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Chrysler 300C x Jaguar XJ x BMW 750i x Mercedes AMG S63

Criados para satisfazer os passageiros traseiros com contas bancárias distintas, eles têm tudo para agradar também aos motoristas

Por Paulo Campo Grande Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 14 fev 2021, 11h36 - Publicado em 30 Maio 2017, 15h37
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  • Chrysler 300C, Jaguar XJ, BMW 750Li e Mercedes-AMG S 63: extremos em tamanho e preço
    Chrysler 300C, Jaguar XJ, BMW 750Li e Mercedes-AMG S 63: extremos em tamanho e preço (Leo Sposito/Quatro Rodas)

    Para quem é apaixonado por automóveis, é difícil de entender as pessoas que abrem mão do prazer de dirigir para entregar o volante a um motorista particular. E esse comportamento parece ainda mais estranho quando o veículo em questão é um carrão com estilo, tecnologia de ponta e desempenho superior, como é o caso dos sedãs mostrados nesta página.

    Esse tipo de consumidor existe, no entanto, e as fábricas não economizam esforços para agradar aos clientes que preferem viajar no banco de trás. Aqui, reunimos quatro modelos de luxo que ilustram bem esse mercado em diferentes faixas de preço: Chrysler 300C (R$ 224.900), Jaguar XJ (R$ 555.800), BMW 750Li (R$ 709.950) e Mercedes-AMG S 63 (R$1.038.900).

    Esses sedãs seguem uma receita comum que inclui espaço interno generoso, sistemas de entretenimento avançados e diversos mimos, como mesinhas do tipo avião, várias luzes de leitura e cortinas elétricas. Além desses ingredientes básicos, porém, cada marca refina os veículos a sua maneira.

    Para avaliá-los, pensamos em um teste sob medida, que incluiu não só as tradicionais medições de pista, mas também a experiência de viajar no banco de trás, em roteiro pela cidade.

    Chrysler 300C – R$ 224.900

    300C exibe roda aro 20 e duplo escape
    300C exibe roda aro 20 e duplo escape (Leo Sposito/Quatro Rodas)

    O Chrysler é o que se pode chamar de carro de entrada nesse segmento de alto luxo. Seu caráter básico se revela no acabamento, que emprega material emborrachado, no painel, e tecido, no teto, como a maioria dos carros comuns. E o 300C também é menos equipado que seus pares.

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    Relógio analógico sobre a central multimídia dá um toque de classe ao painel
    Relógio analógico sobre a central multimídia dá um toque de classe ao painel (Leo Sposito/Quatro Rodas)
    Visor central abriga velocímetro digital
    Iluminação azul no painel não agrada a todos (Leo Sposito/Quatro Rodas)

    De qualquer modo, ele se encaixa na categoria incluindo bancos de couro, sistema de som de grife (Boston Acoustics com seis alto-falantes), teto solar panorâmico, ar-condicionado com saídas traseiras e descansa braço traseiro com porta-copos.

    Os bancos são revestidos de couro
    Bancos de couro com ajustes elétricos e teto solar panorâmico estão inclusos (Leo Sposito/Quatro Rodas)
    Descança braço traseiro traz porta-copos
    Descança braço traseiro traz porta-copos (Leo Sposito/Quatro Rodas)

    O 300 C é ligeiramente menor que seus pares, no comprimento. Mas fica em posição intermediária, quando a referência é a distância entre-eixos. E empata com o BMW no espaço para ombros, na cabine.

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    Ar-condicionado tem saídas exclusivas para o banco traseiro
    Ar-condicionado com saídas exclusivas, controles de aquecimento dos bancos e da cortina do vidro traseiro (Leo Sposito/Quatro Rodas)

    Ele é o único V6 da turma. Os demais trazem motores V8 maiores e mais potentes. Por isso, seu desempenho é mais comedido. Embora, ao acelerar de 0 a 100 km/h em 8,5 segundos, ele esteja longe de ser lento.

    Motor V6 gera 296 cv e 36 mkgf
    Motor V6 gera 296 cv e 36 mkgf (Leo Sposito/Quatro Rodas)

    Em compensação, o Chrysler obteve o melhor consumo com as médias de 8,1 km/l, na cidade, e 12,5 km/l, na estrada. Isso é uma boa notícia para o proprietário, uma vez que é o motorista que acelera, mas é o dono que paga a conta do abastecimento.

    Porta-malas leva 500 litros de bagagem
    Porta-malas leva 500 litros de bagagem (Leo Sposito/Quatro Rodas)

    Outra característica interessante do 300C é o bom comportamento da suspensão. Com estrutura duplo A na frente e multilink atrás, o sistema assegura elevados níveis de dirigibilidade e conforto, o que acaba por beneficiar tanto o condutor quanto o passageiro do banco de trás.

