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Comparativo: VW Taos é melhor que Jeep Compass e Toyota Corolla Cross?

Chegou a hora de os consumidores de SUVs médios descobrirem alternativas ao Jeep Compass: Corolla Cross e Taos chegaram

Por Guilherme Fontana Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 16 jul 2021, 22h37 - Publicado em 16 jul 2021, 15h35
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  • Comparativo: Jeep Compass x Toyota Corolla Cross x Volkswagen Taos
    Taos e Corolla Cross formam a segunda onda de ataque ao líder Compass (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Até meados de 2016, pouco se ouvia falar sobre SUVs médios. Na época, os protagonistas eram os compactos, que cresciam a cada dia em quantidade de representantes e volume de vendas.

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    Em setembro daquele ano, porém, isso começou a mudar com a chegada do novo Jeep Compass, que prometia revolucionar a categoria como irmão maior do Renegade, que era um sucesso no mercado. E ele não apenas conseguiu como virou um dos modelos mais vendidos do país.

    Desde então, de olho nesse segmento, outras fabricantes entraram para a briga, mas a disputa nunca chegou a ficar equilibrada. Só que, mais uma vez, o mercado está mudando com a chegada de concorrentes realmente alinhados ao SUV feito em Goiana (PE), que passou por mudanças em abril deste ano para tentar manter a liderança e se preparar para a vinda dos novos rivais.

    O primeiro a chegar foi o Toyota Corolla Cross. Lançado em março, o modelo fabricado em Sorocaba (SP) é o primeiro SUV nacional da marca e tem opções de motor 2.0 aspirado ou um conjunto híbrido. Em seguida, no final de maio, foi a vez do Volkswagen Taos desembarcar por aqui. Único importado entre os três, ele vem da Argentina em duas versões, mas apenas com motor 1.4 TSI.

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    Com a promessa de uma boa disputa, reunimos os três modelos em versões com preços semelhantes: Compass Limited 1.3 turbo flex, Corolla Cross XRX híbrido e Taos Highline. No caso do Jeep, a versão apresentada nas imagens externas é a Longitude, imediatamente abaixo da Limited, que a fábrica não dispunha para empréstimo.

    Será que os novatos têm força suficiente para encarar o líder?

    3º – Toyota Corolla Cross XRX Hybrid • R$ 188.590

    Toyota Corolla Cross XRX Hybrid
    Corolla tem o visual mais inspirado do trio (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    O Toyota tem a seu favor a ótima fama da marca e a força do nome Corolla, que apesar disso aparece tímido na tampa traseira, à esquerda do sobrenome Cross. Mas só isso não adianta em um segmento com clientes tão exigentes.

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    Claramente o Corolla Cross tem outros bons atributos para brigar com Taos e Compass, como o fato de ser o único híbrido da categoria no Brasil (isso até a chegada do Compass 4xe, previsto para ainda este ano). O conjunto é formado por um motor 1.8 flex de 101 cv e 14,5 kgfm, e dois elétricos, com 72 cv e 16,6 kgfm; a potência combinada é de 123 cv. O câmbio é CVT.

    Toyota Corolla Cross XRX Hybrid
    Interior repete o desenho do Corolla sedã; é bonito, mas faz economias em relação ao “irmão” de três volumes (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    As saídas são boas e suaves, especialmente pela ajuda do torque instantâneo do motor elétrico, mas passam longe de empolgar e o modelo parece perder o fôlego conforme a velocidade aumenta. Em nossos testes, com gasolina, ele levou 13,4 segundos para ir de 0 a 100 km/h – o pior tempo entre os rivais deste comparativo.

    O comportamento mais pacato do SUV parece convidar o motorista a dirigir sem pressa para mostrar do que ele é capaz em conforto e consumo, onde registrou as melhores médias do segmento: 18,3 km/l em ciclo urbano e 16,9 km/l no rodoviário. A direção é leve e a suspensão é mais macia que a do sedã, mas dá pancadas secas em fim de curso, principalmente nas distensões em elevações. Essa maciez também aumenta a movimentação lateral da carroceria.

    Toyota Corolla Cross XRX Hybrid
    Há bom espaço para pernas na traseira (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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    Por dentro o SUV segue à risca o desenho do sedã. O painel é bonito e bem acabado, mas ao mesmo tempo recorre a detalhes sem refinamento, como o toque seco de alguns botões. O quadro de instrumentos não é todo digital (apenas a tela central), o revestimento de portas, bancos e painel poderia oferecer um tom escuro, e o freio de estacionamento no pé é um tanto antiquado.

