GWM trará ao Brasil, além de picape inédita, SUV com jeitão de Classe G
Enquanto chineses não terminam o projeto da inédita picape híbrida flex brasileira, GWM já seleciona SUVs luxuosos para lançar no mercado
O 2023 da GWM no Brasil não poderia ter sido melhor. A montadora estreou como uma total desconhecida no país, mas rapidamente ganhou confiança e, principalmente, volume, emplacando o Haval H6 como o híbrido mais vendido do mercado.
Agora vem o novo Ora 03, e a fábrica de Iracemápolis (SP) está prestes a funcionar. Se a maré está boa, o negócio é surfá-la e trazer ainda mais coisas. Uma delas é a GWM Poer (lê-se “póuer”), que, no exterior, corresponde a uma submarca de picapes mas que, no Brasil, batizará a picape média de produção nacional sobre a qual já falamos, mas agora trazemos novidades.
O leitor Alexsandro Lacerda se deparou com uma unidade de testes da Poer em BH, tirando fotos reveladoras, mas de um jeito pouco óbvio. Como um bom ‘segredeiro’, Lacerda capturou bastante da estética da caminhonete mas, sem perceber, também mostrou a caçamba com pesos inseridos pelo time de engenharia.
Essa ponta solta levou nossa apuração a um resultado interessante: a picape nacional não será uma reestilização do flagra, mas um produto inédito. Ciente da concorrência no segmento de caminhonetes médias, a GWM optou por esperar o desenvolvimento de uma nova Poer, em andamento na China, e lançar, no Brasil, logo o que tem de melhor. A prioridade é tão alta que nosso país pode receber o modelo antes mesmo dos chineses.
A estética, claro, mudará bastante. Os Great Wall já à venda aqui têm design mais europeu, dada a maior apreciação desse estilo, frente ao estilo chinês, pelo consumidor brasileiro. Logo, no caso da Poer, é possível que sigam a escola americana, com faróis afilados e soluções que vimos nas novas Chevrolet Colorado e Toyota Tacoma, por exemplo. Mas isso é especulação.
O que é fato, entretanto, é que essa será a primeira picape híbrida nacional, com estreia ainda em 2024. A GWM já descartou o uso do motor 1.5 do Haval H6, e deve optar por um 2.0 turbo que, independentemente da cilindrada, será flex.
Do outro lado do mundo, ocorrem discussões acerca do powertrain definitivo. Há a possibilidade de que a nova Poer seja híbrida convencional (HEV), mas um modelo híbrido plug-in (PHEV) certamente aumentaria as chances frente a nomes consagrados.
Caso opte por um PHEV, a GWM deve utilizar seu novo sistema Hi-4T, que une o motor a combustão ao elétrico — esse montado junto à transmissão automática de 9 marchas ao longo do cardan. Consequentemente, há torque instantâneo e performance farta. Com o 2.0 turbo, estima-se 462 cv e 79,5 kgfm ao todo. Um motor 3.0 turbo também é cotado, elevando os números para 516 cv e 97,9 kgfm.
Esse conjunto também deve estar na outra submarca que estreia em breve, a TANK, voltada para SUVs que casam luxo e capacidade off-road. O chefão da Great Wall no Brasil, Oswaldo Ramos, já cravou que teremos um modelo de sete lugares à venda, também com lançamento alinhado à sua chegada no Oriente.
Apuramos que um deles, provavelmente, será o novo Tank 700, que teve poucas imagens reveladas mas com traseira curiosamente parecida com a do Mercedes-Benz Classe G. Não há tanto luxo quanto o jipão da Alemanha, mas os Tank que vierem certamente contarão com requinte elevado.
Maior do que um Jeep Grand Cherokee, o utilitário, assim como a Poer, terá baterias para rodar mais de 100 km em regime elétrico. A transmissão DHT também promete números satisfatórios de consumo e tenderia a gerenciar melhor as células energéticas em ambientes de alto calor e off-road. Também há boatos da vinda de um Tank 800, que seria ainda maior e luxuoso que o 700, mas não sabemos muito dele ainda.