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    Jaguar XJ – R$ 555.800

    Linha de teto do XJ cai como em um cupê
    Linha de teto do XJ cai como em um cupê (Leo Sposito/Quatro Rodas)

    Custando R$ 303.900 a mais que o 300C, o Jaguar oferece a sofisticação que falta ao Chrysler. Com couro até o teto e madeira nobre no painel e nas laterais das portas, o XJ vem com uma lista de equipamentos generosa.

    O Jaguar tem couro nos bancos, no painel e no teto
    O Jaguar tem couro nos bancos, no painel e no teto – além de muita madeira nobre (Leo Sposito/Quatro Rodas)
    Mostradores surgem em tela digital
    Mostradores surgem em tela totalmente digital (Leo Sposito/Quatro Rodas)

    Seu ar-condicionado tem ajustes independentes para cada quadrante da cabine, seus bancos (todos) têm ajustes elétricos e possuem ventilação, aquecimento e função massagem e o sistema de som da marca Meridian conta com 20 alto-falantes espalhados estrategicamente pela cabine.

    Sistema de som Meridian tem 20 alto-falantes
    Sistema de som Meridian tem 20 alto-falantes (Leo Sposito/Quatro Rodas)
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    Atrás, há duas telas para entretenimento, instaladas nos encostos de cabeça, e mesas embutidas nos encostos dos bancos dianteiros. E a suspensão, do tipo duplo A, nos dois eixos tem amortecimento pneumático.

    Bancos traseiros possuem ajustes eléricos, aquecimento, ventilação e massageador
    Bancos traseiros possuem ajustes eléricos, aquecimento, ventilação e massageador (Leo Sposito/Quatro Rodas)

    O conjunto do Chrysler é competente, mas o do Jaguar é bem superior, proporcionando não só dirigibilidade e maciez ao rodar, mas também silêncio a bordo, mesmo quando o sedã circula por ruas malconservadas.

    Atrás, o ar-condicionado conta com ajustes independentes para cada quadrante
    Ar-condicionado conta com ajustes independentes para cada quadrante (Leo Sposito/Quatro Rodas)

    O XJ, aliás, se consagrou como o dono do menor nível de ruído a bordo entre os quatro sedãs avaliados. No que diz respeito ao espaço interno, 300C e XJ se equivalem nas distâncias disponíveis para pernas e cabeças.

    O V8 5.0 produz 510 cv e 63,8 mkgf
    O V8 5.0 produz 510 cv e 63,8 mkgf (Leo Sposito/Quatro Rodas)
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    E, na pista de testes, o Jaguar conseguiu o segundo melhor desempenho dos rivais, perdendo apenas para o Mercedes, que tem o motor maior e mais forte dos quatro.

    Porta-malas acomoda 478 litros
    Porta-malas acomoda 478 litros (Leo Sposito/Quatro Rodas)

    Porém, o XJ demonstrou comportamento exemplar nas frenagens. Vindo a 80 km/h, ele percorreu 23,5 metros até a parada, enquanto o 300C, o segundo colocado, precisou de 26,9.

     

    BMW 750Li – R$ 709.950

    No BMW, roda e saia lateral são da linha Motorsport
    No BMW, roda e saia lateral são da linha Motorsport (Leo Sposito/Quatro Rodas)

    Subindo a pirâmide de ofertas, o próximo sedã é o BMW 750Li. A diferença de custo dele para o Jaguar é de R$ 154.150. Mas esse valor é plenamente justificável, considerando o que o sedã alemão entrega.

    Lançado na Europa em outubro de 2015 (e aqui em novembro de 2016),o Série 7 é o mais moderno dos alinhados neste comparativo, reunindo o que há de mais avançado em equipamentos. Seu motorista conta com recursos de condução semiautônoma e uma central multimídia que reconhece gestos, entre outros.

    Volante tem ajustes elétricos e central multimídia reconhece gestos
    Volante tem ajustes elétricos e central multimídia reconhece gestos (Leo Sposito/Quatro Rodas)
    Painel de instrumentos equilibra visual clássico com alta tecnologia
    Painel de instrumentos equilibra visual clássico com alta tecnologia (Leo Sposito/Quatro Rodas)

    E o passageiro do banco de trás, que é o foco desta avaliação, dispõe de um tablet (que pode ser levado para fora do automóvel) pelo qual é possível regular o ar-condicionado, a posição dos bancos e até rodar um aplicativo de fitness.