    Assim como por fora, há vãos irregulares entre peças e sustentações aparentes para estruturas vindas do sedã, grave para um carro de R$ 188.590 – o mais caro.

    Toyota Corolla Cross XRX Hybrid
    Porta-malas é o menor do comparativo, com 440 litros (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    O Toyota leva bem os ocupantes traseiros, com espaço de sobra para as pernas, mas o menor para os ombros. Também é dele o menor porta-malas, com 440 litros, uma grande desvantagem para um modelo familiar. É um bom SUV, mas que foca nos consumidores mais conservadores.

    Teste de desempenho – Toyota Corolla Cross XRX Hybrid

    Aceleração
    0 a 100 km/h: 13,4 s
    0 a 1.000 m: 34,8 s – 151 km/h
    Velocidade máxima: n/d

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    Retomadas
    D 40 a 80 km/h: 5,4 s
    D 60 a 100 km/h: 6,9 s
    D 80 a 120 km/h: 9,7 s

    Frenagens
    60/80/120 km/h a 0: 14,7/25,9/58,3 m

    Consumo
    Urbano: 18,3 km/l
    Rodoviário: 16,9 km/l

    Ruído interno
    Neutro/RPM máx.: 47,6/- dBA
    80/120 km/h: 59,9/68,7 dBA

    Aferição
    Velocidade real a 100 km/h: 96 km/h
    Rotação do motor a 100 km/h em D: n/d

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    Ficha técnica 

    2º – Jeep Compass Limited 1.3 • R$ 176.990

    Jeep Compass
    O design mudou pouco, mas ainda é atual (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Líder do segmento, o Compass já emplacou mais de 260.000 unidades desde que estreou por aqui, virando figurinha fácil pelas ruas e caindo no gosto do mercado. A linha 2022 chegou com a proposta de melhorar ainda mais as vendas e se preparar para a concorrência.

    O Compass é dono do motor mais potente, já que o novo 1.3 turbo entrega até 185 cv e 27,5 kgfm. Com esse conjunto, o SUV oferece agilidade na cidade e em rodovias, graças ao ótimo escalonamento do câmbio de seis marchas e à turboalimentação, que oferece bom torque a partir dos 1.750 rpm. Prova desse vigor está na aceleração de 0 a 100 km/h, feita em 10,3 segundos em nossos testes.

    Jeep Compass
    Painel é o mais bonito e refinado do trio (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Por outro lado, seu peso superior ao dos demais modelos é sentido no deslocamento e na suspensão, ainda mais macia em relação ao Corolla e que dá uma sensação incômoda de balanço lateral.

    O peso da direção e o grande diâmetro do volante podem fazer com que o Compass seja mais cansativo no dia a dia, mas há quem goste da sensação de robustez que deixa o carro mais na mão. Os 1.589 kg também influenciam no consumo: 9,3 km/l na cidade e 13 km/l na estrada. É o pior do comparativo, mas não é de todo ruim, considerando a relação de peso/potência do modelo.

    Jeep Compass
    Compass tem o menor espaço traseiro, mas os bancos são mais altos (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Ao lado do motor, as mudanças no interior deram nova alma ao SUV, que tem a cabine mais bonita e refinada entre os três modelos mostrados aqui, com misto de texturas e materiais de boa qualidade na montagem, mesmo sendo o mais barato do comparativo. O nível de equipamentos está na média dos concorrentes, mas os sistemas semiautônomos de condução são opcionais – com eles, o Compass chega aos R$ 188.790.

    Jeep Compass
    Porta-malas tem 476 litros de capacidade e assoalho alto (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Assim como Corolla e Taos, o Jeep trata bem quem vai atrás. Entretanto, seus quase 5 cm a menos de entre-eixos em relação ao Taos interferem diretamente no espaço para as pernas na segunda fila, que também é 5 cm menor. Assim, ele é o menos espaçoso do trio, mesmo que ninguém passe aperto. O porta-malas de 476 litros fica entre os dois rivais, mas tem o assoalho mais alto, o que facilita a acomodação de bagagens mais pesadas.

    O Compass não é o SUV da moda por acaso, já que tem muitas qualidades. Mas ele não está mais sozinho.

