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C3, Mobi ou Kwid? Comparamos os carros mais baratos do Brasil com desconto

Com a chegada do Citroën C3, quem quer um carro popular ganha nova opção. Por menos de R$ 70.000, ele se junta a Fiat Mobi e Renault Kwid

Por Guilherme Fontana Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 24 jun 2023, 17h04 - Publicado em 24 jun 2023, 17h01
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  • A redução nos preços dos carros populares deu um novo fôlego aos carros mais baratos do Brasil. Além dos Renault Kwid e Fiat Mobi, que têm preço inicial de R$ 58.990, o Citroën C3 é uma nova opção entre os hatches de entrada.

    Apesar de bem diferente dos subcompactos nas dimensões, o francês produzido em Porto Real (RJ) tem nos preços dois alvos bem definidos: as versões de entrada brigam com Kwid e Mobi, enquanto as intermediárias e topo de linha querem atingir hatches compactos como Chevrolet Onix, Hyundai HB20 e o próprio Peugeot 208.

    Aqui, colocamos o C3 em sua faixa mais acessível contra seus concorrentes, em suas versões equivalentes em preços e já com os descontos patrocinados pelo governo federal e reforçados pelas fabricantes. O Citroën considerado é o Live, que parte de R$ 62.990, contra Mobi Trekking, topo de linha, de R$ 65.290, e Kwid Intense, intermediário, que sai por R$ 64.590.

    Antes, algumas considerações: nas imagens, o C3 apresentado é o Feel, o mais caro com motor 1.0, já que a fabricante ainda não dispõe da versão mais barata para testes. No caso do Mobi, a Fiat não possui nenhuma unidade do modelo para testes. Por isso, buscamos de forma particular uma unidade 2023, mas encontramos apenas da versão básica, Like.

    Mesmo com versões diferentes das consideradas, os números de testes são fiéis, já que não há diferenças físicas significativas entre as diversas versões.

    A proposta dos três é satisfazer quem procura um carro, para a família ou empresa, com um custo relativamente baixo para comprar e manter e uma boa dose de espaço, segurança e tecnologia. Acompanhe como cada um se sai.

    3°: Fiat Mobi – a partir de R$ 58.990

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    Nem tanto espaço como no C3, nem tão apertado como no Kwid, o Mobi tem boa convivência no uso urbano.  al multimídia é de série na versão topo de linha, Trekking (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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    O subcompacto da Fiat já teve diversas versões e cores, motor de três cilindros e até opção de câmbio automatizado. Porém, isso ficou no passado. Sua oferta definhou nos últimos anos.

    Além de uma gama de versões mais enxuta (Like e Trekking), o Fiat Mobi passou a ser o único equipado com um motor 1.0 de quatro cilindros – o antiquado 1.0 Fire de 8V, que entrega até 74/71 cv de potência e 9,7/9,3 kgfm de torque (etanol/gasolina).

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    Apesar de mais personalidade, o Mobi tem o pior acabamento (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Essa defasagem em relação ao mercado apareceu nos testes, feitos com gasolina, situação em que o Mobi acelerou de 0 a 100 km/h em longos 18,3 segundos, e obteve o pior rendimento entre os rivais. Suas médias de consumo ficaram em 12,2 km/l na cidade e 15 km/l na estrada.

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    Outro ponto negativo está na direção hidráulica, contra a elétrica dos demais. Isso resulta em um maior esforço do motorista em manobras e baixas velocidades.

    Mesmo assim, o Mobi tem o maior custo de revisão do comparativo: R$ 5.080 até os 60.000 km, enquanto os rivais ficam na faixa dos R$ 3.800.

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    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Em movimento, a falta de torque se mostra com a necessidade de se fazer constantes reduções de marcha, atitude dificultada pelo fato de o câmbio de cinco marchas ter engates imprecisos, com a alavanca solta demais.

    Nem tudo é ruim, porém. Dinamicamente, o Fiat é melhor que os rivais. Ele passa uma boa sensação de estabilidade e robustez.

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    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Por fora, a diferença do Mobi Like mostrado acima para o Trekking está em adesivos, barras no teto e calotas escurecidas. Já o interior apresentado nas imagens é do Trekking, com central multimídia de série (com Android Auto e Apple CarPlay), ar-condicionado, vidros dianteiros elétricos e banco do motorista com regulagem de altura.

    Mas volante com regulagem de altura, ESP, alarme e faróis de neblina estão disponíveis como opcionais. O acabamento é pior entre os rivais, em materiais e qualidade de montagem.

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    (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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    Em espaço interno, mais prós e contras: o Mobi tem mais espaço lateral do que o Kwid, mas perde no espaço para pernas no banco traseiro. O porta-malas de 200 litros é o menor.

    O Mobi fica em último pela mecânica defasada, o pouco espaço e os custos de compra e manutenção.

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    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Ficha Técnica – Fiat Mobi Trekking

    2°: Renault Kwid – a partir de R$ 58.990

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    O Renault é o mais apertado do trio, mas tem um visual mais bem resolvido – inclusive das calotas, que se parecem com rodas; a tela da multimídia é grande e tem boa resolução (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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    O Renault Kwid começa bem por ser o mais equipado, rápido e econômico dos três compactos.