    Leds azuis criam ambiente relaxante na cabine
    Leds azuis criam ambiente relaxante na cabine (Leo Sposito/Quatro Rodas)
    Bancos traseiros são reclináveis e há ainda duas telas de 10 polegadas
    Bancos traseiros são reclináveis; há duas telas individuais de 10 polegadas e frigobar (Leo Sposito/Quatro Rodas)

    O BMW Vitality propõe exercícios para ombros e músculos das costas, monitora os movimentos por meio de sensores instalados nos bancos e gera relatórios de desempenho. Na traseira, há ainda duas telas de 10 polegadas, cortinas traseira e laterais com acionamento elétrico, mesa de apoio e frigobar.

    O banco pode ser reclinado como uma poltrona da classe executiva dos aviões comerciais, inclusive com suporte para as pernas (embutido no encosto do banco da frente). E o teto solar duplo tem uma seção exclusiva para a traseira. O sistema de som, da marca B&W, vem com 16 alto-falantes.

    Os passageiros do banco de trás dispõe de um tablet, pelo qual é possível regular o ar-condicionado e a posição dos bancos. Também contam com um frigobar
    Tablet no console central regula o ar-condicionad e a posição dos bancos, e pode ser destacado (Leo Sposito/Quatro Rodas)

    Na pista de testes, o 750Li andou praticamente junto com o Jaguar. Nas medições de aceleração de 0 a 100 km/h, o XJ conseguiu com o tempo de 4,8 segundos, enquanto o BMW fez o mesmo em 5,1 segundos. Nas retomadas de 60 a 100 km/h, as marcas foram de 2,3 e 2,6 segundos, respectivamente.

    Motor V8 turbo entrega 66,3 mkgf de torque a partir de 1.800 rpm
    Motor V8 turbo entrega 66,3 mkgf de torque a partir de 1.800 rpm (Leo Sposito/Quatro Rodas)

    Mas o 750Li obteve uma média melhor de consumo urbano, de 8,2 km/l, empatado com o 300 C, que tem motor V6. Mais interessante que isso, porém, principalmente para quem viaja no banco de trás, foi o comportamento da suspensão.

    Com amortecimento pneumático, o BMW roda com uma suavidade comparável apenas com os sedãs ultraluxuosos da Rolls-Royce, o que não é mera coincidência, uma vez que os engenheiros da marca inglesa, controlada pela BMW, colaboraram com o projeto.

    Mercedes-AMG S 63 – R$ 1.038.900

    Frisos cromados do S 63 sugerem sofisticação
    Frisos cromados do S 63 sugerem sofisticação (Leo Sposito/Quatro Rodas)

    No topo do segmento, beirando os domínios dos sedãs exclusivíssimos como Rolls-Royce e Bentley, a opção mostrada aqui é o Mercedes-AMG S63, que custa R$ 328.950 a mais que o BMW 750Li. Seu principal diferencial é o motor V8 5.5, que gera 585 cv de potência e 91,8 mkgf de torque.

    O V8 5.5 biturbo produz 585 cv e 91,8 mkgf
    O V8 5.5 biturbo produz 585 cv e 91,8 mkgf (Leo Sposito/Quatro Rodas)

    Eis aí duas boas razões para dar folga ao motorista e assumir o volante (a tração integral é outra). Em nosso teste, o AMG deixou os concorrentes na saudade, com o tempo de 4,2 segundos na aceleração de 0 a 100 km/h e 2,0 segundos na retomada de 60 a 100 km/h. E fez isso com médias de consumo exemplares: na cidade ele ficou com a marca de 6,0 km/l e na estrada registrou 9,3 km/l, tecnicamente empatado com o Jaguar XJ.

    Acabamento do Mercedes é o melhor
    Acabamento do Mercedes é o melhor de todos (Leo Sposito/Quatro Rodas)
    Tela digital concentra as informações do painel
    Tela digital concentra as informações do painel (Leo Sposito/Quatro Rodas)

    Quem viaja no banco de trás pode desfrutar também do maior espaço interno para cabeça, ombro e pernas, na comparação entre os quatro sedãs, bem como o maior número de mimos. Além dos itens presentes nos rivais, o Mercedes oferece acabamento de qualidade superior e acessórios como espelhos e luzes de leitura com leds dedicados para os ocupantes da traseira.

