, parece ter falado mais alto e agora o item se tornou de série em todas as versões da Toro.
O topo mais baixo
Dinamicamente a nova Toro 2.4 Volcano é idêntica à sua antecessora Freedom.
O ousado sistema hidráulico que controla as válvulas de escape faz um bom trabalho com o quatro-cilindros 2.4, entregando uma potência linear e constante.
É verdade que o pico dos 174 cv (com gasolina) ocorre a elevados 6.250 rpm, mas como o torque de 23,5 mkgf chega a bons 4.000 rpm – lembre-se que estamos falando de um motor aspirado -, há uma ampla faixa de utilização para o motorista.
Falta um pouco de agilidade ao câmbio automático de nove marchas para imprimir reduções no mesmo ritmo em que o pedal do acelerador é pressionado.
O modo Sport, porém, resolve essa questão e de quebra reduz a assistência elétrica da direção, deixando-a mais firme.
A ausência da tração 4×4 deixou a transmissão mais leve, mas o consumo ainda é um dos principais pontos fracos deste 2.4.
No teste padrão da QUATRO RODAS, a Toro fez elevados 7,0 km/l no ciclo urbano e 10,1 km/l no rodoviário.
Esses números não seriam tão ruins se fossem com etanol, mas eles se referem ao consumo com gasolina.
Apesar disso, a oferta do conjunto com o pacote Volcano tem potencial para ampliar ainda mais as vendas da atual líder do segmento, pois disponibiliza mais equipamentos por um custo – seja de compra ou propriedade – inferior à opção turbodiesel.
Só falta um sistema multimídia melhor…
Teste de pista (com gasolina)
- Aceleração de 0 a 100 km/h: 12,4 s
- Aceleração de 0 a 1.000 m: 34 s – 154,4 km/h
- Retomada de 40 a 80 km/h (em D): 5,5 s
- Retomada de 60 a 100 km/h (em D): 6,6 s
- Retomada de 80 a 120 km/h (em D): 9,4 s
- Frenagens de 60 / 80 / 120 km/h a 0: 17 / 29 / 67 m
- Consumo urbano: 7 km/l
- Consumo rodoviário: 10,1 km/l
Ficha técnica – Fiat Toro Volcano 2.4
- Preço: R$ 115.690
- Motor: flex, dianteiro, transversal, 4 cilindros, 2.360 cm³; 16V, 186/174 cv (E/G) a 6.250 rpm, 24,9/23,5 mkgf (E/G) a 4.000 rpm
- Câmbio: automatico, 9 marchas, tração dianteira
- Suspensão: McPherson (dianteira) e multibraço (traseira)
- Freios: disco ventilado (dianteira) / tambor (traseira)
- Direção: elétrica, 12,2 m (diâmetro de giro)
- Rodas e pneus: liga leve, 225/60 R17
- Dimensões: comprimento, 491,5 cm; altura, 173 cm; largura, 184,4 cm; entre-eixos, 299 cm; peso, 1.734 kg; tanque, 60 l
- Equipamentos de série: ESC com assistente de partida em rampa, chave presencial, banco do motorista com ajuste elétrico, sensor e câmera de ré, sistema multimídia de 5″ com GPS, quadro de instrumentos com tela de LCD de 7″, ar-condicionado digital de duas zonas, retrovisor central eletrocrômico e laterais com rebatimento elétrico, controlador e limitador de velocidade
- Equipamentos Opcionais: Airbags laterais dianteiros, de cortina e de joelho para o motorista, bancos de couro, para-barro
Agradecimento ao Restaurante Vila don Patto