Comparativo: Chevrolet Equinox x Jeep Compass
Iguais em porte e preço, mas diferentes em rendimento e comportamento, Chevrolet e Jeep travam um confronto acirrado até o último minuto
O Equinox aparece na QUATRO RODAS desde janeiro de 2017, quando foi apresentado no Salão de Detroit como substituto do Chevrolet Captiva. Em seguida, noticiamos que ele já rodava em testes no Brasil. Em maio, fizemos o primeiro test-drive nos EUA.
Agora, que ele enfim faz sua estreia no país, não perdemos tempo: no primeiro teste colocamos o Equinox para brigar com o líder do segmento, o Jeep Compass.
A Chevrolet apresentou a novidade em versão única, Premier, equipada com motor 2.0 Turbo a gasolina, câmbio automático de nove marchas e pacote completo de equipamentos, ao preço de R$ 155.990. No entanto, um mês após a estreia, anunciou a chegada do Equinox LT, por R$ 18.500 a menos.
Friso cromado contorna toda a área envidraçada do Compass
O Equinox encara o Compass na versão intermediária, Longitude, que traz motor 2.0 turbodiesel e câmbio automático de nove marchas, custando R$ 155.140 incluindo dois pacotes de opcionais, Safety e Premium (na configuração básica sai por R$ 146.490).
Esta é a primeira vez que a GM lança um carro no Brasil numa versão chamada Premier, que é mais sofisticada que a LTZ, até então a mais completa da linha. No entanto, tempos depois, ela passou a ser a opção topo de linha da Tracker.
A briga entre Equinox e Compass foi boa porque, além de equilibrada, evidenciou diferenças de propostas interessantes para veículos de mesmo segmento e preço. Mas agora é hora de dizer quem venceu.
2° Compass Longitude 2.0 T
De saída, o Compass revelou ser forte em aspectos relacionados ao bolso. Começa pelo preço de sua versão diesel custando o mesmo que a versão a gasolina do Equinox. Além disso, o fato de ser movido a diesel lhe traz a vantagem do menor custo por quilômetro rodado.
Considerando as médias de consumo obtidas em nossas medições e os preços médios do combustível na cidade de São Paulo, na primeira semana de outubro (segundo a ANP), o custo do quilômetro rodado do Compass foi de R$ 0,29, na cidade, e R$ 0,22, na estrada, ante R$ 0,42 e R$ 0,36 do Equinox, respectivamente.
No que diz respeito à garantia de fábrica, os dois SUVs têm a mesma cobertura de três anos. Mas o serviço de assistência 24 horas da Jeep, o Privilege Service, protege por três anos, enquanto o Chevrolet Road Service dura apenas um.
No plano de manutenção programada, o Equinox apresenta custos menores. Somando as despesas até 60.000 km, o SUV da Chevrolet chega a R$ 3.132 e o Compass vai a R$ 3.900.
Mas, no preço do seguro, o Compass volta a ser mais vantajoso. Pedimos a cotação para a corretora Bidu, com cálculos reais para o Compass e estimados para o Equinox (que só chega às lojas no final de outubro), e o resultado foi de R$ 12.666 e R$ 14.215, respectivamente, para um mesmo perfil-padrão usado pela revista.
O Equinox só consegue virar o jogo quando se avalia a relação custo-benefício, comparando as listas de equipamentos a bordo.
Com preços equiparados, o Chevrolet conta com diversos itens exclusivos como: alerta de colisão, alerta de movimentação traseira (para manobras de marcha a ré), detector de pontos cegos, abertura elétrica do porta-malas com sensor de aproximação, frenagem de emergência, sistema semiautônomo de estacionamento, teto solar e sistema OnStar.
Outro equipamento de destaque do Equinox é o alerta de esquecimento de criança ou objetos no banco traseiro – toda vez que as portas traseiras são abertas até dez minutos antes do acionamento da ignição, o sistema memoriza essa ação e adverte o motorista no momento do desembarque, com uma mensagem no painel.
