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Montana, Toro ou Oroch, qual é a melhor picape intermediária do Brasil?

Caminhonetes de Fiat, Renault e Chevrolet têm dimensões semelhantes e são equipadas com motor turbo mas, mesmo assim, guardam muitas diferenças

Por Guilherme Fontana Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 10 abr 2023, 12h18 - Publicado em 10 abr 2023, 11h22
Concorrentes em preço, mas com conteúdos variados
Concorrentes em preço, mas com conteúdos variados (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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Chegou a hora de um dos embates mais aguardados do ano. A nova Chevrolet Montana, que se tornou uma picape intermediária a partir da linha 2023, tem a oportunidade de ficar frente a frente com as suas principais e novas rivais: Fiat Toro e Renault Oroch.

Reunimos as três picapes para saber qual delas é a melhor opção para um público urbano que, declaradamente, usa a caçamba como se fosse um porta-malas, deseja a dirigibilidade e porte de SUV e dificilmente sujará os pneus de lama. 

O comparativo foi estabelecido pela proximidade de preços, tendo a versão topo de linha da Montana, Premier, como ponto de partida – porque, até então, esta era a única configuração disponibilizada pela Chevrolet para testes.

O preço da Montana (que já teve seu primeiro reajuste) começa em R$ 142.590 na versão aqui mostrada, sempre com motor 1.2 turbo. A Renault Oroch também participa com sua versão mais cara, Outsider, a única com motorização 1.3 turbo e que parte de R$ 146.900. Já a Fiat Toro vai a outro extremo e entra com a sua configuração mais barata, a Endurance, que mantém o motor 1.3 turbo das demais versões e começa em R$ 146.990.

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A Fiat Strada também alinha com a nova Montana, mas em um patamar inferior de preços. A Strada briga com versões mais em conta da Chevrolet, como a LTZ e as configurações manuais.

Embora pertençam ao mesmo segmento, as três guardam características muito próprias, o que exigiu um exame criterioso de nossa parte. Se você tem interesse pelas picapes intermediárias, leia com atenção.

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3º – Renault Oroch Outsider – R$ 146.900

Renault Duster Oroch
Oroch leva até 650 kg de carga e pode rebocar mais 710 kg (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A Oroch tem o porte mais parecido com o da Montana: são apenas 2 milímetros a mais na picape da Renault. Porém, ela também é a dona do projeto mais antigo. Mesmo passando por mudanças significativas no início de 2022, ainda tem como base o antigo Duster, e isso aparece no visual e no comportamento, da batida seca das portas à dirigibilidade.

A versão Outsider é a única com o motor 1.3 turbo de 163/170 cv (gasolina/etanol) e 27,5 kgfm, feito em parceria com a Mercedes-Benz, e acompanhado de um câmbio CVT que simula oito marchas. O conjunto é a estrela da Oroch e dá a ela bom desempenho.

Oroch
Painel da Oroch tem acabamento simples e mistura elementos de outros modelos (FErnando Pires/Quatro Rodas)

Em nossos testes, com gasolina, ela levou 10,4 segundos para ir de 0 a 100 km/h – mais que a Montana e menos que a Toro. Porém, o motor parece entregar força além do que a picape foi idealizada para receber.

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Uma pressão a mais no pedal do acelerador faz com que ela destracione e recorra aos controles de estabilidade e tração, em retas ou curvas. O consumo é o pior entre as rivais, com 8,3 km/l na cidade e 11,8 km/l na estrada.

Oroch
Assim como na Montana, os bancos têm revestimento que imita couro; posição de dirigir é muito alta (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A Oroch prova robustez na suspensão, que enfrenta terrenos acidentados com tranquilidade e tem boa estabilidade em rodovias, exceto em curvas mais fechadas, onde convém não abusar. Na cidade, ela é a que mais “pula” (por ter a traseira leve e a suspensão pronta para receber peso na caçamba) e a direção mais pesada (a única eletro-hidráulica). No quesito espaço e carga, ela pode carregar até 650 kg (mais que a Montana), mas a caçamba de 683 litros é a menor do trio. O espaço interno traseiro também é o pior do comparativo.

