VW sela acordo com sindicatos para não fechar fábricas
Acordo salvou as fábricas na Europa, mas levará a um corte de 35.000 empregos até 2030 e Golf será fabricado apenas no México

Não foi nada fácil, mas o Grupo Volkswagen e o sindicato IG Metall chegaram, enfim, a um acordo que evitará o fechamento de fábricas na Europa.
Foram cinco rodadas de negociações, com mais de 70 horas ao todo, desde setembro, com duas greves (que envolveram 100.000 trabalhadores) no mesmo período em protesto contra cortes salariais e ameaças de encerramento de fábricas.
Os dois lados acabaram chegando a um entendimento que não acabará com fábricas, mas cortará mais de 35.000 postos de trabalho nas fábricas alemãs até 2030. Mas garantiram que ninguém vai ser despedido por razões operacionais (mas sim por aposentadoria, por exemplo) e que o acordo salarial será garantido.
Em troca, os sindicatos concordaram com a eliminação de vários bônus, com a redução do número de estagiários efetivados e na redução da capacidade instalada em cinco fábricas. A redução efetiva na capacidade produtiva da VW ficará ao redor das 730.000 unidades.

Para garantir a produção nas três fábricas alemãs que poderiam ser fechadas, modelos serão realocados. A unidade de Zwickau continuará com o Audi Q4 e-tron, mas a produção dos VW ID.3 e ID.4 e do Cupra Born será transferida para as fábricas de Wolfsburg e Emden, o que reduzirá bastante sua capacidade produtiva.
Para isso acontecer, a fábrica de Wolfsburg, a principal fábrica da Volkswagen na Alemanha e também a sua sede, perderá a produção do Golf, que será transferido para o México. Mas o novo Golf elétrico, que está sendo desenvolvido com a Rivian, será produzido por lá a partir de 2028.
A fábrica de Dresden também perderá a produção do ID.3 e ainda tem destino incerto. A diferença é que agora o Grupo VW está procurando soluções alternativas para evitar que a fábrica feche.