Porém, ainda sobre as vantagens do diesel, o Compass conta com a maior autonomia: 906 km contra 602 km do Equinox, em regime rodoviário (capacidade dos tanques: 60 litros, no Jeep, e 59 litros, no Chevrolet).
Na pista de testes, o Compass conseguiu as médias de 11,7 km/l, na cidade, e 15,1 km/l, na estrada (com diesel). E o Equinox fez 8,9 km/l, na cidade, e 10,3 km/l, na estrada (com gasolina).
Na hora de medir o desempenho, porém, o motor 2.0 de 262 cv do Equinox roubou a cena. Nas provas de 0 a 100 km/h, o Chevrolet ficou com o tempo de 7,5 segundos e nas retomadas de 60 a 100 km/h, 3,5 segundos.
Ele foi uma eternidade mais rápido que o Compass, com seu motor 2.0 de 170 cv, e as marcas de 11,4 segundos, nas acelerações e 6,8 segundos, nas retomadas.
Apesar dos benefícios do diesel e dos custos menores, o Jeep perdeu terreno para o Chevrolet nos equipamentos e no desempenho. Mas não foi só por isso que ele ficou em segundo, como você pode conferir a seguir.
1° Equinox 2.0 T Premier
A superioridade do Equinox no conteúdo é maior não só na quantidade de itens oferecidos como também na qualidade entre dispositivos que são comuns a ele e ao Compass.
Um exemplo disso está no sistema de freios, que no Equinox conta com preparação para frenagem (com o aumento da pressão nas linhas), vetorização de torque (auxilia no controle direcional) e assistência em longas frenagens, que são recursos ausentes no Compass.
Não por acaso, em nossa pista de testes, o Chevrolet freou melhor. Vindo a 120 km/h, ele parou em 65,8 metros, enquanto o Jeep precisou de 69,2 metros para fazer o mesmo.
Além dos freios, os faróis do Equinox são full-led, enquanto os do Compass são de xenônio (tecnologia mais antiga). E o Equinox tem sensores de estacionamento na dianteira e na traseira, contra apenas na traseira do Compass.
O Jeep traz como diferenciais airbag de joelhos para o motorista (no total são sete airbags, contra seis no Chevrolet), sistema start-stop desligável (no Equinox fica permanentemente ligado, prejudicando o funcionamento do ar-condicionado, no anda e para do trânsito pesado) e câmbio automático com trocas no modo manual no volante (enquanto o Chevrolet tem trocas manuais por meio de uma tecla no alto da alavanca do câmbio, ergonomicamente pior do que a tecla lateral, que já não era boa no Tracker).
A GM fala em cuidados com o isolamento acústico, com a aplicação de película interna no para-brisa, vidros laterais mais espessos, vedação nas portas e até um sistema ativo de cancelamento de ruídos do motor (como aqueles que existem em alguns fones de ouvido), mas na prática esse tratamento não fez diferença.
Em nossas medições de ruído interno, o nível sonoro na cabine do Equinox foi maior que na do Compass. Em ponto morto, por exemplo, em que se capta o som do motor em marcha lenta, medimos 49,4 dB(A) no Chevrolet, e 44,6 dB (A) no Jeep. Veja os outros resultados na ficha de testes.
No que diz respeito à transmissão, os dois SUVs têm sistemas de tração nas quatro rodas igualmente capazes, cada um seguindo um conceito técnico próprio.
No caso do Jeep, o motorista pode selecionar os modos 4×2, 4×4, 4×4 reduzido ou optar por uma repartição da força por meio de um seletor com quatro modos predefinidos: Auto, Snow, Sand e Mud (automático, neve, areia e lama).
No do Chevrolet, em condições normais de aderência, o sistema envia a força do motor apenas para as rodas dianteiras (4×2) e, detectando a necessidade de tração nas quatro rodas (4×4), ele avisa o motorista que, por meio de uma tecla no console, deve acionar a tração nas rodas traseiras.