Se por fora a aparência da Oroch é quase a mesma desde que foi lançada, por dentro ela mudou por completo há um ano, mas o resultado não é bom. O painel mistura elementos de Captur e Duster, e soluções exclusivas.

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Oroch
Espaço traseiro da Oroch é o pior do comparativo (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O acabamento tem materiais simples, rebarbas aparentes e há poucos e inadequados porta-objetos. Há multimídia de 8 polegadas com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, carregador de celular por indução, ar digital, faróis de neblina e milha, piloto automático e bancos com imitação de couro. Não há chave presencial, faróis automáticos e/ou de led, ajuste de profundidade no volante e são apenas dois airbags, mesmo nesta versão mais cara.

Antiquada, com mais erros que acertos e uma das mais caras, a Oroch certamente será afetada pela nova Montana. Fica em terceiro lugar.

Oroch
Oroch exibe a menor caçamba, de 683 litros, mas motor de 170 cv é cumpridor (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Ficha Técnica – Renault Oroch 1.3 Turbo

Motor: flex, dianteiro, 4 cilindros, turbo, injeção direta, 16V, 1.330 cm³, 163/170 cv a 6.000 rpm, 27,5 kgfm a 1.600 rpm (etanol/gasolina)
Câmbio: CVT, 8 marchas virtuais, tração dianteira 4×2
Direção: eletro-hidráulica
Suspensão: McPherson (diant.), multilink (tras.)
Freios: disco ventilado (diant.) e tambor (tras.)
Pneus: 215/65 R16
Peso: 1.432 kg
Peso/potência: 8,8/8,4 kg/cv
Peso/torque: 52,1 kg/kgfm
Dimensões: comprimento, 471,9 cm; largura, 183,4 cm; altura, 169,4 cm; entre-eixos, 282,9 cm; distância do solo, 21,2 cm
Capacidades: caçamba, 683 litros; capacidade de carga útil, 650 kg; carga máxima rebocável, 710 kg; tanque de combustível, 45 litros

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2º – Fiat Toro Endurance – R$ 146.990

Fiat Toro
Toro suporta 750 kg de carga útil e puxa até 400 kg (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A atual líder do segmento também é a maior e mais potente, mas a mais cara e menos equipada, já que se trata de uma versão de entrada contra duas topo de linha. O motor 1.3 turbo (o mesmo de modelos como Compass e Pulse Abarth) entrega 180/185 cv (gasolina/etanol) e 27,5 kgfm, sempre acompanhado de um câmbio de seis marchas.

Apesar dos números do motor, a Toro é a mais pesada (1.650 kg) e foi a mais lenta em nossos testes, levou 10,9 segundos para ir de 0 a 100 km/h, com gasolina. Seu consumo é melhor que o da Oroch, com 9,3 km/l na cidade e 12,8 km/l em ciclo rodoviário.

Fiat Toro
Interior da Toro é caprichado para uma versão de entrada, com bons materiais e montagem (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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A dirigibilidade é de um SUV médio, com boa estabilidade mesmo em curvas mais fechadas. A suspensão (McPherson, na frente, e multilink, atrás, como a da Oroch) é robusta e macia, e não transmite pancadas abruptas aos ocupantes, nem solavancos . Já a direção, mesmo elétrica, tem um certo peso que faz jus a um carro tão pesado e potente.

A Toro leva a melhor em vários aspectos. Sua caçamba de 937 litros é a maior, assim como a capacidade de carga, de 750 kg, e o espaço interno. No reboque ela é pior que a Oroch. Pode puxar até 400 kg, contra 650 kg. A Montana não permite o uso de reboques.

Fiat Toro
Mesmo de tecido comum, bancos da Toro Endurance são bonitos e confortáveis (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Tudo isso faz sentido diante do maior porte da Toro, com 23 cm a mais no comprimento diante das rivais. Por fora, o visual já é conhecido e a Toro Endurance é a única da linha com faróis halógenos, mesmo que a luz diurna seja de led. Mas há bastante simplicidade pela ausência de cromados e faróis de neblina.

Os retrovisores e as maçanetas são de plástico sem pintura e as rodas são de aço cobertas por calotas. Já o interior surpreende por se tratar de uma versão básica. Há conforto, acabamento de padrão mediano e uma mistura de materiais e texturas no painel, com imitações de aço escovado.

