O início iminente da produção do Volkswagen Taos no México pode beneficiar o Jetta, com quem compartilha a fábrica e a mesma variante da plataforma modular MQB. A novidade seria o moderno motor 1.5 TSI, que já é usado pelo Golf na Europa.
A informação é do site Roadshow, que questionou o chefe de engenharia da Volkswagen para a América do Norte, Wolfgang Demmelbauer-Ebner, se o sedã médio também receberia o novo motor. A resposta ainda garantiu a reestilização do Jetta: “Teremos um ajuste do seu ciclo de vida no futuro”.
O novo 1.5 TSI representa a evolução do 1.4 TSI e também faz parte da família EA211. Consegue ser mais econômico e menos poluente, tem mais potência e torque, mas com uma entrega melhor distribuída entre as rotações. Para o Taos, o 1.5 TSI terá 160 cv, contra os 150 cv do Jetta.
O 1.5 TSI justifica o ganho com algumas mudanças. O turbocompressor tem geometria variável, a injeção direta trabalha com pressão ainda mais alta (de 200 para 350 bar) e há um novo sistema que desativa dois cilindros para economizar combustível. A Volks também seguiu a tendência de combinar turbo, ciclo de combustão Miller e alta taxa de compressão.
Diferente do ciclo Otto, o Miller não fecha as válvulas de admissão quando o pistão chega ao ponto-morto inferior – ele faz isso quando o pistão já está voltando em direção ao cabeçote. Dessa forma, a quantidade de ar admitida é reduzida, diminuindo a necessidade de mais combustível para se obter a queima perfeita.
O ciclo de compressão diminui, gerando menos emissões e consumo melhor. Isso, porém, resulta em perda de potência em um motor com as mesmas características, pois a taxa de compressão diminui. A saída foi elevar a taxa para 12,5:1 – no 1.4 TSI é de 10,5:1 – e aumentar o deslocamento do motor, contrariando a tendência do downsizing.
Não faria sentido para a Volkswagen manter dois motores tão semelhantes no mesmo país. Como o Jetta atual foi lançado em 2018, sua próxima atualização visual é esperada para meados de 2021. O Tiguan, também feito no México, também poderia ganhar o novo motor. Só não dá, ainda, para esperar pelo motor 1.5 TSI no Brasil.
Há dois motivos. O primeiro deles é que o Volkswagen Taos que será vendido no Brasil é fabricado na Argentina e sempre com o motor 1.4 TSI já conhecido e devidamente adaptado para queimar etanol.
Outro ponto é que o Jetta mexicano também chega ao Brasil com motor 1.4 TSI Flex, que é fabricado em São Carlos (SP) e enviado para o México. Trocar o 1.4 pelo 1.5 por aqui não será tão fácil.
Não pode ir à banca comprar, mas não quer perder os conteúdos exclusivos da Quatro Rodas? Clique aqui e tenha o acesso digital.