Quando roda em 4×4, o sistema se encarrega de dividir a força entre os eixos e entre as rodas de acordo com as condições de aderência.
Essa diferença técnica entre os sistemas de tração ajuda a revelar os conceitos que orientaram as fábricas no desenvolvimento de cada projeto.
Os dois modelos são utilitários esportivos, com aptidões para rodar em vários tipos de terreno, mas eles se comportam de maneiras diferentes.
A esportividade do Equinox é mais voltada para a dirigibilidade no asfalto. Ele apresenta reações mais rápidas, graças à direção direta e às acelerações prontas.
Enquanto o Compass, ao contrário, revela um lado esportivo off-road, bem apoiado sobre as quatro rodas e exigindo um esforço maior no volante. Os dois são confortáveis, mas o Equinox roda com mais suavidade.
A diferença de comportamento não chega a interferir no resultado do comparativo, uma vez que não há solução melhor ou pior. Elas são apenas diferentes.
O importante, nesse caso, é o comprador entender essa diferença para poder escolher aquele modelo que atende melhor suas expectativas.
Em relação ao design, que também é uma questão de gosto, os dois SUVs têm estilo atual com vincos e frisos cromados em profusão, na tentativa de reunir esportividade e sofisticação.
Nas medidas, o Equinox é maior do que o Compass. Por fora, o Chevrolet tem 4,65 m de comprimento, 1,84 m de lagura, 1,70 m de altura e 2,72 m na distância entre-eixos, enquanto o Jeep mede 4,42 m, 1,82 m, 1,65 m e 2,64 m, respectivamente.
E esse porte maior se reflete na cabine, com o Equinox oferecendo maior espaço interno para pessoas e bagagem. Na distância para as pernas dos passageiros do banco detrás, por exemplo, o Chevrolet oferece 101 cm, enquanto o Jeep tem 97 cm (veja todas medidas internas na tabela ao final do comparativo). No porta-malas, são 468 litros de capacidade ante 410 (sem rebater os bancos).
No acabamento, o Jeep é superior, no painel todo revestido de material emborrachado e nos bancos parcialmente de couro. No GM, o painel de plástico duro conta com apliques de couro sintético que lhe asseguram um visual mais sofisticado. E os bancos são revestidos de couro sintético.
Pelo conjunto da obra, o Equinox tem mais a oferecer em equipamentos, desempenho, segurança e espaço, e por isso vence o comparativo.
Veredicto
Equinox e Compass têm diferenças de estilo e de comportamento dinâmico que são importantes, em função das preferências do comprador. Mas, objetivamente, o Equinox é mais espaçoso e potente e oferece mais recursos de segurança e conforto.
Avaliação do editor
Motor e Câmbio: O motor do Compass garante menor custo de rodagem e maior autonomia. Em compensação, o motor do Equinox proporciona desempenho arrebatador. Os dois possuem câmbio automático de nove marchas. Mas o sistema de tração do Jeep dá maior liberdade de uso ao motorista.
Dirigibilidade: O Chevrolet apresenta comportamento de cupê, enquanto o Jeep é o típico SUV, firme e bem assentado. Os dois são acertados dentro daquilo que se propõem fazer.
Segurança: O Compass vai além do básico, mas a lista de equipamentos de segurança do Equinox é bem maior.
Seu bolso: Enquanto o Jeep tem custos de propriedade menores (com exceção das revisões), o Chevrolet entrega melhor custo-benefício, considerando a quantidade de equipamentos de série.
Conteúdo: Comparando os itens de conforto, os dois SUVs estão bem servidos. O Equinox, no entanto, supera o rival com itens como teto solar, porta-malas elétrico e sistema auxiliar de estacionamento.
Vida a bordo: Mais espaçoso que o rival, o Equinox acomoda quatro pessoas com mais conforto que o rival.
Qualidade: No acabamento, o Jeep exibe materiais de melhor qualidade. Mas, na estrutura, o Equinox tem 85% de alos de alta e ultrarresistência ante 70% presentes no Jeep.
