VW “Virilha”: sete carros que, como o Nivus, têm nomes com duplo sentido
Alguns automóveis já foram batizados com nomes que têm significados um tanto quanto engraçados; veja lista
Um dos lançamentos mais aguardados de 2020, o Volkswagen Nivus tem nome incomum. A explicação da marca alemã é de que não há um significado específico, nem em português nem em outra língua. Confira a explicação oficial na íntegra:
“O nome ‘Nivus’ foi desenvolvido com uma agência de criação e posteriormente submetido a uma pesquisa com mais de 500 potenciais clientes de várias regiões do Brasil, Argentina e Colômbia.
A criação desse nome foi inspirada em novas perspectivas de design, estando relacionada com a sensação de algo ‘novo’, ‘moderno’ e ‘confiável’ ao mesmo tempo.”
O CUV será produzido e vendido na Europa, mas pelo menos na Estônia, país do leste do continente, “nivus” não estará, obrigatoriamente, relacionado aos adjetivos colocados pela Volkswagen.
No dialeto local, o termo significa nada mais nada menos que “virilha”.
Esta passou longe de ser a primeira vez que um carro recebeu um nome que, sem querer, tinha duplo sentido. QUATRO RODAS preparou uma lista com mais sete casos. Confira:
1 – Mitsubishi Pajero (1982 em diante)
O termo “Pajero” é utilizado em espanhol para designar homens que se masturbam com frequência. Isto porque a masturbação masculina, em diferentes países que falam o idioma ibérico, é conhecida como “paja”.
Para evitar o trocadilho constrangedor, a Mitsubishi decidiu batizar o SUV de “Montero” em países de língua espanhola, tanto na Europa quanto na América Latina.
2 – Mazda Laputa (1999 a 2006)
O kei car foi vendido no Japão até meados da década passada. Seu nome é uma referência literária a uma das ilhas fictícias do romance As Viagens de Gulliver, do escritor irlandês Jonathan Swift.
Detalhe: no livro, os moradores da ilha recebem o belíssimo gentílico laputeanos. Por lá o nome passou batido, claro, mas aqui na América do Sul certamente haveria problemas, especialmente os de língua espanhola.
3 – Hyundai Kona (2017 em diante)
O SUV da marca sul-coreana foi batizado em homenagem à ilha de “Kona”, que faz parte do arquipélago do Havaí (Estados Unidos).
Ocorre que, em Portugal, o termo “cona” é usado para se referir pejorativamente ao órgão genital feminino. A solução encontrada foi batizar os exemplares vendidos na terra de Camões como Kauai – outra ilha do Havaí.
4 – Opel Ascona (1970-1988)
O uso malicioso da expressão “cona” também gerou problema aos portugueses na hora de vender o sedã Opel Ascona nos anos 1970, em pleno período da ditadura Salazar.
Trata-se, originalmente, do nome de uma cidade suíça.
Solução: o carro foi chamado em Portugal de “1604” e, depois, “1904”. No Brasil, a terceira geração do Ascona foi vendida de 1982 a 1996 como Chevrolet Monza, se lembra?
5 – Ford Pinto (1971-1980)
Pinto, pelo menos nos EUA, é o nome de uma raça de cavalos. A Ford então decidiu associar os equinos a uma família de carros médios.
O modelo chegou a ser cogitado no Brasil para complementar as opções oferecidas pelo Ford Corcel, mas os altos custos de adaptação da linha de montagem para produção barraram sua vinda. Ainda bem…
6 – Toyota MR2 (1984 – 2007)
O cupê Toyota MR2 recebeu esta nomenclatura por se tratar de um veículo com motor central-traseiro (mid-engined), tração traseira (rear-wheel-drive) e dois assentos (2-seat).
Contudo, a pronúncia rápida da abreviação em francês gerava uma bizarra cacofonia: “merda”. Consequência: nos países francófonos onde o esportivo foi vendido, o nome foi ligeiramente alterado para MR.
7 – Rolls-Royce Silver Mist (nunca lançado)
Na década de 1960, a Rolls-Royce planejava lançar o luxuoso sedã Silver Shadow sob outra alcunha, Silver Mist (névoa prateada).
No meio do caminho, alguém se atentou ao fato de que “mist”, que em inglês quer dizer “névoa”, em alemão significa esterco. Ou seja, a limusine seria conhecida na Alemanha como “cocô prateado”. Má ideia.
Alguns memorandos aqui e atas de reunião ali depois, ficou decidido que o nome definitivo do modelo seria Silver Shadow (sombra prateada).
Ele foi produzido entre 1965 e 80 no Reino Unido e vendido, entre outros mercados, na Alemanha.
Menção honrosa – Chana
A Chana, marca de carros criada pela fabricante Changan, foi a primeira marca do gigante do Oriente a atuar no Brasil, em 2006, vendendo utilitários de pequeno porte, como vans, furgões e picapes.
Na época, os chineses decidiram adotar o nome Chana, a fim de adaptar “Changan” a algo mais palatável ao entendimento dos brasileiros.
Por razões elementares, a estratégia não vingou e, em 2011, a marca passou a se chamar Changan, sendo pouco depois retirada do mercado. Agora, tem pretensões de regressar, de novo como Changan.