Modernos e com um nível de acabamento, equipamentos e dirigibilidade inexistentes no segmento até sua chegada, os novos sedãs pequenos Prisma e HB20S vêm para atender as famílias que precisam ter num único carro a melhor relação de espaço para pessoas e bagagem, conforto e, claro, preço.
Para o confronto dos sedãs compactos mais recentes do mercado, alinhamos as duas versões topo de linha: LTZ (do Prisma, por 45990 reais) e Premium (do HB20S, por 50795 reais). Equivalentes em nível de espaço na cabine e porta-malas, eles têm no motor a maior diferença: 1.4 8V de (106/98 cv) no Prisma e 1.6 16V (128/122 cv) no HB20S, ambos flexíveis.
Para simular a vida dura que terão pela frente ao assumir o posto de carro único da família, providenciamos, além do teste convencional, uma segunda rodada com os modelos lastreados com 300 kg – 100 kg no porta-malas e o restante nos bancos.
2º Prisma 1.4 8V
Nem o MyLink chama tanto a atenção no Prisma quanto o preço. Na versão topo de linha, o Chevrolet é 4 805 reais mais barato que um HB20S. Demais custos (seguro, peças e revisões) também foram analisados nesse comparativo. De acordo com a Segurar.com, corretora online de seguros, há um empate técnico no valor da contratação de uma apólice: 1 648 reais do Prisma e 1 751 reais do HB. A partir daí, o Hyundai inicia a missão de “justificar” o preço mais alto. A cesta de peças QUATRO RODAS do HB sai por 2 008 reais, ante 2 350 do Prisma. A vantagem do HB no custo do pacote de revisões até 60 000 km é ampla: 1 756 ante 2 840 reais. Essa diferença de 38,2% combina com outra superioridade do Hyundai, o tempo de garantia: cinco anos, frente aos três do Chevrolet.
A diluição dos 4 805 reais segue. Na pista, o motor 1.4 8V com comando fixo do Prisma não foi páreo para o 1.6 16V com variador de fase nas válvulas de admissão do HB20S. Menos por sentir os efeitos dos 300 kg de lastro e mais por não proporcionar a mesma sensação de “pegada” do rival, o Prisma é menos empolgante que o HB20S. Ainda assim, ressalte-se: o Chevrolet está longe de ser um carro apagado. Pelo contrário, tem qualidade de rodagem superior à de rivais bons de briga nesse item, como Etios e Voyage.
O porta-malas do Prisma é maior (500 ante 450 litros) e mais “inteligente” que o do HB20S (tem vão interno amplo e bancos bipartidos que facilitam o transporte de objetos longos).
O modelo cedido pela GM veio com kit aerodinâmico,câmera de ré, couro, soleiras, frisos de porta cromados e tapetes: itens vendidos à parte, como acessório. Juntos, somam 3 271 reais.
DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO
Frenagens equilibradas e em espaços menores do que os do HB20S são o destaque.
★★★★
MOTOR E CÂMBIO
Na comparação com o rival, o câmbio tem engates menos suaves e o motor não empolga tanto.
★★★★
CARROCERIA
Faltou capricho no acabamento interno da tampa traseira. O hatch Onix, por exemplo, tem forração integral.
★★★☆
VIDA A BORDO
Topo de linha, faltam ao Prisma LTZ alguns caprichos oferecidos no HB20S Premium, como porta-objetos nas portas traseiras, para-sóis com espelho e iluminação, estepe com roda de liga leve, limpador de para-brisa com temporizador ajustável.
★★★★
SEGURANÇA
Cinto de três pontos e apoio de cabeça para o terceiro passageiro seriam bem-vindos. O HB20S sofre do mesmo mal.
★★★★
SEU BOLSO
É mais barato, mas tem custos de peças e revisões muito mais altos e garantia de três anos.
★★★★
1º HB 1.6 16V
Além de ter um custo de vida mais contido, o HB20S se vale da boa dirigibilidade e, ainda que por pequena vantagem final, sai vitorioso diante do sedã Chevrolet.
O HB lastreado com 300 kg acelera de 0 a 100 km/h praticamente no mesmo tempo que o Prisma vazio: 12,7 ante 12,4 segundos. O teste de consumo revelou que o Hyundai sente menos os efeitos do peso extra, com um aumento de 9,6% na cidade (de 8,3 para 7,5 km/l) e de 4,5% na estrada (de 11 para 10,5 km/l). Na mesma análise, o Prisma teve uma elevação de apetite de 9,5% em perímetro urbano (de 8,4 para 7,6 km/l) e 10,2% em rodoviário (de 11,8 para 10,6 km/l). Ou seja, apesar de apresentar desempenho muito superior, o HB20S bebeu tanto quanto o Prisma na maioria das medições realizadas.
Os mais detalhistas podem preferir o portamalas do HB20S, apesar dos 50 litros de desvantagem diante do do Prisma. Além de ter um sistema de mola oculta (as do Chevrolet ficam à mostra, nas laterais), o bagageiro conta com uma tampa mais bem acabada, com forração numa área maior que a aplicada no rival. Na do Prisma, os espaços da estrutura interna podem induzir ao erro de imaginar que se trata de puxadores. Não são. As chapas metálicas podem, inclusive, causar ferimentos.
A suspensão do HB mostrou versatilidade. Apesar da maciez, garantiu melhor equilíbrio da carroceria com carga a bordo. A partir de 60 km/h, os desvios bruscos de trajetória causam no Prisma um efeito chicote com consequente rolamento lateral. No HB20S, esse comportamento só se manifesta a partir dos 70 km/h.
DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO
Mesmo com acerto voltado para o conforto, a suspensão se comportou muito bem também com o carro carregado.
★★★★
MOTOR E CÂMBIO
Com etanol, o motor 1.6 16V flex da Hyundai é o mais potente do mercado, com 128 cv.
★★★★☆
CARROCERIA
Túnel central baixo facilita a acomodação no banco traseiro. Os plásticos do painel riscam com menos facilidade que os do Prisma.
★★★★
VIDA A BORDO
Se falta um sistema multimídia mais atual, como o do Prisma, o HB oferece comandos de som e telefonia no volante.
★★★★
SEGURANÇA
A suspensão, com bom comportamento mesmo sob condições extremas de carga, conseguiu ser ainda melhor que a do Prisma.
★★★★
SEU BOLSO
Apesar de mais caro, o HB justifica melhor o preço. A versão intermediária Style, de 48 175 reais, também tem condições de encarar o Prisma LTZ.
★★★★
VEREDICTO
Prisma e HB20S surpreendem por elevar o nível do segmento em acabamento, dirigibilidade e equipamentos. Os quase 5 000 reais que separam os rivais são salgados, mas o investimento se justifica pelo “pacote de vantagens” do HB. No entanto, quem parar nos 45990 reais do Prisma não terá do que se arrepender.
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