Fiat Toro
Espaço traseiro é o maior do trio, embora seja muito próximo ao da Montana, que tem entre-eixos menor (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A simplicidade reaparece na lista de equipamentos, mas há certo equilíbrio. Esqueça câmera de ré, faróis automáticos, ar digital, bancos que imitam couro, chave presencial e carregador por indução. Nada disso é oferecido. Mas há quadro de instrumentos digital de 7 polegadas, multimídia de 7 polegadas (a menor do trio) com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, piloto automático, sensores de estacionamento traseiros e seis airbags de série.

A Endurance vai bem em segurança, robustez, força e espaço, mas deve em itens de conveniência e conforto, e tem aparência muito despojada. Em resumo, termina em segundo.

Fiat TOro
A Toro tem a maior caçamba e é a mais potente, com até 185 cv (FErnando Pires/Quatro Rodas)

Ficha Técnica – Fiat Toro Endurance 1.3 turbo

Motor: flex, dianteiro, 4 cilindros, turbo, injeção direta, 16V, 1.332 cm³, 180/185 cv a 5.750 rpm, 27,5 kgfm a 1.750 rpm (etanol/gasolina)
Câmbio: automático, 6 marchas, tração dianteira 4×2
Direção: elétrica
Suspensão: McPherson (diant.), multilink (tras.)
Freios: disco ventilado (diant.) e tambor (tras.)
Pneus: 215/65 R16
Peso: 1.650 kg
Peso/potência: 9,2/8,9 kg/cv
Peso/torque: 60 kg/kgfm
Dimensões: comprimento, 494,5 cm; largura, 184,4 cm; altura, 167,3 cm; entre-eixos, 298,2 cm; distância do solo, 24,8 cm
Capacidades: caçamba, 937 litros; capacidade de carga útil, 750 kg; carga máxima rebocável, 400 kg; tanque de combustível, 55 litros

1º – Chevrolet Montana Premier – R$ 142.590

Montana
Montana leva menos carga, 600 kg, e não é homologada para reboque (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Como novata da turma, a Montana tem quase como obrigação aprender com os erros e acertos das concorrentes. E esse trabalho ela fez muito bem. Para ficar competitiva, porém, precisou de uma base mais barata (de Onix e Tracker), o que não a livra de pontos fracos.

Seu motor 1.2 turbo é o menor e menos potente da turma, com seus 132/133 cv e 19,4/21,4 kgfm (gasolina/etanol), sempre com câmbio automático de seis marchas. Mesmo assim, ela é a mais leve (1.310 kg) e surpreende ao se revelar a mais rápida do trio.

Montana
Painel tem bom acabamento e visual moderno, exceto pelo quadro de instrumentos digital (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Em nossos testes, com gasolina, a Montana Premier foi de 0 a 100 km/h em 9,9 segundos. O consumo também foi o melhor, com as médias de 11,3 km/l na cidade e 14,9 km/l na estrada. Em movimento, ela é a que mais se aproxima de um carro compacto, com agilidade e direção leve.

Sua suspensão é mais rígida, mas não repassa as pancadas aos ocupantes. Uma das economias da Montana e herança do Onix está na suspensão traseira, por eixo de torção. Para evitar uma estrutura multilink, a GM adotou um duplo batente, que deixa a picape confortável com ou sem carga. Solução barata que deu bom resultado.

Montana
Bancos com material que imita couro são os mesmos do SUV Tracker (FErnando Pires/Quatro Rodas)

As capacidades da Montana têm mais baixos que altos: ela leva apenas 600 kg de carga e não pode utilizar reboque. Mas a caçamba é maior que a da Oroch e a mais eficiente, já que cumpre a promessa de menor invasão de água. Pudemos conferir: mesmo sob chuva torrencial, o compartimento segue intacto, grande vantagem para quem usa a caçamba como um porta-malas – ou seja, a esmagadora maioria de seus compradores.

Por fora, ela tem personalidade, rodas de 17” escurecidas e faróis automáticos de led. Por dentro, o acabamento é bom, com direito a superfícies de toque rígido, porém emborrachado. A multimídia é de 8” com visual inédito na linha GM do Brasil, com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, mas o quadro de instrumentos é o mesmo do Onix.