    Teste de desempenho – Jeep Compass Limited

    Aceleração
    0 a 100 km/h: 10,3 s
    0 a 1.000 m: 31,7 s – 165,1 km/h
    Velocidade máxima: 203 km/h (dado de fábrica)

    Retomadas
    D 40 a 80 km/h: 4,5 s
    D 60 a 100 km/h: 5,7 s
    D 80 a 120 km/h: 7,2 s

    Frenagens
    60/80/120 km/h a 0: 14,8/26,9/61,3 m

    Consumo
    Urbano: 9,3 km/l
    Rodoviário: 13 km/l

    Ruído interno
    Neutro/RPM máx.: 46,2/65,7 dBA
    80/120 km/h: 63,8/67,7 dBA

    Aferição
    Velocidade real a 100 km/h: 98 km/h
    Rotação do motor a 100 km/h em D: 1.800 rpm

    Ficha técnica 

    1º – Volkswagen Taos Highline 250 TSI • R$ 181.790

    Volkswagen Taos Highline
    Taos é o dono do desenho mais sóbrio e elegante entre os rivais (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    O estreante do segmento é também o grande vencedor do comparativo, mas isso não quer dizer que ele é melhor em tudo em relação aos rivais. Os principais atributos que levaram o Taos ao topo do pódio são a melhor dirigibilidade e o maior espaço para passageiros e bagagens.

    Por ser feito sobre a plataforma do Jetta, o SUV herda todas as características dinâmicas do sedã. Entre elas a direção precisa, direta e leve, e um conjunto de suspensão que vai pelo mesmo caminho, com boa absorção dos impactos, mas firme, privilegiando a estabilidade e não deixando que a carroceria role com facilidade nas curvas. Isso também acontece graças à suspensão traseira multilink, que só ele tem entre os demais. Em resumo, o Volks é o que mais dá prazer ao dirigir, com uma tocada até esportiva, sem deixar de lado o foco familiar.

    Volkswagen Taos Highline
    Interior é sóbrio e tem bom acabamento, apesar de ser o menos refinado (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Essa característica é reforçada pelo conjunto mecânico, formado pelo motor 1.4 turbo flex de 150 cv e 25,5 kgfm, e pelo câmbio automático de seis marchas. Apesar dos 35 cv a menos em relação ao Compass, o Taos foi mais rápido e levou 10,2 segundos para ir de 0 a 100 km/h em nossos testes.

    Ele também foi melhor em consumo, com as médias de 11,4 km/l na cidade e 14,3 km/l na estrada. Na prática, dá para notar os números com as acelerações mais rápidas e a maior sensação de leveza, também graças ao torque a baixas 1.500 rpm e ao menor peso, de 1.420 kg.

    Volkswagen Taos Highline
    Quem vai atrás tem espaço de sobra (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    No espaço interno ele é imbatível, com as maiores medidas para acomodação de pernas e ombros de quem vai atrás, além do maior porta-malas, de 498 litros. O Taos também é dono do maior entre-eixos, apesar de empatar em comprimento com o Corolla.

    Os itens de série estão na média da concorrência, incluindo sistemas de direção semiautônomos (presentes apenas no Corolla) e faróis de led (aqui mais avançados), mas tem seis airbags, contra os sete dos outros dois modelos. Fica faltando o de joelho.

    Volkswagen Taos Highline
    Porta-malas de 498 litros é o maior entre os três modelos (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    O acabamento tem boa aparência, toque agradável e bons encaixes, mas só há partes emborrachadas nas portas. Além disso, o desenho sóbrio pode incomodar quem espera por alguma emoção a mais. O vencedor promete tratar melhor seus proprietários e tem projeto mais moderno, embora não esteja livre de deslizes.

    Teste de desempenho – VW Taos Highline

    Aceleração
    0 a 100 km/h: 10,2 s
    0 a 1.000 m: 31,3 s – 169,6 km/h
    Velocidade máxima: 194 km/h (dado de fábrica)

    Retomadas
    D 40 a 80 km/h: 4,4 s
    D 60 a 100 km/h: 5,6 s
    D 80 a 120 km/h: 7,4 s

    Frenagens
    60/80/120 km/h a 0: 13,6/25,3/54,6 m

    Consumo
    Urbano: 11,4 km/l
    Rodoviário: 14,3 km/l

    Ruído interno
    Neutro/RPM máx.: 38,3/63,6 dBA
    80/120 km/h: 62,9/67 dBA

    Aferição
    Velocidade real a 100 km/h: 98 km/h
    Rotação do motor a 100 km/h em D: 1.750 rpm

    Ficha técnica 

    Veredicto

    Enquanto o Corolla Cross se vale do conjunto híbrido e da boa fama da marca, o Compass foca em bom acabamento e força de mercado. Já o Taos vence por ter o maior espaço, a melhor dirigibilidade e nível de equipamentos superior ao dos rivais.

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    Edição de julho
    (Quatro Rodas/Quatro Rodas)
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