Fiat Argo S Design 1.3 é versão intermediária com itens de topo de linha
Modelo intermediário com motor 1.3 de 109 cv recebe itens de conveniência como ar-condicionado automático e partida por botão, mas preço bate nos R$ 70.000
A vida do Fiat Argo pode parecer confortável, mas não está fácil. Embora o modelo venha conseguindo um sólido sexto lugar nos emplacamentos de 2021, bem acima de rivais como VW Polo e Toyota Yaris, o hatch ainda tem à frente os líderes do segmento, Chevrolet Onix e Hyundai HB20, com vendas bem superiores.
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Para se manter interessante num meio tão concorrido, a Fiat faz ajustes aqui e ali na linha do modelo, como para a gama 2022 do Argo. A variante intermediária, Drive 1.3, perdeu de vez o famigerado câmbio automatizado e se firmou como a cereja do bolo do modelo.
Isso porque o Argo parte de competitivos R$ 65.582, território em que muitos 1.0 ainda estão, e, para ficar bonitão como a unidade das fotos, o pacote S-Design adiciona itens para lá de bem-vindos ao modelo. Por R$ 3.864 extras, o Argo ganha rodas de liga leve de 15 polegadas, faróis de neblina, interior escurecido e controles de estabilidade e tração (estes últimos, pelo menos, deveriam ser de série em todas as versões).
Ainda há itens raros nessa faixa de preço, como ar-condicionado automático e partida por botão com chave presencial. Porém, um VW Polo acrescenta airbags laterais, e o Onix até mesmo de cortina em versões com preços parecidos, deixando o Argo para trás no quesito segurança.
Dentro e fora, há alguns detalhes escurecidos, como emblemas, capas de retrovisor e rodas. O teto também é preto, bem como todos os arremates. Com o pacote S-Design, o Argo vai a R$ 69.446, próximo de um Onix LTZ turbo ou de um Polo MSI 1.6, ambos com pacotes de equipamentos semelhantes. Só que, por esse valor, o único Argo possível é na cor preta. Todas as outras são pagas à parte e custam pelo menos R$ 996 extras, como para um simples branco ou vermelho. Para o belo cinza das fotos, a conta sobe mais R$ 1.830.
O conjunto deixa o Argo agradável aos olhos, e com menos cara de carro de aplicativo, e o ar-condicionado automático dá um visual sofisticado à cabine do Argo. Aliás, a cabine é um dos pontos altos do modelo, que tem acabamento acima da média do segmento. Ainda há plásticos rígidos demais, mas eles têm qualidade bem superior à dos usados pela VW em Polo e Gol. E a montagem também é boa, com as peças bem encaixadas e ausência de rebarbas.
O senão é que o espaço interno é um bocado limitado. O entre-eixos tem só 2,52 m, o que não livra muito espaço para os ocupantes do banco traseiro. Pessoas com mais de 1,70 m ficarão com as pernas encostadas nos bancos da frente, isso se quem viajar na dianteira também não for dos mais altos. Pelo menos, o porta-malas leva razoáveis 300 litros, na média para um hatch compacto. Os bancos também são confortáveis, embora pudessem ser mais firmes.
Em movimento, o 1.3 pode não ter o mesmo brilho dos 1.0 turbo de alguns rivais, mas até que não faz tão feio sob o capô do Argo. Os 109 cv são valentes e levam o hatch de 0 a 100 km/h em 12,6 s. Não é rápido, mas o modelo deslancha com desenvoltura em cidade e estrada.
No trânsito urbano, o Argo é ágil, mas precisa de rotações mais elevadas, já que o torque máximo só aparece a 3.500 rpm, o que pede constantes trocas de marcha. O câmbio tem engates longos mas precisos, e a direção é bastante leve em baixas velocidades, o que ajuda muito em manobras em espaços apertados.
Já na estrada, o 1.3 tem mais espaço para “esticar as pernas” e entrega mais força. No entanto, o Argo merecia uma sexta marcha no câmbio manual, já que a 120 km/h o quatro-cilindros vai a elevadas 3.900 rotações. Em altas velocidades, a suspensão com acerto mais macio do Argo não inspira uma condução das mais arrojadas, mas o hatch passa segurança em condições normais.
De série, o Argo também tem uma ótima central multimídia com tela de 7 polegadas. A tela reage rapidamente aos comandos por toques e há conexão com Android Auto e CarPlay, sendo que o sistema UConnect, independentemente da conexão com os smartphones, é bom de usar e um dos melhores do segmento.
Outro item interessante é o computador de bordo, com diversas funções como indicador de velocidade limite, medições A e B de consumo médio e quilometragem, e até monitor de pressão dos pneus e vida útil do óleo do motor. O senão é a ausência de uma câmera de ré. Há até sensor de obstáculos, mas uma câmera ajudaria nas manobras.
O Argo ainda traz duas entradas USB, uma no console central e outra direcionada aos ocupantes do banco de trás. O hatch da Fiat também deve melhores porta-objetos. Os únicos porta-copos estão à frente da alavanca de câmbio e são rasos demais. Não há nicho entre os bancos. E os bolsões nas portas são pequenos.
Não há dúvidas, porém, de que a versão com o pacote S-Design ficou melhor, mais bonita e completa.
Teste
- Aceleração
0 a 100 km/h: 12,6 s
0 a 1.000 m: 34,33 s – 150,8 km/h
- Velocidade Máxima: 184 km/h*
- Retomada
3ª 40 a 80 km/h: 8 s
4ª 60 a 100 km/h: 12,2 s
5ª 80 a 120 km/h: 21,9 s
- Frenagens
60/80/120 km/h – 0 m: 16,1/28,4/66,5 m
- Consumo
Urbano: 13 km/l
Rodoviário: 16,6 km/l
Ficha técnica
Preço: R$ 69.446
Motor: flex., diant., trans., 4 cil. em linha, 8V, 1.332 cm3; 109 cv a 6.250 rpm, 14,2 kgfm a 3.500 rpm
Câmbio: manual, 5 marchas, tração dianteira
Suspensão: independente, McPherson/eixo de torção (diant./tras.)
Freios: disco ventilado (diant.)/ tambor (tras.)
Direção: elétrica, 10,4 m (diâm. giro)
Rodas e pneus: liga-leve, 185/60 R15 (diant./tras.)
Dimensões: comprimento, 399,8 cm; largura, 172,4 cm; altura, 150,1 cm; entre-eixos, 252,1 cm; peso, 1.104 kg;
Tanque: 48 l
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