Montana
Espaço traseiro da Montana fica entre o da Toro e o da Oroch; assoalho baixo torna as viagens mais confortáveis (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A lista de equipamentos segue com carregador de celulares por indução, câmera de ré, wi-fi, seis airbags, alerta de pontos cegos, piloto automático e monitoramento de pressão dos pneus. Há, como opcional, um subwoofer assinado pela JBL.

A Montana supera as rivais na faixa dos R$ 140.000. É a mais rápida, econômica, equipada, trata bem ocupantes e carga, e ainda é a mais barata. Por isso, vence o comparativo.

Montana
Caçamba de 874 litros da Montana é boa e o motor de 133 cv surpreende (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Ficha Técnica – Chevrolet Montana Premier 1.2 turbo 

Motor: flex, dianteiro, 3 cilindros, turbo, injeção direta, 12V, 1.199 cm³, 132/133 cv a 5.500 rpm, 19,4/21,4 kgfm a 2.000 rpm (etanol/gasolina)
Câmbio: automático, 6 marchas, tração dianteira 4×2
Direção: elétrica
Suspensão: McPherson (diant.), eixo de torção (tras.)
Freios: disco ventilado (diant.) e tambor (tras.)
Pneus: 215/55 R17
Peso: 1.310 kg
Peso/potência: 9,9/9,8 kg/cv
Peso/torque: 67,5/62,1 kg/kgfm
Dimensões: comprimento, 471,7 cm; largura, 179,8 cm; altura, 165,9 cm; entre-eixos, 280 cm; distância do solo, 18,5 cm
Capacidades: caçamba, 874 litros; capacidade de carga útil, 600 kg; carga máxima rebocável, n/d; tanque de combustível, 44 litros

Veredicto Quatro Rodas

A Oroch fica em terceiro lugar por ser antiquada e não tratar tão bem os ocupantes, isso sendo mais cara que a Montana. Já a Toro vai bem no espaço e nas capacidades, mas é muito básica. A Montana vence pelo equilíbrio. Não tem as maiores capacidades de carga, mas é a que melhor atende para o dia a dia, a mais econômica, rápida e equipada. Ainda é a mais nova e a mais barata.

Teste Comparativo Quatro Rodas

Aceleração Montana Toro Oroch
0 a 100 km/h 9,9 s 10,9 s 10,4 s
0 a 1.000 m 31,5 s – 163,61 32,2 s – 161,8 km/h 31,8 – 165,4 kmh
Velocidade Máxima (dado de fábrica) n/d 200 km/h 189 km/h
Retomadas
D 40 a 80 km/h 4,4 s 4,8 s 4,7 s
D 60 a 100 km/h 5,8 s 6,3 s 5,6 s
D 80 a 120 km/h 7,3 s 8 s 7 s
Frenagens
60/80/120 km/h a 0 13,3/23,5/53,2 m 15,4/27,5/63,9 m 18,1/29,4/63,7 m
Consumo
Urbano 11,3 km/l 9,3 km/l 8,3 km/l
Rodoviário 14,9 km/l 12,8 km/l 11,8 km/l
Ruído Interno
Neutro/RPM máx. 44/67,5 dBA 64,5/74,7 dBA 66,2/73,8 dBA
80/120 km/h 63,2/69,2 dBA 64,5/74,7 dBA 66,2/73,8 dBA
Aferição
Velocidade real a 100 km/h 97 km/h 97 km/h 97 km/h
Rotaçnao do motor a 100 km/h em 5º 2.000 rpm 1.900 rpm 1.750 rpm
Volante 2,7 voltas 2,7 voltas 3 voltas
Seu bolso
Preço R$ 140.490 R$ 146.990 R$ 146.900
Garantia 3 anos 3 anos 3 anos
Concessionárias 553 520 295
Revisões até 60.000 km R$ 4.864 R$ 5.656 R$ 5.020

Condições de teste (montana/toro/oroch): alt. 660 m; temp., 25/30/33,5°C; umid. relat., 77/62/45,5%; press.,1.013,5/1.012/1.036 kPa

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