Teste de pista
Equinox | Compass | |
Aceleração de 0 a 100 km/h | 7,5 s | 11,4 s |
Aceleração de 0 a 1.000 m | 28,3 s – 187,8 km/h | 33 s – 155 km/h |
Velocidade máxima (dados de fábrica) | 210 km/h | 194 km/h |
Retomada de 40 a 80 km/h (em D) | 2,9 s | 5,1 s |
Retomada de 60 a 100 km/h (em D) | 3,5 s | 6,8 s |
Retomada de 80 a 120 km/h (em D) | 4,4 s | 8,8 s |
Frenagem de 60/80/120 km/h a 0 | 16,6/28,5/65,8 m | 17,5/30,2/69,2 m |
Consumo urbano | 8,9 km/h (gasolina) | 11,7 km/h (diesel) |
Consumo rodoviário | 10,3 km/h (gasolina) | 15,1 km/h (diesel) |
Ruído interno neutro/RPM máx. | 49,4/72,3 dBA | 44,6/67,2 dBA |
Ruído interno 80/120 km/h | 61,8/67,2 dBA | 61,6/65,5 dBA |
Velocímetro real a 100 km/h | 96 km/h | 94 km/h |
Rotação do motor a 100 km/h em Drive | 1.400 rpm | 1.900 rpm |
Volante | 2,6 voltas | 2,7 voltas |
Preço | R$ 149.900 | R$ 149.270 |
Garantia | 3 anos | 3 anos |
Concessionárias | 600 | 190 |
Ficha técnica
Equinox | Compass | |
Motor | gas., diant., transv. 4 cil., 16V, DOHC, turbo (twin scroll) , inj. direta, 1.988 cm³, 86 x 86 mm, 262 cv a 5.500 rpm, 37 mkgf a 4.500 rpm |
diesel, diant., transv. 4 cil., turbo, inj. direta, 16V, 1.956 cm³, 83 x 90,4, 16,5:1, 170 cv a 3.750 rpm, 35,7 mkgf a 1.750 rpm |
Câmbio | automático, 9 marchas, tração 4×4 | automático, 9 marchas, tração 4×4 |
Direção | elétrica, 12,2 m (diâmetro de giro) | elétrica, 11,3 m (diâmetro de giro) |
Suspensão | McPherson (diant.), multilink (tras.) | McPherson nos dois eixos |
Freios | discos sólidos | discos ventilados (diant.), sólidos (tras.) |
Pneus | 235/50 R19 | 225/55 R18 |
Dimensões | comprimento, 465,2 cm; largura, 184,3 cm; altura, 169,5 cm; entre-eixos, 272,5 cm; porta-malas, 468 l; tanque de combustível, 59 l | comprimento, 441,6 cm; largura, 181,9 cm; altura, 164,5 cm; entre-eixos, 263,6 cm; porta-malas, 410 l; tanque de combustível, 60 l |
Peso | 1.693 kg | 1.717 kg |
Peso/potência | 6,5 kg/cv | 10,1 kg/cv |
Peso/torque | 45,8 kg/kgfm | 48,1 kg/kgfm |
Equipamentos de série | seis airbags, alerta de colisão, alerta de movimentação traseira, detector de pontos cegos, alerta de esquecimento, ESP, faróis full-led, frenagem de emergência, sensor para abertura elétrica do porta-malas, sistema de estacionamento semiautônomo, teto solar, central multimídia, OnStar, ar-condicionado dual zone e sistema de som Bose. | sete airbags, sensor de pressão nos pneus, faróis de xenônio, ESP, sistema eletrônico anticapotamento, ar-condicionado dual zone, central multimídia, sistema de som Beats, Start/Stop, bancos revestidos parcialmente de couro, Follow Me Home, válvula antirrefluxo, sensor de luz, piloto automático, sensor de chuva e retrovisor eletrocrômico. |