    Seu motor 1.0 de três cilindros com 71/68 cv é o menos potente, mas vai bem no torque (10/9,7 kgfm), e, sempre com câmbio manual de cinco marchas, empurra o carro mais leve: 820 kg ante 1.056 KG do C3, que é o mais pesado dos três.

    Assim, o Kwid vai de 0 a 100 km/h em 15,9 segundos e consegue médias de consumo de 14,8 km/l na cidade e 17,9 km/l na estrada.

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    Interior do Kwid é simples, mas bem acabado e funcional (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    O Renault passa agilidade em centros urbanos, com boas retomadas, bons engates de câmbio e suspensão robusta para enfrentar buracos, valetas e lombadas.

    Porém, a mesma suspensão eficiente na cidade provoca efeitos negativos em altas velocidades e transmite certa insegurança pela instabilidade: em curvas, a carroceria rola mais do que o prudente.

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    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    O hatch da Renault é o mais equipado dos três: traz luz diurna de led, central multimídia com Android Auto e Apple CarPlay (além de uma tela grande e de boa qualidade), vidros dianteiros elétricos, câmera de ré, assistente de partida em rampa, start-stop, ar-condicionado e, mais importante, quatro airbags – os demais têm apenas dois.

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    O acabamento é bom, com materiais e visual simples, e encaixes cuidadosos. Mas há pontos em que a qualidade percebida é falha. Os polêmicos três parafusos das rodas não afetarão sua segurança, mas estão entre as economias duvidosas, assim como os comandos dos vidros, posicionados no painel para reduzir custos com fiação elétrica até as portas.

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    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    A que mais atrapalha, porém, é a saída única do lavador do para-brisa, que esguicha água insuficiente para limpeza do vidro, assim como o limpador único. Mais do que limitar a área limpa, o limpador deixa a sujeira bem no campo de visão do olho esquerdo do motorista, e isso atrapalha.

    No espaço interno, embora acomode melhor os ocupantes traseiros e tenha porta-malas maior (290 l) que o do Mobi, ele peca no espaço lateral. Uma pessoa de estatura média dirige com o ombro encostado na coluna central e o cotovelo no apoio de braço da porta.

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    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    O Kwid é uma opção interessante para uso urbano, principalmente. Mas a instabilidade na estrada e o aperto da cabine o atrapalharam neste comparativo. Fica em segundo.

    Ficha Técnica

    Motor: flex, diant., transv., 3 cil., 12V, 999 cm³, 71/68 cv a 5.500 rpm, 10/9,4 kgfm a 4.250 rpm (etanol/gasolina)
    Câmbio: manual, 5 marchas, tração dianteira
    Direção: elétrica, 10 m (diâmetro de giro)
    Suspensão: McPherson (diant.), eixo de torção (tras.)
    Freios: disco ventilado (diant.) e tambor (tras.)
    Pneus: 165/70 R14
    Peso: 820 kg
    Peso/potência: 11,5/12,1 kg/cv
    Peso/torque: 82/87,2 kg/kgfm
    Dimensões: comprimento, 368 cm; largura, 157,9 cm; altura, 147,9 cm; entre-eixos, 242,3 cm; porta-malas, 290 litros; tanque de combustível, 38 l
    Equipamentos de série: ar-condicionado, 4 airbags, DRL de led, assistente de partida em rampa, monitoramento de pressão dos pneus, vidros elétricos dianteiros, retrovisores externos elétricos, central multimídia, sistema start-stop, câmera de ré

    1°: Citroën C3 Live – a partir de R$ 62.990

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    De longe o mais espaçoso do comparativo, o Citroën leva quase todos os seus ocupantes com folga (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Não se deixe enganar pelas fotos acima: como já explicado, a versão considerada, Live, não estava disponível para testes. As imagens são da topo de linha, Feel. O que muda? Nada de rodas de liga leve, barras no teto e, muito menos, a grande central multimídia.

    No C3 Live, a lista de equipamentos de série inclui dois airbags, alerta de pressão dos pneus, vidros dianteiros elétricos, assistente de partida em rampa, ar-condicionado e luz diurna halógena, entre outros pormenores.

    C3 x Mobi x Kwid
    Não se engane com a bela multimídia de 10 polegadas, ela não faz parte da versão considerada (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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    Quadro de instrumentos tem pouca informação e deve refinamento (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Não há auxílio de estacionamento, nem rádio. Por dentro, o acabamento é simples, com arremates duvidosos. Mesmo assim, é superior aos concorrentes, com maior variação de texturas, soluções práticas para celulares e cabos, e porta-objetos espaçosos e por todos os lados.

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    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    O quadro de instrumentos decepciona e se parece mais com um computador de bordo, não há nem conta-giros. Mostradores analógicos fariam mais sentido.

    Mas vamos aos trunfos que deram a vitória do comparativo ao C3. Começando pela mecânica, o motor é o 1.0 Firefly da Fiat, que equipa Fiat Argo e Peugeot 208.