    Na parte traseira, há duas telas do sistema de entretenimento
    Na parte traseira, há duas telas do sistema de entretenimento (Leo Sposito/Quatro Rodas)

    Seu sistema de som da marca Burmeister tem dez alto-falantes. Lançado em 2014, na sexta geração, e na véspera de passar por uma reestilização, o Classe S não conta com tecnologias tão modernas quanto às do BMW, no que diz respeito à condução autônoma e conectividade (alguns desses recursos já aparecem no recém-lançado Classe E). De qualquer modo, esses são sistemas que ficam sob os cuidados do motorista.

    Comandos e saídas de ar exclusivas para quem viaja atrás
    Comandos e saídas de ar exclusivas para quem viaja atrás (Leo Sposito/Quatro Rodas)

    Após avaliar os sedãs como motorista e passageiro, chegamos à conclusão de que, no trânsito, há momentos em que andar atrás é mais confortável e permite evitar uma série de dissabores como fechadas, xingamentos e sustos.

    Dono do maior espaço interno na parte de trás, Classe S vem com bancos com aquecimento, ventilação e massagens
    Dono do maior espaço interno na parte de trás, Classe S vem com bancos com aquecimento, ventilação e massagens (Leo Sposito/Quatro Rodas)

    Por outro lado, terminamos por considerar que esse tipo de incômodo é mais fácil de ser suportado ao volante de um carro como esses, que oferecem conforto, espaço e itens como bancos elétricos, ar-condicionado, isolamento acústico eficiente e som de alta fidelidade, entre outros recursos. Em última análise, a principal vantagem desses sedãs está no fato de proporcionar ao proprietário a oportunidade de escolher: o prazer de dirigir ou o conforto de viajar atrás? Doce dilema…

    Teste de pista (com gasolina)

    Crysler 300C Jaguar XJ BMW 750i Mercedes AMG S63
    Aceleração de 0 a 100 km/h 8,5 s 4,8 s 5,1 s 4,2 s
    Velocidade máxima 240 km/h 250 km/h 250 km/h 250 km/h
    Retomada de 60 a 100 km/h (em D) 4,6 s 2,3 s 2,6 s 2 s
    Frenagem de 60 / 80 / 120 km/h a 0 15,5 / 26,9 / 62,4 m 13,2/23,5/53 m 17,2/27,4/66,1 m 16,9/28,3/64,5 m
    Consumo urbano 8,1 km/l 6,1 km/l 8,2 km/l 6 km/l
    Consumo rodoviário 12,5 km/l 9,5 km/l 11,8 km/l 9,3 km/l
    Ruído interno (neutro / RPM máximo) 39,4 / 71,2 dBA 38,9 / 72,8 dBA 37,5 / 70 dBA 46,5 / 71,4 dBA
    Ruído interno (80 km/h / 120 km/h) 59,4 / 65,2 dBA 56/60,6 dBA 57,5 / 65,4 dBA 59,5 / 63,8 dBA

    Ficha técnica

    300C Jaguar XJ BMW 750i AMG S 63 
    Motor V6., 24V, 3.604 cm3, 296 cv a 6.300 rpm, 36 mkgf a 4.800 rpm V8, 5.000 cm3, 510 cv a 6.000 rpm, 63,8 mkgf a 2.500 rpm V8, 32V, 4.395 cm3, 450 cv a 5.500 rpm, 66,3 mkgf a 1.800 rpm V8 biturbo, 5.461 cm3, 585 cv a 5.500 rpm, 91,8 mkgf a 2.250 rpm
    Câmbio automático, 8 marchas, traseira automático, 8 marchas, traseira automático, 8 marchas, traseira automático, 7 marchas, traseira
    Suspensão duplo A (diant.) / multilink (tras.) duplo A (d) / multilink (t) multilink nos dois eixos duplo A (d) / multilink (t)
    Freios discos vent. (diant.) / sólidos (tras.) discos vent. (d) / sólidos (t) discos ventilados discos ventilados
    Direção elétrica hidráulica elétrica hidráulica
    Rodas e pneus liga leve, 245/45 R20 liga leve, 245/40 R20 (d)/ 275/35 R20 (t) liga leve, 245/40 R20 (d)/ 275/35 R20 liga leve, 255/45 R19 (d)/ 285/40 R19
    Dimensões altura 149,2 cm; comprimento, 504,4 cm; largura, 190,2 cm; entre-eixos, 305,2 cm; porta- malas, 500 l altura, 145 cm; compr., 512 cm; largura, 189,5 cm; entre- eixos, 303 cm; porta-malas, 520 l altu­ra, 147,9 cm; compr., 523,8 cm; larg., 216,9 cm; entre- eixos, 321 cm; porta-malas, 515 l alt. 149,5 cm; compr., 511,5 cm; larg., 190 cm; entre- eixos, 303,5 cm; porta-malas, 251 l

     

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