Volkswagen e Audi decidem não acabar com motores a combustão
Carros atuais ainda podem ter o ciclo de vista alongado por mais alguns anos, inclusive recebendo uma reestilização e convivendo com os elétricos

O processo de eletrificação do mercado não está mais tão rápido quanto o esperado e, com o afrouxamento das normas de emissões na Europa e nos Estados Unidos, muitas fabricantes já revisaram os planos de ter somente carros elétricos. A Volkswagen vinha resistindo e mantendo o prazo de vender só elétricos na Europa em 2033, mas a empresa mudou de ideia e irá adiar os planos de eletrificação total.
É o que revela o jornal alemão Handelsblatt, que recebeu a informação de diversas fontes dentro da Volkswagen. O novo plano será anunciado no começo de março, quando a marca fará uma apresentação para os investidores.
A decisão agora é manter os motores atuais em linha, assim como alguns modelos, que receberiam uma reestilização para mantê-los nas lojas até que o mercado esteja pronto para ter apenas veículos elétricos.
Um destes carros pode ser o Golf de oitava geração, como o chefe de desenvolvimento técnico da VW, Kai Grünitz, disse anteriormente. O hatch médio continuaria a ser vendido até meados da próxima década, a ponto de conviver com a nona geração, prevista para 2030 e que será totalmente elétrica.
O relaxamento de algumas das normas de emissões já provocou mudanças na linha da Volkswagen. Um exemplo é o Polo, que deveria ter saído de linha este ano, por não atender as normas do Euro 7. Porém, a União Europeia desistiu de modificar os limites de emissão de poluentes e isto permitiu que o hatch compacto continuasse a ser vendido no Velho Continente.
A marca Volkswagen não estará sozinha, com a Audi também revendo a estratégia e continuará a vender carros a combustão. A empresa até desistiu do novo esquema de nomes, que deixaria os números pares para carros elétricos e ímpares para os que tiverem motores a combustão. Espera-se que outras marcas do Grupo Volkswagen também tomem decisões semelhantes, como Skoda e Seat.
Não será uma mudança de longo prazo. Apesar de tudo, a União Europeia segue com os planos de banir a venda de carros a combustão a partir de 2035, o que ainda vai direcionar os investimentos e planejamento de produto das fabricantes.