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    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    É um três-cilindros de 75/71 cv e 10/10,7 kgfm (etanol/gasolina), sempre com câmbio manual de cinco marchas. É um motor robusto, com torque interessante e que aparece cedo, porém ruidoso.

    Os números obtidos nos testes, com gasolina, ficam atrás dos do Kwid. O C3 vai de 0 a 100 km/h em 16,4 segundos e consegue as boas médias de consumo de 14,1 km/l, no ciclo urbano, e 15,8 km/l, no rodoviário.

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    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Sua dirigibilidade é elogiável, com bons engates no câmbio (os mesmos do 208, mais justos e firmes) e direção leve. A suspensão tem um acerto confortável e macio como todo Citroën, mas herda a robustez dos primos Fiat, com ótima absorção em terrenos acidentados.

    O Citroën é o mais espaçoso dos três graças às suas dimensões. Até quatro ocupantes viajam confortáveis e no porta-malas cabem 315 litros.

    Outro ponto positivo vem dos custos. Ele é o mais barato no preço de compra e tem revisões em conta (tecnicamente empatado com o Kwid).

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    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    O C3 vence pelo equilíbrio: tem bom espaço, mecânica robusta, boa dirigibilidade e custos baixos. Tudo isso compensa a falta de equipamentos, problema mais fácil de contornar do que outros como espaço e motor.

    Ficha Técnica – Citroën C3 Live 1.0

    Motor: flex, diant., transv., 3 cil., 6V, 999 cm³, 75/71 cv a 6.000 rpm, 10/10,7 kgfm a 3.250 rpm (etanol/gasolina)
    Câmbio: manual, 5 marchas, tração dianteira
    Direção: elétrica, 10,5 m (diâmetro de giro)
    Suspensão: McPherson (diant.), eixo de torção (tras.)
    Freios: disco ventilado (diant.) e tambor (tras.)
    Pneus: 195/65 R15
    Peso: 1.056 kg
    Peso/potência: 14,1/14,9 kg/cv
    Peso/torque: 105,6/98,7 kg/kgfm
    Dimensões: comprimento, 398,1 cm; largura, 173,3 cm; altura, 158,6 cm; entre-eixos, 254 cm; porta-malas, 315 l; tanque de combustível, 47 litros
    Equipamentos de série: ar-condicionado, 2 airbags, monitoramento de pressão dos pneus, vidros elétricos dianteiros, DRL halógenas, computador de bordo, predisposição para rádio, assistente de partida em rampa

    Veredicto Quatro Rodas

    O Fiat Mobi peca por ter uma mecânica defasada, enquanto o Kwid, o mais bem equipado do trio, perde a chance da vitória por espaço interno. O C3 vence pelo equilíbrio entre espaço generoso, mecânica robusta e baixos custos, contra a enxuta lista de itens de série. As faltas do Citroën são contornáveis, ao contrário dos problemas dos rivais.

    Testes de desempenho

    Citroën C3 Renault Kwid Fiat Mobi
    Aceleração
    0 a 100 km/h 16,4 s 15,9 s 18,3 s
    0 a 1.000 m 37,9 s – 132,9 km/h 37,1 s – 138,2 km/h 39,1 – 128,8 km/h
    Velocidade máxima* 160 km/h N/D 151 km/h
    Retomadas
    40 a 80 km/h em 3ª 9,4 s 9,6 s 9,4 s
    60 a 100 km/h em 4ª 14,9 s 15,3 s 18,7 s
    80 a 120 km/h em 5ª 39,3 s 31,1 s 38,2 s
    Frenagens
    60/80/120 km/h a 0 14/25,2/57,7 m 15,7/27,9/62,1 m 16,5/29,6/65,5 m
    Consumo
    Urbano 14,1 km/l 14,8 km/l 12,2 km/l
    Rodoviário 15,8 km/l 17,9 km/l 15 km/l
    Ruído interno
    Neutro/RPM máx. 46,1/71,8 dBA 43,8/69 dBA 44,8/73,4 dBA
    80/120 km/h 69,9/73,6 dBA 70,8/75,4 dBA 68,5/71,4 dBA
    Aferição
    Velocidade real a 100 km/h 93 km/h 97 km/h 95 km/h
    Rotação do motor a 100 km/h em D N/D 3.000 rpm 3.000 rpm
    Volante 3 voltas 3,3 voltas 2,5 voltas
    Seu Bolso
    Preço R$ 68.990 R$ 69.490 R$ 69.580
    Garantia 3 anos 3 anos 3 anos
    Concessionárias 122 295 520
    Seguro ** R$ 2.800 R$ 3.695 R$ 3.938***
    Revisões até 60.000 km R$ 3.854 R$ 3.840 R$ 5.080

    *Dados de fábrica **Perfil Quatro Rodas: homem, casado, 35 anos, com garagem. Cotações feitas pela TEx *** Marca só divulga o valor das revisões até 50.000 km

    Condições de teste (1/2/3): alt. 660 m; temp., 23,5/31,5/26°C; umid. relat., 74/44/66%; press.,1.012,5/1.012/1.012 kPa

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