Audi Q5 Sportback evolui na dinâmica e garante sobrevida aos motores a gasolina
Nova plataforma, tecnologia aprimorada e motorizações com eletrificação. Guiamos o 2.0 TFSI, a versão mais acessível e a única com tração apenas dianteira

Depois do recente A5, a terceira geração do Audi Q5 é o segundo modelo da marca alemã a usar a nova plataforma PPC (Premium Platform Combustion), que está associada à mais recente arquitetura eletrônica da marca e sempre com algum tipo de eletrificação (híbrida leve com motores diesel e gasolina de quatro cilindros).
Dada a atual demanda, a Audi tomou a decisão certa quando optou por prolongar a vida dos seus modelos com motores a combustão, especialmente no caso deste SUV Q5, um campeão de vendas desde o seu lançamento, em 2009.
Inicialmente, estão disponíveis três motorizações: 2.0 TFSI de 204 cv/34,7 kgfm, com tração dianteira ou integral (quattro); 2.0 TDI, diesel, de igual potência e 40,8 kgfm (apenas com tração nas quatro rodas); e o SQ5 (quattro), de momento o topo de gama, equipado com motor 3 litros V6 de 367 cv/56 kgfm.

As três opções vêm com sistema de eletrificação leve de 48 volts. O motor a combustão é acionado por correia, e o Q5 pode ser dirigido em pequenas distâncias ou manobras apenas em modo elétrico ou com a eletricidade ajudando nas acelerações. Ele é capaz de devolver até 25 kW à bateria durante a desaceleração, e o gerador cria um torque adicional de até 23,4 kgfm e até 24 cv (18 kW) de potência.
Mais para a frente, estão previstas duas variantes híbridas plug-in (com sistema alimentado por bateria de 25,7 kWh, que permitirá autonomia elétrica ligeiramente abaixo de 100 quilômetros. Serão dois níveis de potência: 272 e 367 cv.

A bateria de íons de lítio (montada sob o porta-malas) deste sistema baseia-se na química de fosfato de ferro-lítio (LFP) e tem capacidade de armazenamento de 1,7 kWh.
O novo Audi Q5 tem chassi de aço e amortecedores de frequência controlada (FSD). A suspensão esportiva é de série no SQ5, e pode receber opcionalmente amortecedores eletrônicos variáveis e molas pneumáticas.

O ajuste individual dos bancos traseiros permite aumentar espaço para passageiros ou porta-malas, de acordo com a necessidade. O bagageiro acomoda 515 litros no caso do Q5 Sportback (520 l no SUV). O fato de a soleira de carga estar mais baixa do que no modelo anterior facilita carga e descarga.
O espaço atrás é amplo para dois adultos de até 1,90 metro de altura. Há saídas de ventilação diretas, com regulagem digital da temperatura, e os bancos laterais traseiros têm aquecimento. Na arquitetura eletrônica – E3 –, a mesma dos modelos mais recentes da marca, destaca-se o painel com até três telas digitais com tecnologia OLED: a de 11,9” da instrumentação; a central de 14,5”, curva e direcionada para o motorista; e uma terceira diante do passageiro dianteiro, com 10,9”, neste caso opcional.



Os materiais e acabamentos são de ótima qualidade, como habitual na Audi, e macios em toda a parte superior do painel e das portas. Todos os compartimentos têm algum tipo de revestimento suave. A vasta superfície em preto brilhante no console não agrada tanto por ficar facilmente cheio de impressões digitais.
A sofisticada iluminação ambiente (configurável) e o head-up display melhorado (em conteúdo informativo e uma superfície de projeção 85% maior do que antes) ajudam a elevar o bem-estar a bordo.
Ao volante
A versão escolhida para este contato inicial foi a 2.0 TFSI Sportback. A primeira boa impressão é causada pela direção progressiva de série e que, mesmo sendo relativamente leve, é muito precisa e direta (apenas 2,2 voltas ao volante entre batentes), notando-se uma moderada diferença entre os modos de condução Comfort e Sport, que também altera a resposta da suspensão com amortecedores eletrônicos na unidade dirigida, igualmente equipada com molas pneumáticas. Com essa suspensão é possível variar a distância ao solo em 60 mm, entre o modo Sport e o Lift.

A resposta do motor é mais enérgica a partir das 2.000 rpm, quando é entregue a totalidade do torque (34,7 kgfm), que se mantém nesse nível até acima de 4.000 rpm. O desempenho é de bom nível, tanto nas retomadas (ajudadas pelo torque adicional do pequeno motor elétrico e pela função kickdown da transmissão) quanto nas acelerações (0 a 100 km/h em 8,6 s e 226 km/h de máxima).
Não há variação no mapeamento do acelerador em função do modo de condução selecionado, mas o motor se torna mais reativo com um escalonamento mais esportivo da caixa automática de sete marchas na posição S.
Em relação ao compromisso entre conforto e estabilidade, principalmente nessa versão mais avançada da suspensão, não há reparos a serem feitos. O Q5 é confortável sobre maus pisos e suficientemente estável se adotamos um tipo de condução para a qual um SUV está talhado (as rodas de 21 polegadas dão a sua contribuição). Os freios usam discos ventilados nas quatro rodas e evidenciaram sempre uma resposta pronta e linear.
Embora tenha anunciado o sedã A5 para o Brasil, ainda este ano, a Audi informa que não tem previsão de chegada do SUV por aqui.
Veredicto Quatro Rodas
Com a nova plataforma do A5, SUV agrada pela tecnologia e comportamento dinâmico. Só falta chegar ao Brasil.
Ficha Técnica – Audi Q5 Sportback
Preço: 65.000 euros (R$ 416.670)
Motores: gasolina, diant., transv., 4 cil., turbo, inj., direta, 16V, 1.984 cm³, 204 cv a 4.300 rpm, 34,7 kgfm a 2.000 rpm; elétrico de 24 cv
Bateria: íons de lítio, LFP, 1,7 kWh
Câmbio: autom., 7 marchas, tração dianteira
Direção: elétrica
Suspensão: duplo A (diant.), multibraços (tras.)
Freios: disco ventilado nas quatro rodas
Pneus: 235/60 R18
Dimensões: comprimento, 471,7 cm; largura, 190 cm; altura, 161,9 cm; entre-eixos, 282,3 cm; peso, 1.925 kg; porta-malas, 515 l; tanque, 65 l
Desempenho*: 0 a 100 km/h, 8,6 s; veloc. máx., 226 km/h
*Dados de fábrica