Objetiva e discreta, a chinesa BYD percebeu que seus veículos elétricos poderiam se sair melhor nos segmentos mais caros, que valorizam a performance – e diluem o custo adicional da tecnologia ainda recente para alívio dos projetistas, que assim se preocupam menos com cada centavo repassado ao consumidor.
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A BYD planeja chegar a 2022 com a marca da 1.500ª unidade vendida no país e o desembarque de novos modelos com os quais espera dar trabalho aos luxuosos elétricos de Audi e Volvo, por exemplo, ignorando o segmento de entrada. E, em 2018, tentou uma incursão no segmento de automóveis, com os modelos E5 (hatch) e E6 (sedã), mas os carros eram caros e defasados no estilo e nos equipamentos. Agora, porém, a ofensiva será diferente.
O primeiro a chegar, no início de 2022, será o Tang, um SUV de sete lugares que também almeja conquistar espaço na Europa a partir da Noruega.
Além do estilo atual, ele se preocupa em unir tecnologia e conforto a uma performance esportiva, graças a um conjunto de baterias de 86,4 kWh com células em forma de lâminas exclusivas da marca, capazes de promover maior aproveitamento do reservatório sob os ocupantes.
Outro carro que também está previsto para chegar ao Brasil em um segundo momento é o sofisticado sedã Han, com nada menos que 493 cv de potência, tração integral e autonomia, na vida real, em torno de 500 km, favorecidos pelo coeficiente de arrasto de 0,233, sempre segundo a fábrica.
Já considerado um rival do Tesla Model 3, ainda que esteja mais para Model S, o Han vai de 0 a 100 km/h em 3,9 segundos e conta com uma inteligência artificial que se conecta à nuvem e é capaz de aprender o estilo do dono, tornando mais precisos sistemas como assistente de permanência em faixa, ACC e AEB.
Mesmo em um dos segmentos mais tradicionais do mercado, o Han se atreve a oferecer decoração indiscreta e busca ditar os rumos dos sedãs elétricos daqui em diante – não à toa toma emprestado o nome de uma das mais longevas dinastias chinesas.
O Han custa na Europa o equivalente a R$ 300.000 (um pouco menos que o SUV Tang). Para garantir preços que, se mantidos no Brasil, podem incomodar muito a modelos como Toyota SW4 e Honda Accord, entre outros, a BYD costuma praticar uma modalidade de venda direta, que dribla concessionárias, eliminando um componente do preço final. A prática, entretanto, deve esbarrar em restrições nacionais.
Uma alternativa, seria o sistema que a empresa tem na Austrália. Por lá a BYD se associou a uma revenda de alcance nacional, que atua como seu concessionário e vende os carros via internet, sem lojas.
O pós-venda ainda gera tensão, mas os responsáveis garantem que parcerias com oficinas de renome prometem uma relação ainda melhor que a dependência de uma rede da marca. Na Oceania a BYD já agiu com mais ousadia, tomando para si o posto de elétrico mais barato dos australianos, ao mesmo tempo que começa a introduzir seus modelos mais prestigiados no meio local. Caso a entrada da BYD no mercado brasileiro se concretize, 2023 promete ainda mais impacto, com uma picape média elétrica podendo invadir os dois lados do hemisfério sul.
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