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Dafra Riva 150

Com preço apetitoso e bom nível de equipamento, a chinesa acirra a concorrência entre as pequenas

Por Ismael Baubeta | Fotos: Christian Castanho
Atualizado em 9 nov 2016, 11h56 - Publicado em 2 abr 2012, 11h28
Dafra Riva 150

A Dafra Riva 150 surpreende. Não se trata de preconceito infundado, mas a importação de algumas motos chinesas de acabamento rústico, confiabilidade duvidosa e mecânica antiquada deixou uma má impressão dessa procedência oriental. Passo a passo, a coisa já está mudando.

O design da Riva 150 é moderno e seu comportamento dinâmico é bom. A moto vem acirrar a concorrência na categoria de 125 a 150 cc. Apesar de não trazer injeção eletrônica, mas carburador, seus acessórios a situam diante da Honda CG 150 Titan ESD/EX (6 890/7 390 reais), Kasinski Comet 150 (5 390), Suzuki GSR 150i (6 829) e da própria Dafra TVS Apache 150 (5 990). Compete diretamente com a CG 125 Fan, a versão carburada e mais simples da Honda, que custa 5 696 reais (com partida elétrica). Mais barata e com design mais bem cuidado que as rivais, a Riva promete guerra.

O farol em escudo acopla pequena bolha fumê que protege o painel. O tanque de combustível é estreito entre as pernas e permite bom encaixe. Suas linhas formam um vinco longitudinal de cada lado, que termina nos appliqués das abas de direcionamento de ar laterais. Um pequeno spoiler debaixo do motor dá mais esportividade ao visual, mas vive sujo. As laterais abaixo do banco são divididas em duas partes: a primeira simula o visual de um chassi retangular de cor grafite e empresta robustez ao conjunto. A segunda metade é pintada da cor da moto, ladeia a parte posterior do banco e termina numa alça para o garupa.

O banco em dois níveis valoriza a ergonomia e o visual. Por outro lado, a espuma rígida se torna cansativa em viagens mais longas. O painel é bem completo, com conta-giros analógico redondo centralizado e pequeno mostrador digital integrado com indicador de marchas do lado direito. As demais informações estão em outro painel maiorzinho do lado direito – também LCD -, que mostra velocímetro, hodômetro total e parcial e marcador de combustível. Faltou relógio para ficar completão. Do outro lado, luzes-espia.

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As rodas são de liga e o desenho com cinco raios duplos é bonito e atual. As bengalas receberam pintura cinza fosco – também presente na lateral do farol, na alça do garupa e nas laterais na parte próxima ao motor. A combinação com o branco do modelo avaliado ficou muito elegante.

ERGONOMIA E DINÂMICA

A posição de pilotagem é confortável, braços semiflexionados em guidão alto, tronco reto, pernas um pouco recuadas e bem encaixadas oferecem facilidade na condução e no acionamento dos comandos. Os punhos são do tipo universal, só faltou o corta-corrente, já que a moto tem lampejador de farol alto e ainda é possível desligá-lo.

O motor tem 12,1 cv a 8 250 rpm, dois cavalos a menos que a CG 150 Titan EX da Honda – a mais potente da categoria. A diferença de torque é bem maior, chega a 45% para a Titan com álcool. A Honda tem 1,32 mkgf (1,45 com álcool) a 6 500 rpm, contra 1,01 “quilo” da Riva. Graças ao maior torque, a Honda leva vantagem, principalmente nas arrancadas e subidas.

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Nas acelerações, a Dafra vai bem. Só depois dos 80 km/h é que a velocidade sobe mais lentamente – a maxima em nosso teste chegou a 109 km/h.

O câmbio de cinco marchas tem engates fáceis. A vibração em quinta marcha em velocidade de cruzeiro sugere que uma sexta teria sido bemvinda. A exemplo do motor Yamaha de 250 cc, o 150 cc chinês também mostrou certo barulhinho insistente no comando de válvulas, aquele tec-tectec de máquina de costura da vovó. Ambas as fábricas garantem que não representa risco e que é apenas uma característica – chata, diga-se.

A performance da Riva 150 é parelha à da Kasinski Comet 150 e Suzuki GSR 150i. A diferença no preço joga contra as concorrentes: são 1 839 reais a menos que a GSR 150i e 400 a menos que a Comet 150. Se comparada com a CG Titan 150 EX, são 2 400 reais de diferença e 1 900 na versão ESD.

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As suspensões estão bem calibradas. As curvas são contornadas com segurança – no limite, ela mexe um pouco. Os pneus Pirelli City Demon garantem grip. O freio dianteiro é potente e progressivo (sem tendência ao travamento). O tambor traseiro a varão é simples e parece antigo, mas funcionou bem.

Motos chinesas baratas com padrão internacional de qualidade e confiabilidade são a aposta bancada pelas marcas recém-chegadas. Parece que a Dafra começa a pagar placê.

VEREDICTO

Surpreendente, tem bom desempenho e economia, com design moderno. Faltou a injeção de combustível.

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