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Ducati Diavel

Muscle bike italiana chega quente, com estilo e sedução para desbancar ícones como a V-Max

Por Marcelo Brettas
Atualizado em 9 nov 2016, 11h52 - Publicado em 7 jul 2011, 18h55
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  • Ducati Diavel

    Na apresentação da Diavel, em Milão, no ano passado, meus olhos brilharam como os de centenas de jornalistas de todo o mundo. Alguns meses depois, a constatação: seus atributos vão além das belas curvas. O design arrojado e o estilo próprio, que despertam atenção, são diferenciais, mas a moto reserva uma série de detalhes inovadores que a tornam especial.

    Apesar do aspecto custom-cruiser – com a generosa distância entre os eixos, o guidão largo e o assento rebaixado -, a pegada e o coração, um fortíssimo dois cilindros de 1198 cc e 162 cv, são de uma esportiva. Se o assunto é tecnologia, a Diavel traz os últimos avanços para uma condução segura e veloz desde a hora de ligá-la, operação feita apenas através de um sensor de proximidade, com a chave no bolso ou mochila.

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    Todas as informações podem ser alteradas em duas telas de cristal líquido coloridas, uma no guidão e outra sobre o tanque. Nelas, além das leituras-padrão, como velocímetro, tacômetro, indicador de temperatura do radiador, contador de voltas, cronômetro e relógio, é possível optar entre três modos de utilização do motor (Sport, Touring e Urbano), cada um com oito níveis de controle de tração (inclusive desligado) e ABS, que também pode ser desativado para uma condução mais esportiva.

    Em cada um dos três modos escolhidos é possível reduzir a potência do motor. Nos ajustes originais, a Diavel entrega no modo Urbano 100 cv, e o controle de tração funciona a pleno. No modo Touring a potência vai a 162 cv, mas com uma gestão de motor suave, com o controle de tração funcionando em uma zona intermediária. Já no modo Sport ela entrega os mesmos 162 cv disponibilizados de forma bem mais brutal e com o controle de tração no mínimo. Vale ressaltar que as suspensões também são recalibradas eletronicamente à medida que se altera a gestão do motor, endurecendo quando se aumenta a potência. Nunca é demais lembrar que o condutor, através dos menus, poderá ajustar todas as variáveis para o seu gosto ou estilo de pilotagem, além de inscrever um código que impedirá que a moto se movimente sem o seu registro.

    CORCUNDA ATRAENTE Goste ou não, em uma Diavel você será o centro das atenções. Na frente, um portentoso garfo invertido Marzocchi com 50 mm de diâmetro, e atrás um belo monobraço com monoamortecedor Sachs, os dois multiajustáveis.

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    O tanque de combustível, com 17 litros de capacidade, se integra ao conjunto óptico frontal formando uma alta “corcunda” e recebe apliques de alumínio escovado em sua parte superior frontal, onde está fixada uma das telas de cristal, e nas duas laterais, onde funcionam como entrada de ar para os radiadores. O farol é moderno e incorpora duas lentes separadas por uma sobreposição de filetes de leds, enquanto o grupo óptico traseiro é dividido em módulos verticais também de leds.

    O minúsculo banco do garupa fica escondido sob a rabeta desaparafusável, enquanto as pedaleiras retráteis dessa companhia eventual têm um desenho sensacional, permitindo que se escondam totalmente quando em desuso.

    Na traseira chamam atenção os pequenos para-lamas bipartidos, que valorizam e deixam ainda mais à mostra o enorme pneu Pirelli Rosso II (240/45-17). Os freios são Brembo com duplo disco dianteiro de 320 mm com pinças de quatro pistões radiais, com disco de 265 mm na traseira.

    CADÊ A RODA? A primeira impressão agrada: o assento é muito confortável e macio, apoia as costas e fica a apenas 76 cm do solo, enquanto o guidão largo tem os comandos bem posicionados.

    O tanque de combustível alto, associado ao assento baixo, causa a sensação de pilotar o tempo todo sem enxergar a roda dianteira, o que não interfere em nada na tocada. O conjunto guidão, banco e pedaleiras induz o condutor, naturalmente, a adotar um posicionamento mais esportivo e ligeiramente lançado à frente, porém confortável.

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    Nos primeiros movimentos, alguns preconceitos vão caindo. Por exemplo: uma moto que pesa mais de 240 kg com o tanque cheio e que tem entre-eixos de 158 cm, balança alongada e pneu traseiro com 24 cm de largura vai ser pouco maneável e ruim de curva, certo? Puro engano: ela faz muita curva (os limitadores das pedaleiras que o digam) e é bastante leve em movimento. Agora olhe para ela e espante-se comigo: com o ajuste mais manso ela pode, sim, ser um belo veículo urbano.

    Nas arrancadas, aí sim a geometria alongada e o pneu largo, além do controle de tração, correspondem ao esperado: ela sai com muita força (em nosso teste, fez de 0 a 100 km/h em 3,2 segundos), com o pneu grudado no solo e a frente se mantendo bem comportada.

    O visual e o som do duplo escapamento conjugado que sai pela lateral direita da Diavel são fortes e agradáveis. O câmbio é preciso e a navegação pelos seus múltiplos controles é fácil e lógica, além de os displays estarem bem posicionados e permitirem visualização clara e precisa. Suspensões e freios dão conta do recado, com o ABS funcionando na medida certa. Já o motor com DNA esportivo combina perfeitamente com suas múltiplas propostas, principalmente por sua elasticidade, mostrando muita força em uma grande faixa, que vai das 3000 até as 10000 rpm. Tem performance próxima da das superesportivas, acelerando de zero a 1000 metros em 20,6 segundos e cruzando essa marca a 240 km/h. Nada mal, não é?

    Nosso único problema durante uma semana de testes foi com um detalhe bobo: os retrovisores teimavam em não aceitar regulagem vertical.

    Chegando ao Brasil por 72900 reais, a Diavel surpreende, demonstrando, além de beleza, eficiência nos mais diversos modos de utilização. É uma “transformer”, mas que lá no fundo não esconde o gosto pessoal de seus projetistas, tendendo um pouco mais para a vertente das esportivas – o que nos levou a escolher o macacão de couro e não as roupas de cordura como a indumentária ideal para este teste.

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    TOCADA Funcional na estrada e na cidade e muito divertida em uma tocada mais agressiva e esportiva.

    ★★★★★

    DIA A DIA Contra todos os indícios, ela surpreende no uso urbano. Será sempre uma moto de mais de 200 kg, mas… sabe que é viável?

    ★★★★

    ESTILO O estilo é único e moderno e o acabamento, muito bom. Chama atenção, tem porte e é exclusiva.

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    ★★★★★

    MOTOR E TRANSMISSÃO O propulsor consagrado em versões mais esportivas lhe caiu muito bem, com sua força e desempenho. O câmbio tem bom escalonamento e encaixes perfeitos.

    ★★★★★

    SEGURANÇA Ótimos freios ABS, controle de tração regulável… Adota tudo o que existe de mais moderno nesse quesito.

    ★★★★★

    MERCADO O valor de 72900 reais está longe de ser considerado uma pechincha, mas é condizente com a realidade de preços e tributos vigente no país.

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    ★★★★

    VEREDICTO

    Proposta diferenciada, com pegada própria, personalidade e estilo. Um modelo com atributos para fazer história.

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